08 DE OUTUBRO DE 2014
Fiéis que fazem pregação semanal na praça José Bonifácio e próximo ao TCI são alvo de reclamações por conta do barulho; líder diz ter autorização do Executivo desde 2003.
Grupo de 17 evangélicos procurou o presidente da Câmara na manhã desta quarta-feira
Dezessete fiéis ligados a igrejas evangélicas de Piracicaba procuraram o presidente da Câmara, João Manoel dos Santos (PTB), para repudiar a ação de agentes da Guarda Civil Municipal que, na manhã desta quarta-feira (8), questionaram a pregação que era feita pelo grupo no Centro da cidade.
Chamado de "Culto Bom Dia com Jesus", o movimento reúne membros de diferentes denominações religiosas, como Assembleia de Deus e Igreja do Evangelho Quadrangular, para toda quarta-feira, das 9h às 10h, levar mensagens bíblicas às pessoas que circulam pelas praças José Bonifácio e do TCI (Terminal Central de Integração).
Líder do grupo, o pastor Amadeu Lopes Barbosa diz ter desde 2003 autorização da Prefeitura para atuar em ambos os locais. Na época, o próprio João Manoel, em seu primeiro mandato como presidente da Câmara, interveio no episódio e conseguiu a liberação, por meio da Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente.
Na manhã desta quarta-feira, membros do movimento afirmam terem sido abordados por agentes do Pelotão Ambiental da GCM, que indagaram se o grupo estava autorizado a pregar na praça José Bonifácio.
João Manoel mostrou-se indignado com a abordagem. "Este é um trabalho que vem dando certo. Muitos moradores de rua têm se reintegrado a suas famílias e outros têm ido embora para suas cidades de origem. É, além de evangélico, um trabalho social, de grande alcance", comentou.
"Hoje, pode destruir a praça, mas pregar o evangelho não pode", continuou o vereador, que conversou por telefone com o procurador-geral do município, Mauro Rontani, e cobrou explicações. "Quero saber o que está acontecendo. Vou fazer um ofício ao prefeito, relatando o que está ocorrendo, para depois darem um retorno para mim."
"É lamentável uma situação dessas. Se há pessoas que estão sendo prejudicadas pelo barulho, das 9h às 10h, sinto muito. Em Piracicaba agora não se pode fazer nada? É um absurdo isso, são pessoas que pensam que são donas da cidade", comentou o presidente da Câmara, que criticou quem acha que pregar o evangelho "perturba os ouvidos".