04 de novembro de 2025
Roda de conversa propõe reflexão sobre a memória das vítimas do Comurba
Evento acontece nesta quarta-feira (4), no Museu Prudente de Moraes, a partir das 14h; participação é gratuita e não precisa inscrição prévia
A programação da Semana em Memória das Vítimas do Edifício Luiz de Queiroz – Comurba continua nesta quarta-feira (5) com a roda de conversa “Comurba – Perdas Humanas”, que será realizada das 14h às 16h, no Museu Prudente de Moraes (rua Santo Antônio, 641, Centro). A atividade é gratuita e aberta ao público, sem necessidade de inscrição prévia. A realização é da Câmara Municipal de Piracicaba, por meio da Escola do Legislativo.
Instituída por meio do decreto legislativo 61/2025, de autoria da vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo “A Cidade é Sua”, a semana foi criada para reconhecer e resgatar a memória das 48 pessoas oficialmente mortas no desabamento do edifício Luiz de Queiroz, conhecido como Comurba, ocorrido em 6 de novembro de 1964.
Aberta na segunda-feira (3), no Poupatempo Piracicaba, também como parte da semana, a exposição “Perdas Humanas – Edifício Luiz de Queiroz (Comurba)” apresenta, por meio de fotos, informações e gráficos, parte da história das vítimas da tragédia. O local da mostra é simbólico: o Poupatempo está instalado justamente no espaço onde funcionaria o estacionamento do edifício que desabou há 61 anos.
O levantamento fotográfico e a pesquisa histórica são obras do psicólogo Eduardo Nalin, que conduzirá a roda de conversa no museu. Em um trabalho junto com o grupo ECO 64 — formado por parentes das vítimas —, ele busca reconstruir a memória coletiva e individual das pessoas que perderam a vida no desabamento.
“Essa é a primeira semana instituída em memória às vítimas, e o que nos mobilizou foi a necessidade de trazer à cidade o conhecimento do que aconteceu. O mais incrível é que estamos conseguindo trazer simbolicamente as vítimas de volta ao local da tragédia. Isso depois de 61 anos. Nós estamos rompendo um silêncio em silêncio”, destacou Eduardo Nalin, que desenvolveu todo o trabalho de forma voluntária.
Para Silvia Morales, autora da lei que institui a semana e também da Lei 10.191/2024, que cria o Memorial às Vítimas do Edifício Luiz de Queiroz – Comurba na Praça José Bonifácio, as ações representam um passo importante para resgatar uma história esquecida por décadas. “O desabamento foi uma tragédia que marcou muito o Estado e o país, porém não teve continuidade nem visibilidade. Agora, depois de 61 anos, promovemos debates, homenagens e visibilidade às vítimas e seus familiares”, disse.
O memorial ainda aguarda construção e deverá ser erguido com apoio da iniciativa privada. O projeto foi elaborado por voluntários e simboliza a permanência da memória das vítimas no mesmo espaço onde o edifício desabou.
Além da roda de conversa desta quarta-feira, a programação segue com outras atividades. Na quinta-feira (6), às 19h, haverá exibição de uma entrevista gravada com Eduardo Nalin, no Instituto Beatriz Algodoal (rua São José, 446, Centro), sobre o trabalho de recuperação das memórias das vítimas. E na sexta-feira (14), às 9h, acontece visita guiada ao Cemitério da Saudade, conduzida pelos historiadores Maurício Beraldo e Paulo Tot Pinto, autores do livro “Somos Todos Iguais”, com foco nos túmulos das vítimas do Comurba.
Supervisão: Rodrigo Alves - MTB 42.583
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