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21 DE JANEIRO DE 2022

Câmara aprovou concessão de terreno para o cemitério dos protestantes


Registros históricos de 1860 atestam a pronta disposição dos vereadores da época em atender a demanda de alemães luteranos, em reverência à memória de seus entes queridos



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Arquivo Histórico da Câmara (1 de 18) Salvar imagem em alta resolução

Câmara aprovou concessão de terreno para o cemitério dos protestantes

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Câmara aprovou concessão de terreno para o cemitério dos protestantes



Numa época em que alemães protestantes,  por motivo de crença, não podiam ser admitidos, nem enterrados nos cemitérios desta cidade, seguindo para Santa Barbara d'Oeste, a Câmara Municipal de Piracicaba acolheu o pedido da comunidade luterana, na concessão de espaço junto ao Cemitério da Saudade.

Em reunião extraordinária, no ano de 1860, dia 22 de janeiro, tendo na presidência Ramos Correa, transcorrida às 9 horas da manhã, teve a presenças dos vereadores: Floriano Leite, Antonio Joaquim da Silveira Oliveira, Paulo Eduardo e Baptista Correa. Na oportunidade, o presidente abriu a sessão com as formalidades de costume e declarou, que o motivo da reunião seria a Câmara se pautar na assinatura de artigos de posturas oferecidos pelo doutor Leite Morais, em ofício, no pedido do empresário da ponte sobre o rio Piracicaba, Capitão João Morato de Carvalho, em documento enviado à Assembleia Provincial. 

Nesta mesma reunião os vereadores também deliberaram sobre um requerimento, dos alemães protestantes, em pedido de terreno para edificar um cemitério, visto que devido ao Protestantismo, não poderiam ser admitidos e enterrados nos cemitérios da cidade, em pedido que após discussão foi aprovado, concedendo oito braças de frente com 20 de fundo, em quadra do bairro Alto, fazendo frente para a rua São José e, fundo com a rua Direita, ficando a cargo do presidente esta demarcação. O documento foi lavrado em ata, pelo secretário Francisco Ferraz de Camargo.

Na reunião também foi apresentado ao presidente uma conta corrente, na qual mostrava a distribuição de dinheiro oriundo da arrecadação do imposto das carnes verdes, bem como o subsídio empregado nas obras do cemitério da cidade, onde a Câmara distribuiu a quantia de 400:000 na referida obra. Já na sessão extraordinária de 19 de fevereiro de 1860, também sob a presidência de Ramos Correa foi colocado em votação a criação de uma comissão, de pessoas que ficaram com a responsabilidade de estabelecer a divisa de Piracicaba com a cidade de Brotas, onde a Câmara desta cidade limítrofe seria notificada da decisão.

Cemitério da Saudade

O cemitério da Saudade foi formado inicialmente por um cemitério protestante, implantado com a concessão ao médico alemão Otto Rudolpho Kupfer, pela Câmara Municipal, em 22 de janeiro de 1860. Na época os protestantes, no caso luteranos, não podiam ser sepultados em cemitérios católicos. Theodore Loose foi um dos primeiros a serem sepultados em 1869. Em 1906 o vereador Francisco Morato propôs a construção de um portal de entrada no Cemitério Municipal, que ocasionou a demolição do muro que separava os mortos de diferentes religiões, projetado por Serafino Corso e construído por Carlos Zanotta.

Somente em 1953 passou a se denominar Cemitério da Saudade. Ali encontram-se sepultados Prudente de Moraes, Barão de Rezende, Almeida Junior, Erotídes de Campos, Fortunato Losso Netto, Leandro Guerrini, entre outras personalidades piracicabanas.

Além do cemitério da Vila Rezende e do Parque da Ressureição - administrado pela Diocese de Piracicaba, o Cemitério da Saudade guarda mais de 124 mil restos mortais. Foi fundado em 1872, ele foi o terceiro a ser construído na cidade. Em Piracicaba nesse tempo existiam outros dois cemitérios, porém católicos: o primeiro ficava localizado na Praça Tibiriçá, onde atualmente se encontra a E.E. Morais Barros e o segundo, onde hoje se localiza o Colégio Dom Bosco-Assunção, esse servia apenas aos padres e freiras.

Como os dois locais pertenciam às ordens religiosas a administração era feita pela igreja, que exigia comprovantes de batismo e extrema unção para o sepultamento, dificultando assim o enterro dos negros, judeus, ciganos e também os protestantes. 

No cemitério da Saudade, ao todo são mais de 145 m² de extensão, em aproximadamente 20 mil túmulos, distribuídos em 90 quadras, uma avenida, 12 ruas e 11 travessas (de A a K). O local escolhido difere dos outros cemitérios, ficava longe do centro da cidade, em terras que eram usadas para o cultivo de algodão, e também de cana. No local apenas os que fossem comprovados legitimamente protestantes poderiam ser enterrados, situação que só mudou em dezembro de 1872.

As primeiras pessoas a ocuparem o campo santo foram: família Wolling em 1878; família Lohse, em 1878; família Theodor Loose, em 1878 e família Gott, em 1873. A municipalização de cemitérios só ocorreu em Junho de 1890, pelo então imperador Dom Pedro II. E para marcar esse novo momento o primeiro sepultamento realizado na Saudade já como cemitério municipal foi o da escrava Gertrudes.

A predominância religiosa é a Católica, dado aos números de crucifixos, alguns com verdadeira obra de arte, em mármore, granito e bronze. Além disso, muitas das sepulturas do local exibem requintadas esculturas em materiais nobres que trazem marcas de várias vertentes artísticas. No estado de São Paulo o cemitério da Saudade é o terceiro mais antigo e um dos mais representativos do Brasil.

Na época, o prefeito Aquilino José Pacheco montou a sua atual estrutura, ordenando os túmulos, colocando guias e sarjetas, drenando as águas pluviais que causavam erosão e infiltrações nas sepulturas. O portal do cemitério é uma construção de caráter monumental, com inspiração no "Arco do Triunfo", clássico.

ACHADOS DO ARQUIVO - a série "Achados do Arquivo" se pauta na publicação de parte do acervo do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, ligados ao Departamento Administrativo, criada pelo setor de Documentação, em parceria com o Departamento de Comunicação Social, com publicações no site da Câmara, às sextas-feiras, como forma de tornar acessível ao público as informações do acervo da Casa de Leis.

Leia mais:

Documentário da Câmara Municipal registra o simbolismo deste campo santo para a cidade

 



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Revisão:  Martim Vieira - MTB 21.939




Achados do Arquivo Documentação

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