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05 DE NOVEMBRO DE 2021

Palestra aborda o papel social da escola para alunos com autismo


Evento foi promovido pelo canal da Escola do Legislativo nesta sexta-feira.



EM PIRACICABA (SP)  

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Evento foi promovido no formato on-line, via plataforma Zoom.





A Escola do Legislativo, da Câmara Municipal promoveu, nesta sexta-feira (5), o primeiro dos dois encontros sobre o tema "O papel social da escola para alunos (com autismo): um trabalho com os professores”. Com direito a certificado de participação, o evento aconteceu no formato on-line, via plataforma Zoom e com transmissão simultânea pelo YouTube.

O conteúdo abordou o referencial Vigotskiano que fundamenta um outro modo de se olhar para a criança; o trabalho pedagógico com crianças diagnosticadas com autismo e também o contexto atual do Ensino Fundamental (BNCC).

Para mediar a conversa, esteve presente a diretora da Escola, vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo ‘A Cidade É Sua’. Como palestrante convidado esteve Daniel Novaes, doutor em educação na Universidade São Francisco e mestre em educação pela Universidade São Francisco, além de ser pós-graduado em educação especial com ênfase em deficiência intelectual pelo Centro Universitário Padre Anchieta. 

De acordo com Daniel Novaes, é importante observar as problemáticas dos saberes dos docentes. “A professora Selma Pimenta orienta que a pedagogia é uma ciência, isso porque temos na escola um discurso muito forte de que o papel do professor é sempre amparado por outros saberes que nem sempre são pedagógicos e, no caso das crianças com deficiência ou com autismo, esse saber vem de uma visão médico-clinica que vai sendo aplicada na sala de aula e aí se constrói uma verdade”, pontuou.

O educador ressaltou que a dificuldade no aprendizado pode chegar a todos de um modo geral. Ele citou o saber da práxis e a teoria da curvatura da vara de Demerval Saviani que empresta a expressão de Lênin para expressar três teses a respeito do movimento escolanovista versos o tradicional.

Daniel Novaes explicou que, para Salviani, a primeira tese diz respeito ao caráter filosófico do que chama de teoria histórico-crítica. Na segunda tese se defende o cientificismo da pedagogia e, por último, o caráter político, quando menos se falou em democracia no interior da escola, mas ela esteve articulada com a construção de uma escola democrática e; quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos ela foi democrática.

Na questão escolar, Daniel também citou Paulo freire e a intervenção na realidade de forma a conhecer os contextos de atuação. “Nas pesquisas realizadas nas escolas, temos muito isso, diversas áreas vão as salas de aula, especialmente da educação básica dos anos iniciais do ensino fundamental para dizer aos professores que a metodologia deles é errada, o que causa um desconforto muito grande, por que é como se o professor fosse desautorizado dentro do seu próprio espaço de trabalho por outro tipo de saber”, disse. 

É importante, de acordo com o educador, considerar múltiplos contextos, como o lugar onde a escola está inserida no bairro e o lugar que esse bairro ocupa na cidade. “Como esse lugar, esses papéis e essa relação vai sendo construída. Eu não posso esperar que uma criança que estuda em uma escola municipal de Piracicaba, aprenda a mesma coisa que uma criança lá do Rio Grande do Sul. Será que a cultura é a mesma? A função da escola é a mesma? E quando falamos de pessoas com autismo, será que eles são a mesma pessoa?”. 

Daniel disse que para os três autores citados, para fazer é preciso saber fazer, o que envolve o movimento da práxis. “Aprender na prática é um pouco mais difícil e doloroso”.

A íntegra da palestra pode ser assistida no canal da Escola do Legislativo no YouTube, clicando neste link. 



Texto:  Pedro Paulo Martins
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583
Revisão:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337


Escola do Legislativo

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