PIRACICABA, QUARTA-FEIRA, 15 DE MAIO DE 2024
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15 DE JUNHO DE 2023

Câmara questiona Prefeitura sobre ações de prevenção à febre maculosa


Com grande quantidade de capivaras na área urbana em Piracicaba, vereadores se preocupam com o surgimento de casos da doença; Campinas declarou surto após quatro mortes



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Guilherme Leite - MTB 21.401 (1 de 2) Salvar imagem em alta resolução

Após acordo, Comissão de Estudos das Enchentes foi prorrogada por mais 30 dias

Após acordo, Comissão de Estudos das Enchentes foi prorrogada por mais 30 dias
Foto: Guilherme Leite - MTB 21.401 (2 de 2) Salvar imagem em alta resolução

Vereador Trevisan Jr (PL) é o autor do requerimento que questiona Prefeitura sobre infestação de carrapatos estrela

Vereador Trevisan Jr (PL) é o autor do requerimento que questiona Prefeitura sobre infestação de carrapatos estrela
Foto: Guilherme Leite - MTB 21.401 Salvar imagem em alta resolução

Após acordo, Comissão de Estudos das Enchentes foi prorrogada por mais 30 dias






A Câmara Municipal de Piracicaba aprovou em regime de urgência, na 34ª Reunião Ordinária, nesta quinta-feira (15), o requerimento nº 535/2023, de autoria do vereador Laércio Trevisan Jr. (PL), que questiona a Prefeitura sobre as providências adotadas para prevenção à disseminação da febre maculosa na cidade. Nas declarações de voto da propositura, vários vereadores relataram que foram procurados por munícipes preocupados com a doença, tendo em vista a grande quantidade de capivaras em circulação na área urbana de Piracicaba. O animal é hospedeiro do carrapato estrela, transmissor da febre maculosa. Esta semana, um surto foi registrado em Campinas, após a morte de quatro pessoas que participaram de um mesmo evento, no fim de maio.

Ao declarar voto, o autor do requerimento exibiu um vídeo do Parque da Rua do Porto, com a presença de vários grupos de capivaras. Segundo Trevisan Jr., a estimativa é de que existam cerca de 1,5 mil capivaras em circulação pela área urbana da cidade. Ele lembrou que o local chegou a ser fechado por alguns meses por causa da infestação de carrapatos. “O poder público pode tomar providências e fazer convênio com o Ibama. Tem que ter um mapeamento das áreas de risco, sinalização, campanha. A Prefeitura tem que ter um programa de manejo desses animais para seu habitat natural”, afirmou.

O presidente da Casa, Wagner de Oliveira, o Wagnão (Cidadania), demonstrou preocupação com a presença de crianças no Centro Infantil de Educação no Trânsito, que funciona no parque e cogitou a possibilidade de solicitar a suspensão das atividades no local. A vereadora Sílvia Morales (PV), do Mandato Coletivo A Cidade é Sua, também assinou o requerimento, já que apresentou um documento com o mesmo conteúdo.

O vereador Gilmar Rotta (PP) também declarou voto e lembrou de outros locais da cidade que possuem circulação de capivaras, como a avenida Cruzeiro do Sul e a Esalq. Ele recebeu um vídeo de moradores do bairro IAA que demonstram a presença de capivaras em um condomínio fechado e até mesmo dentro de escolas do bairro. “Cada fêmea pode gerar cinco filhotes a cada cinco meses, então é um animal que se reproduz muito rapidamente”, colocou. O líder do governo, vereador Josef Borges (Solidariedade), disse que só o Ibama pode fazer o manejo das capivaras.  

“Podemos ter casos fatais se não tomarmos as medidas”, disse a vereadora Rai de Almeida (PT). “O Ibama pode ter a responsabilidade, mas o governo municipal pode buscar as informações necessárias e adotar as medidas”. A vereadora Ana Pavão (PL) adiantou que teve uma conversa com o secretário de Meio Ambiente, Alex Salvaia, que informou sobre a realização de uma ação na Rua do Porto para transferência das capivaras para o Rio Piracicaba e dedetização do espaço. “Temos que tomar cuidado, temos que orientar a população, mas não podemos deixar a população desesperada”, alertou. 

O vereador Gustavo Pompeo (Avante) comentou sobre três casos de mortes por febre maculosa em Piracicaba em 2019 e também a morte do assistente social Totó Danelon, em 2020. Citou toda a orla do Rio Piracicaba, que é muito usada para a prática de caminhada e corrida e demonstrou preocupação com o diagnóstico tardio, já que muitos casos são tratados como dengue e os sintomas da febre maculosa acabam se agravando. O vereador Paulo Camolesi (PDT) pontuou outros espaços que são frequentados por capivaras, como o Bosque da Água Branca. Já o vereador Pedro Kawai (PSDB) avaliou que a Prefeitura deve fazer uma força-tarefa e fiscalizar as chácaras que promovem festas.

Comissão de Estudos – Na 34ª Reunião Ordinária, o Plenário também aprovou o requerimento nº 505/2023, de autoria da Comissão de Estudos das Enchentes, que pede a prorrogação do prazo para a realização dos trabalhos. A apuração tem o objetivo de analisar a suspeita de descumprimento dos orçamentos de 2021 e 2022 para obras de combate às enchentes pelo Poder Executivo. O pedido inicial era para que o prazo se estendesse por mais 90 dias, mas houve acordo para um prazo menor, de 30 dias, tendo em vista que a comissão já está em fase de elaboração do relatório final.

Iniciativa popular – Já o projeto de emenda à Lei Orgânica nº 2/2022, de autoria da vereadora Sílvia Morales e mais 12 parlamentares, que apresentava a proposta de adesão digital dos cidadãos aos projetos de iniciativa popular, foi rejeitado por não ter alcançado o número mínimo de votos. Com quórum qualificado, seriam necessários 16 votos favoráveis, mas apenas 14 vereadores votaram a favor da proposta, tanto na votação do substitutivo elaborado pela CLJR (Comissão de Legislação, Justiça e Redação) quanto na votação do projeto original. Com isso, a matéria foi rejeitada.

Na 34ª Reunião Ordinária, foram ainda aprovados outros oito requerimentos, dos quais dois em urgência. Em segunda discussão, foi aprovado o projeto de lei complementar 1/2023, de autoria da vereadora Alessandra Bellucci (Republicanos), que trata da afixação de placas de advertência sobre a presença de cães; o PL 31/2023, de autoria do vereador Thiago Ribeiro (PSC), que institui o “Dia Municipal de Combate à Aporofobia”; o PL nº 63/2023, de autoria do vereador suplente Antônio Moacyr Francetto Jr. (PSC), o Pássaro, que altera a legislação municipal referente ao trânsito de veículos de carga na área urbana do município, além de duas denominações de espaços públicos e duas instituições de datas comemorativas no calendário oficial.

Os demais projetos de lei que estavam em primeira discussão não foram apreciados por falta de tempo. A Tribuna Popular foi ocupada pela presidente do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, Cláudia Renata Novolette. Confira, no vídeo, nesta página, a íntegra da 34ª Reunião Ordinária.



Texto:  Aline Macário - MTB - 39.904
Supervisão:  Rebeca Paroli Makhoul - MTB 25.992
Imagens de TV:  TV Câmara


Reunião Ordinária Institucional Laércio Trevisan Jr

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