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03 DE AGOSTO DE 2022

Roda de conversa incentiva homens a falarem da violência de gênero


Debate foi estimulado pela vereadora Rai de Almeida em evento na Casa de Cultura Hip Hop.



EM PIRACICABA (SP)  

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Roda de conversa foi realizada nesta terça-feira

Roda de conversa foi realizada nesta terça-feira
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Roda de conversa foi realizada nesta terça-feira



Parte de uma série de eventos promovidos pela Câmara Municipal de Piracicaba para debater o tema, uma roda de conversa realizada na Casa de Cultura Hip Hop, na tarde desta terça-feira (2), tratou da violência de gênero. Além de mulheres, homens, em igual número, participaram da atividade, que foi conduzida pela vereadora Rai de Almeida (PT).

O estímulo à presença masculina na roda de conversa cumpriu o objetivo de ampliar o público alcançado por discussões sobre violência contra a mulher, geralmente restritas a vozes femininas. O evento abordou a vigência da Lei Maria da Penha no Brasil e abriu espaço para que os participantes contribuíssem com relatos do que vivenciam no dia a dia.

A parlamentar falou das ações que a Rede de Atendimento e Proteção à Mulher —que tem como um de seus organismos integrantes a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara, da qual Rai e as outras três vereadoras da atual legislativa fazem parte— tem buscado colocar em prática para aumentar a conscientização da sociedade e cobrar ações governamentais efetivas.

Rai contou a história de Maria da Penha, mulher vítima de violência doméstica cujo nome batizou a lei federal 11.340/2006. Profissional farmacêutica, ela sobreviveu a tentativas de assassinato do marido, que era professor universitário. Sua luta por uma legislação para punir crimes de gênero, no entanto, só encontrou eco em instituições internacionais. "A partir da pressão que veio de fora é que foi criada a Lei Maria da Penha. Foi uma imposição dos órgãos internacionais dos quais o Brasil é signatário", disse a anfitriã da roda de conversa.

A vereadora explicou que a lei, tida como "a mais importante mundialmente com este teor", trouxe mecanismos de combate à violência contra a mulher, distinguindo cinco tipos:  psicológica, física, patrimonial, moral e sexual. Rai dirigiu-se aos homens participantes para reforçar a necessidade de serem atuantes no enfrentamento do machismo estrutural.

"Precisamos conversar com os homens porque vocês precisam ser nossos parceiros na luta contra a violência, no combate à violação dos direitos. Mesmo se, porventura, o homem for um agressor, [com a conscientização] ele também rompe com o ciclo da violência. Essas rodas de conversa permitem saber o que é a violência e que a compreendamos. Ela é estruturante na sociedade, que naturaliza a violência contra a mulher. É como se as mulheres estivessem num patamar de inferioridade em relação aos homens", refletiu.

Representando o Casvi, Laura Queiroz falou das lutas encampadas pela Rede de Atendimento e Proteção à Mulher, que surgiu em Piracicaba em 2018 justamente em razão da Lei Maria da Penha, que prega a articulação dos serviços de proteção à mulher. Ela defendeu maior investimento em pessoal na Delegacia de Defesa da Mulher, a Casa Abrigo em Piracicaba e a realização de campanhas amplas de conscientização contra a violência de gênero, "um problema estrutural da sociedade", como classificou.

"Sozinho a gente não faz nada. Precisamos levar essas informações a todos os espaços sociais para discutir na própria comunidade. Vai funcionar a hora em que começar a fazer de fato sentido para as pessoas. Precisamos tornar isso importante aqui fora, uma discussão cotidiana", comentou Ubirajara Sabino, coordenador-geral da Casa de Cultura Hip Hop.

Marcus Silveira, educador físico que também participou da discussão, endossou a necessidade de levar a discussão a mais espaços, a exemplo do proposto pela roda de conversa. "Tem que abrir o debate a todos. É fácil falar para os nossos; temos que falar para outros grupos", afirmou.

"Cada um precisa se conscientizar da cultura machista que há na nossa sociedade e que ela faz parte da estrutura social. Precisamos mudar a cultura do nosso país e exigir do Estado a educação para a não-violência e contra o racismo, a LGBTfobia", completou Rai.

A roda de conversa desta terça-feira integrou a programação feita pela Câmara com discussões sobre a Lei Maria da Penha, que prevê evento no Jardim Planalto, nesta quarta-feira (3), e um ciclo de três palestras na Escola do Legislativo até sexta-feira (5).



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Mulher Rai de Almeida

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