25 de setembro de 2025
Vereador vai à Represa do Salto Grande averiguar denúncia de despejo de esgoto
Pedro Kawai foi à cidade de Americana nesta quarta (24), a convite da Associação Amigos da Represa Salto Grande, para analisar situação que pode afetar o Rio Piracicaba
O vereador Pedro Kawai (PSDB) visitou a Represa do Salto Grande, em Americana, na manhã desta quarta-feira (24) para averiguar possíveis pontos de despejo irregular de esgoto. Formada pelo Rio Atibaia, a represa se junta às águas do Rio Jaguari a jusante, dando origem ao Rio Piracicaba, ainda na cidade de Americana.
A visita foi motivada por recentes publicações nas redes sociais de Marcelo Masoca, presidente da Associação Amigos da Represa Salto Grande, e de Thiago Brasil, diretor da entidade. As postagens - parcialmente reproduzidas pelo parlamentar piracicabano na tribuna da 51ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Piracicaba - mostram locais em que a água da represa apresenta tonalidade escura e materiais flutuantes.
De acordo com os membros da Associação, que receberam e conduziram o parlamentar durante a visita, os efluentes não tratados, além de impactarem diretamente a represa e contribuírem para a proliferação de microalgas e aguapés, podem igualmente trazer prejuízos para a qualidade da água do Rio Piracicaba.
“Nosso objetivo é averiguar in loco essa situação, entender o que acontece aqui e de que forma isso pode impactar em Piracicaba”, disse o vereador, que é um dos oito parlamentares que assinam o projeto de decreto legislativo 55/2025, convertido no decreto legislativo 48/2025, que institui na Câmara Municipal de Piracicaba a Frente Parlamentar em Defesa do Rio Piracicaba.
Saindo do bairro Praia Azul, o primeiro ponto visitado é conhecido como final da Lagoa do Berinjela, o mesmo local do vídeo exibido em plenário. Ao passar com o barco, com o motor em baixa rotação, uma água de tonalidade mais escura e com cheiro forte emerge.
“Podemos ver aqui a eclosão de esgoto puro que estava no fundo. Esgoto indo para a boca da população. Isso é a sedimentação do esgoto, que acontece pois o trecho é de água parada. Acontece a putrefação, a contaminação da água”, comenta Marcelo Masoca, apontando para uma tubulação direcionada para a represa.
“Você só vê isso aqui nessa região. Subindo a represa em direção a Paulínia, você não vai observar essa concentração de esgoto”, completa Thiago Brasil.
Seguindo à jusante, Marcelo conduz a embarcação para uma região próxima a dois clubes. De acordo com ele, a água no local também apresenta, com frequência, tonalidades mais escuras e cheiro forte, demandando fiscalização.
Na sequência, o barco ruma para as proximidades da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Americana, também conhecida como Usina Hidrelétrica de Salto Grande.
De acordo com o presidente da Associação, é possível observar uma água de tonalidade mais clara, um pouco esverdeada, devido à presença de cianobactérias, microrganismos aquáticos capazes de realizar fotossíntese.
O próximo ponto a que o vereador é levado, já a mais de 13 quilômetros a montante, situa-se na extremidade oposta da represa, onde o grande espelho d'água aos poucos começa a estreitar, e o Rio Atibaia, já na cidade de Paulínia, retoma sua calha natural, com não mais do que 20 metros de uma margem à outra.
A água se mostra agora com coloração mais barrenta e objetos plásticos e outros rejeitos flutuantes se amontoam em alguns pontos. Segundo Masoca, isso se dá em grande parte devido às chuvas recentes que atingiram a região.
“A água aqui já é outra, o cheiro é outro, muito melhor”, sinaliza o presidente da Associação Amigos do Salto Grande.
Passando o terminal turístico Luiz Pellati, conhecido como Mini-Pantanal, o barco ruma até a estação de tratamento de água localizada logo após a ponte estaiada da Avenida João Aranha.
Lá, Thiago Brasil mergulha uma garrafa plástica de 500 ml e coleta uma amostra da água, assim como havia feito no primeiro ponto em que a embarcação havia parado.
Ao retornar para o ponto de partida, as duas garrafas são colocadas lado a lado e comparadas.
“Essas são duas amostras de água que a gente tirou. Uma nos limites da cidade de Americana e outra nos limites de Paulínia, no mesmo curso d’água. E olha a diferença: uma é esgoto puro e a outra tem um pouco de terra. Essa é a diferença, infelizmente”, diz o diretor da Associação.
“Hoje foi um dia de acompanhar uma solicitação, um pedido do Marcelo e do Thiago, para a gente conhecer a realidade da represa Salto Grande, o que está acontecendo com ela, e que reflete no Rio Piracicaba. Vamos agora procurar o poder público de Americana para tentar buscar uma solução para esse problema que afeta diretamente o município de Piracicaba, principalmente na questão do tratamento de água”, concluiu Pedro Kawai.
Supervisão: Rodrigo Alves - MTB 42.583
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