Multas de trânsito e radares voltam à pauta da Câmara

A questão das multas de trânsito aplicadas em Piracicaba voltou a ser discutida pelos vereadores, com a aprovação, em regime de urgência, do requerimento nº 1149/2025, de autoria do vereador Renan Paes (PL), durante a 54ª Reunião Ordinária, nesta segunda-feira (29). O parlamentar questiona possíveis “fraudes em multas” a partir de denúncia recebida sobre eventuais irregularidades relacionadas às infrações decorrentes do sistema de videomonitoramento na cidade.

Ele cita como exemplos a avenida Água Branca, próximo à avenida Luciano Guidotti, onde multas seriam aplicadas sem a sinalização adequada e o cruzamento da avenida Luciano Guidotti com a rua Carlos Wingeter, em que foi validada uma multa por avanço de sinal vermelho em um local onde não existe semáforo.

O vereador questiona esses casos específicos e também pergunta sobre a atuação da empresa responsável pelo sistema de videomonitoramento. “Segundo o autor da denúncia, uma empresa privada de monitoramento é responsável por ‘tirar as fotos’ e ‘fazer as multas’, enviando-as para agentes de trânsito assinarem sem que estes tenham presenciado a infração”, argumenta, no requerimento. Por isso, ele quer saber se procede essa informação e se há embasamento legal para a prática. Pergunta também qual é o procedimento correto para cancelamento, anulação de um auto de autuação realizado por agentes públicos municipais e solicita números sobre a aplicação de multas nos locais questionados.

Ao justificar voto, o vereador Gustavo Pompeo (Avante) lembrou que já começaram a funcionar os radares instalados na SP-304, em direção a Santa Teresinha. “Eu sou muito a favor da prevenção do acidente, de corrigir, de ter fiscalização. Mas a fiscalização que ninguém orienta, que a pessoa só vai saber quando chegar a multa na casa dela, não é efetiva a não ser na questão de arrecadação”, avaliou. “A nossa cidade tem um número alto de acidentes com óbito e, infelizmente, se aumenta o radar, esses números acabam aumentando também”, afirmou.

O tema também foi comentado pelo vereador Cássio Luiz Brabosa (PL), o Cássio Fala Pira, sobre a velocidade máxima permitida no trecho de Santa Teresinha e sobre a inviabilidade do local escolhido para a construção da passarela na rodovia, no ponto de acesso ao bairro Algodoal, que prejudicaria os pedestres.

O vereador Rafael Boer (PRTB) também falou sobre a ativação dos radares na rodovia e, da mesma forma, criticou o local de implantação da passarela de acesso ao bairro Algodoal. “Tenho informação que a Prefeitura vai fazer uma reunião com o DER para explicar e colocar essa situação que realmente não tem condição de ser feita a passarela tão aguardada pelo pessoal do Algodoal na parte de baixo”, afirmou.

Autor do requerimento, Renan Paes também justificou voto e salientou que é necessário apurar as denúncias. “Não sou contra o radar, a multa, a atuação como uma punição para quem transgrediu, mas acredito que a má distribuição desses equipamentos é o cerne do negócio”, ponderou. “São radares que estão mal distribuídos na nossa cidade, em locais que são ‘pegadinhas’ e seria mais efetivo se estivessem em locais de prevenção”. O parlamentar disse também que encaminhou um ofício ao Governo do Estado sobre os radares da rodovia SP-304, que estariam em uma área com pouca visibilidade.

Gustavo Pompeo voltou a lamentar sobre o local escolhido para construção da passarela na rodovia, no acesso ao bairro Algodoal. “Quando a gente tem uma boa notícia, que é a construção da passarela, descobre que existe a intenção de fazer em um lugar mais para baixo, onde as pessoas não passam. Ali tem mercado, ponto de ônibus. O Estado e o município obrigam as pessoas a transitarem por ali, coloca uma faixa de pedestre, um ponto de ônibus dos dois lados e não tem onde a pessoa passar e podem acontecer atropelamentos e acidentes”, alertou.

Confira, no vídeo, as justificativas de voto.