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06 DE JUNHO DE 2022

Abelhas e agricultura: uma parceria que pode dar cada vez mais certo


Escola do Legislativo promoveu, na tarde desta segunda-feira (6), a palestra “Agricultura e as Abelhas”. Atividade integra a Simapira 2022.



EM PIRACICABA (SP)  

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Sílvia Morales (PV), diretora da Escola do Legislativo

Sílvia Morales (PV), diretora da Escola do Legislativo
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Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”

Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”
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Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”

Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”
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Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”

Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”
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Marcela Grillo, engenheira ambiental

Marcela Grillo, engenheira ambiental
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Marcela Grillo, engenheira ambiental

Marcela Grillo, engenheira ambiental
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Elaine Basso palestrou em nome da startup GeoApis, que faz a ponte entre produtores rurais e criadores de abelhas

Elaine Basso palestrou em nome da startup GeoApis, que faz a ponte entre produtores rurais e criadores de abelhas
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Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”

Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”
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Elaine Basso defende maior comunicação e integração entre agricultores e criadores de abelhas

Elaine Basso defende maior comunicação e integração entre agricultores e criadores de abelhas
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Elaine Basso, Sílvia Morales e Marcela Grillo

Elaine Basso, Sílvia Morales e Marcela Grillo
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Sílvia Morales, diretora da Escola do Legislativo

Sílvia Morales, diretora da Escola do Legislativo
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Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”

Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”
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Palestra integra o ciclo “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”



A criação de abelhas e a produção agrícola podem convier de forma harmônica, com benefícios mútuos para ambas as atividades. Essa foi a tônica da palestra intitulada “Agricultura e as Abelhas”, realizada de forma presencial, na tarde desta segunda-feira (6), na Escola do Legislativo da Câmara Municipal de Piracicaba.

A palestra, que integra o calendário da Simapira 2022, as Semanas Integradas do Meio Ambiente de Piracicaba, faz parte de um ciclo de atividades denominado “As abelhas, as atividades econômicas e Sustentabilidade”, que trará aos interessados, até o final do mês, palestra, oficina e roda de conversa sobre o tema.

“Essa palestra havia sido aprovada há algum tempo pelo Conselho da Escola do Legislativo, e nós a inserimos na Simapira, pois tem tudo a ver”, disse a diretora da Escola do Legislativo, Sílvia Morales (PV), do Mandato Coletivo "A Cidade é Sua", que ainda acrescentou: “nós teremos ainda mais três atividades relacionadas à temática: no dia 23 de junho haverá a palestra ‘Plano de Negócios na Atividade do Mel’; no dia 24 de junho, haverá a oficina ‘Criação de abelhas sem ferrão e dicas para jardim’; e, no 28 deste mês, acontece a roda de conversa ‘Legislação e Registro de Colmeias' ”.

O papel das abelhas - A engenheira agrônoma Elaine Basso, que palestrou em nome da startup GeoApis, destacou que o meio ambiente não é uma abstração, mas a concretude do local onde vivemos - o que inclui a cidade e o campo -, e que as abelhas são insetos extremamente importantes para garantir o seu correto funcionamento: “sem as abelhas nós não temos a manutenção dos nossos ecossistemas e de nossos biomas”, pontuou.

De acordo com a engenheira agrônoma, somente no Brasil existem cerca de 2500 espécies de abelhas catalogadas, das quais algumas apenas 5% vivem em colmeias. As outras 95%, segundo a palestrante, são abelhas solitárias, como por exemplo a mamangava e a abelha da orquídea, o que dificulta muitas vezes a identificação de novas espécies. De acordo com ela, cada uma destas abelhas possui uma especificidade e, em conjunto, garantem a manutenção de um meio ambiente equilibrado:

“São elas que fazem a polinização em mais de 75% das plantas do planeta. Então, elas são as maiores polinizadoras e, se queremos um bioma ativo, é preciso que essas plantas tenham flores, que elas sejam polinizadas e que depois gerem frutos e sementes para que essas sementes gerem outras plantas, e quem faz isso são as abelhas”, destaca a representante da GeoApis.

