Vereadora defende barrar candidatura de quem comete violência contra mulheres

A vereadora Rai de Almeida (PT) denunciou o estado de conservação de unidades que prestam atendimento em saúde no município. Ao ocupar a tribuna durante a 57ª Reunião Ordinária, nesta quinta-feira (9), a parlamentar exibiu, no telão do plenário, fotos de dois locais que fiscalizou recentemente.

Na unidade de saúde do Bosques do Lenheiro, as imagens registradas por Rai de Almeida mostram paredes com tinta descascando e presença de mofo, telhas ausentes e fiação exposta e remendada com fita adesiva —problemas que revelam, segundo assinalou a vereadora, "indício de umidade, falta de manutenção, risco elétrico, precarização do local para uso profissional e insalubridade no ambiente de saúde".

"E aí, por incrível que pareça, as servidoras são proibidas de ir de brinco, anel e colar. A alegação é de que não pode ir com nenhum adereço porque tem problemas de bactérias —e eu até concordo com isso—, mas quer maior foco de bactérias do que a unidade estar nessa situação?", questionou a parlamentar.

A sede do Crab (Centro de Referência para Atenção Básica em Saúde) do Piracicamirim, que passa por reformas desde abril, também tem gerado transtornos a usuários, de acordo com a vereadora. "A Saúde está fazendo uma reforma em toda essa unidade, com o atendimento normal: é o caos. Os lugares que já passaram pela reforma já têm problema de umidade, inclusive quando chove já escorre água pelas paredes", ilustrou.

Na sequência de sua fala, Rai de Almeida afirmou querer mobilizar a sociedade para que a legislação eleitoral passe a barrar candidaturas de quem comete violência contra mulheres. "A sociedade não tem nenhuma lei que pune a candidatura daqueles que cometem agressões, para serem impedidos, por exemplo, de disputar as eleições", refletiu.

"Assim como temos a Lei da Ficha Limpa para quem comete atos de corrupção e não pode ser candidato, precisamos fazer uma campanha para ter na legislação eleitoral um dispositivo em que aqueles que cometem violência contra a mulher —e transitada a sentença de um processo—, que essa pessoa não possa ser candidata a nenhum cargo eletivo", completou a vereadora.

Rai de Almeida lamentou que hoje, apesar de se discutir na sociedade a violência contra as mulheres, sejam "depois eleitos aqueles que praticam violência contra as mulheres". "Que tenhamos uma lei eleitoral que impeça aqueles que cometem crimes contra as mulheres de ser candidatos, de ter legendas. Porque, enquanto elegermos quem pratica violência, eles não vão ser favoráveis às leis que mitigam a violência contra a mulher", concluiu.