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01 DE JUNHO DE 2022

Reunião amadurece ideia para campanha contra a violência à mulher


Proposta apresentada em reunião promovida pela Procuradoria Especial da Mulher é de uma ampla ação com mensagens de impacto em cartazes.



EM PIRACICABA (SP)  

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Inspirada em um movimento que teve êxito no norte de Portugal e Espanha, a ideia de lançar em Piracicaba uma ampla campanha de combate a violência à mulher ganhou apoio nesta quarta-feira (1º). Promovida pela Procuradoria Especial da Mulher, colegiado composto pelas vereadoras da Câmara, uma reunião com a participação de representantes de diversas instituições serviu para amadurecer a proposta trazida pela professora Célia Regina Rossi.

A docente da Unesp (Universidade Estadual Paulista) na área de direitos humanos compartilhou o que viu quando passou pelos dois países ibéricos, entre 2017 e 2018: de lojas a bares, cartazes foram afixados com mensagens para impactar as pessoas sobre a violência cometida contra as mulheres e explicitar a posição de repúdio dos comércios que aderiram à iniciativa. "Espaço livre de violências machistas", "Ponto final à violência de gênero" e "Ciúmes = controle = violência" foram algumas das frases usadas na campanha.

"Lá, aonde você vai, tem um cartaz. Teve um impacto muito grande na violência, que regrediu. Envolveu toda a sociedade, mostrando que ela não admite isso, e podemos fazer o mesmo em Piracicaba", disse Célia, acrescentando ter percebido que muitas pessoas passaram a privilegiar os comércios que aderiram à campanha. "Escolhiam comprar lá porque a loja tem uma preocupação com a violência contra a mulher", exemplificou.

Integrantes da Procuradoria Especial da Mulher, as vereadoras Rai de Almeida (PT) e Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade É Sua, reforçaram a necessidade da campanha em Piracicaba diante do que mostram as estatísticas da violência de gênero. Rai chamou a atenção para os 56.098 boletins de ocorrência referentes a casos de violência sexual registrados em 2021 no país e para os fatos de que uma mulher é estuprada no Brasil a cada 10 minutos e 30 sofrem algum tipo de violência física a cada hora.

"A violência doméstica aumenta sobremaneira em dias de jogos de futebol, em que bebida e euforia são agravantes", acrescentou, sobre a alta de 23,7% em registros de boletins de ocorrência verificada nessas datas. "Os principais motivos para uma mulher não denunciar são o medo e a vergonha de gritar ou chorar por uma violência, um tapa, um murro, os olhos inchados. Mas precisamos desse enfrentamento para que os homens tenham vergonha de fazer isso. Temos de fazê-los romper com a violência instaurada", afirmou.

Silvia Morales lembrou que iniciativas propostas pelo Legislativo para a realização de campanhas contra a violência de gênero esbarram no entendimento de que invadem uma competência que seria exclusiva do Executivo, além de implicar despesas. A saída para tirar a ideia do papel, na avaliação da vereadora, passa pela adesão de instituições e entidades de classe. "É preciso ter sindicatos, o Sesc, o Simespi comprando a ideia", ilustrou, citando organizações que estiveram representadas na reunião.

A ideia de lançar a campanha com cartazes afixados em escolas, unidades de saúde, hospitais, hotéis, estabelecimentos culturais e arenas esportivas, entre outros lugares, foi aprimorada no encontro com sugestões dadas pelos participantes. Entre elas, a de que sejam confeccionados vários modelos de cartazes, para que o público não se acostume com um único nos diversos lugares que frequente. Também foram sugeridas a participação das escolas no processo de criação e a discussão sobre a importância da campanha já nos setores de recursos humanos das empresas.

Ophir Figueiredo Jr., do Senai, comentou que a instituição "compra essa ideia na hora", o que foi reforçado por representantes de outras entidades do Sistema S. Ele pontuou que a iniciativa vai ao encontro de medidas que empresas têm adotado para cumprir os objetivos de responsabilidade social propostos pela ONU (Organização das Nações Unidas) e as normas de ESG (sigla em inglês para governança ambiental, social e corporativa). Ophir também defendeu o papel educativo da campanha. "Precisamos prevenir esse comportamento. Não é falar ao cara que bate para 'parar de bater'. É nunca bater!", distinguiu.

Sueli Chiaranda, da Secretaria Municipal de Governo, elogiou a presença de representantes dos setores de serviços, comércio e indústria na reunião, já que, argumentou, são braços que "potencializarão" o alcance da iniciativa. Laura Queiroz, do Casvi, lembrou que o envolvimento da Prefeitura na ação "é fundamental enquanto realizadora de políticas públicas". Fernanda Barletta, do Conselho Municipal da Mulher, observou que a campanha com cartazes é necessária para "provocar reflexões" sobre o machismo. Damaris Verderame, da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), alertou que as consequências da violência contra a mulher chegam ao mercado de trabalho, afetando a produtividade das vítimas e gerando afastamentos.

Representantes da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal também participaram da reunião. Ficou acertado que cada instituição terá autonomia para desenvolver seus cartazes e que um novo encontro, dentro de 60 dias, será realizado para reunir as devolutivas trazidas por cada órgão que aderir à campanha a partir das discussões que promoverá internamente com seus funcionários. Além disso, mais entidades serão chamadas a aderir à ação, entre elas a Associação Paulista de Supermercados, o setor de construção civil, as secretarias municipais de Educação e Saúde, conselhos municipais e torcidas organizadas.



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Mulher Procuradoria Especial da Mulher Rai de Almeida Silvia Maria Morales

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