Ainda segundo Elaine, as abelhas são essenciais para a reprodução de 35% das espécies de plantas, e cerca de 24% dos vegetais possuem uma alta dependência das abelhas para gerarem descentes.

Além da perpetuação das espécies vegetais, a polinização feita pelas abelhas também ajuda na produção de frutos mais resistentes, saudáveis, maiores e mais saborosos e, de acordo com Elaine Basso, esse é um dos fatores que faz com que cada vez mais agricultores, apicultores (criadores da espécie Apis Mellifera) e meliponicultores (criadores de abelhas sem ferrão) busquem integrar suas práticas.

Realidade no campo – Se por um lado há um crescimento cada vez maior de pesquisas que reforçam a essencialidade das abelhas para um meio ambiente saudável e para uma agricultura mais produtiva, por outro, nem sempre a relação entre produtores agrícolas e criadores de abelhas é marcada pela cooperação.

Eliana explica que, geralmente, o criador de abelhas não é o proprietário das terras onde desenvolve sua atividade, mas sim que leva suas caixas com abelhas para esses locais, muitas vezes até mesmo sem o conhecimento da outra parte. Em muitos casos, a falta de relacionamento e de comunicação entre ambos os setores acaba por gerar confrontos:

“O produtor rural, muitas vezes, desconhece a localização dos apiários, tem medo de ataques de abelhas e tem medo de ser processado por apicultores por perdas e danos quando há mortandade de abelhas. Por outro lado, o que o criador de abelhas mais quer é um pasto apícola de qualidade, com diversidade de flores, que as plantas estejam cheias de néctar, que seja uma florada boa, pois assim ele produz mais mel. Caindo a produção, cai a renda. E há também a mortalidade das abelhas, que é preciso sempre fazer o monitoramento”, falou.

A segunda palestrante da tarde, a engenheira ambiental que trabalha no ramo sucroalcooleiro, Marcela Grillo, destacou que a presença de abelhas nas fazendas produtoras de cana-de-açúcar, apesar da cultura não depender da polinização destes insetos, pode render bons frutos: “o grande produtor ele precisa de quem está ali dentro e saber como ele está inserido e quais as suas necessidades. Se todo mundo trabalhar junto, lá para frente, quando vem uma auditoria, grandes certificações internacionais, para a gente conseguir expor nosso produto, são esses caras que indiretamente estão nos ajudando. É uma grande parceria”, disse.

Defensivos agrícolas – A aplicação dos chamados defensivos agrícolas, popularmente conhecidos como agrotóxicos, segundo Elaine, pode afetar as abelhas. No entanto, para ela, a morte desses insetos por é algo muito mais relacionada ao manejo e aplicação incorretos dessas substâncias do que propriamente do efeito da substância em si:

“Para você utilizar esse produto, há uma bula que informa a praga a ser controlada, a planta a ser aplicada e a dosagem. É igual um remédio, que você só pode usar seguindo aquela bula”. Segundo Basso, o quando o produto é comercializado em campo, muitas vezes ele é empregado de forma diversa da originalmente testada e aprovada em ensaios e, assim, causa danos não só às abelhas, mas à saúde humana e animal no geral, algo que segundo ela só será alterado com maior integração e capacitação técnica de todos os envolvidos.

De forma semelhante, Macela Grillo salientou que para reverter estes e outros problemas, a conscientização ambiental é imprescindível: “a conscientização ambiental muda vidas. Você não precisa ser um ativista, um ambientalista global, mas se você começa na sua vizinhança, na sua rua, e com os seus colegas de trabalho, você vai espalhando essa sementinha e levando esse conhecimento adiante”, concluiu.



Texto:  Fabio de Lima Alvarez - MTB 88.212
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Revisão:  Fabio de Lima Alvarez - MTB 88.212


Escola do Legislativo Silvia Maria Morales

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