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16 DE SETEMBRO DE 2021

História do movimento LGBTI no Brasil é tema de palestra


Evento foi promovido, de maneira on-line, pela Escola do Legislativo nesta quarta-feira



EM PIRACICABA (SP)  

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Inscritos receberam certificado de participação.





O segundo dos quatro encontros sobre o tema "Diversidade sexual e legislação LGBTI", organizados pela Escola do Legislativo, da Câmara Municipal de Piracicaba, aconteceu nesta quarta-feira (15). Com o objetivo de fornecer formação sobre conceitos da Diversidade Sexual, o evento foi promovido de maneira on-line, via plataforma Zoom e YouTube.

O primeiro encontro abordou os conceitos de identidade de gênero e orientação sexual. Nesta quarta-feira, o tema foi a história do movimento LGBTI no Brasil, Conselhos, Conferências, Coordenarias LGBTI e Plano de Políticas Públicas.

Para mediar a conversa, esteve presente a diretora da Escola do Legislativo, vereadora Silvia Morales (PV) e, como palestrante convidado, o presidente do Conselho Municipal de Políticas para a População LGBT, Anselmo Figueiredo.

De acordo com Anselmo, o movimento LGBT no Brasil surgiu a partir da década de 1970. No contexto histórico mundial, ele também destacou o dia 28 de junho de 1969, quando, na cidade de Nova York, uma revolta provocada por uma invasão policial no bar gay Stonewall, deu início na luta contra o abuso e a discriminação sofridos pela comunidade.

“Nós sempre destacamos o dia 28 de julho como o dia mundial do orgulho, que é marcado no mundo todo e inclusive chegou até um pouco tarde para nós, como a realização das paradas da diversidade que começam a acontecer em todo o mundo por conta dessa data”, explicou.

Em 1975, Cid Furtado, relator do projeto de emenda constitucional que legalizava o divórcio, argumentou em seu parecer contrário à proposta na Câmara Federal que “desenvolvimento e segurança nacional não se estruturam apenas com tratores, laboratórios ou canhões. Por detrás de tudo isso está a família, uma, solidária, compacta, santuário onde pai, mãe e filhos plasmam o caráter da nacionalidade”.

Para Anselmo, a frase do deputado talvez seja uma das mais perfeitas sínteses da moralidade alçada à política de Estado durante a ditadura que governou o Brasil de 1964 a 1985. “O movimento LGBT no Brasil, muita gente não sabe, mas começa em plena ditadura militar. A indignação desse deputado na verdade remetia a questões muito mais profundas com a revolução dos costumes e a liberação sexual, inclusive com a maior presença da mulher em espaços públicos”, destacou.

O ano de 1978 representou um marco fundamental na redemocratização do Brasil e na história do movimento LGBTQIA+. Isso porquê, de acordo com Anselmo, entre as diversas forças políticas que se engajaram nessas lutas democráticas como as mulheres e os negros, merece também destaque o então chamado “movimento homossexual brasileiro” (MHB). “Esse foi o primeiro nome e a primeira sigla reconhecida nos livros”, disse.

É a partir dos anos de 1990 que as entidades e organizações LGBT passam a se profissionalizar de maneira nacional. No ano de 1997 acontece a 1ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo na Avenida Paulista. Em 2002 é fundada a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) e, em 2007, é realizada a 1ª Parada LGBT de Piracicaba.

Atualmente, o Brasil tem o maior movimento LGBT organizado do mundo. A ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), fundada em 1995, conta com mais de 250 organizações filiadas e colaboradores por todo o país. “A ONG Casvi de Piracicaba é filiada à ABGLT desde 2009”, ressaltou Anselmo.

A palestra foi acompanhada por inscritos, via Zoom e YouTube. A íntegra pode ser conferida clicando neste link.

 


Texto:  Pedro Paulo Martins
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Escola do Legislativo

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