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17 DE MARÇO DE 2023

Denominação da Praça da Saudade foi instituída antes do cemitério


Em mais um texto da série Achados do Arquivo, documento mostra que logradouro foi denominado em 1952



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Arquivo Histórico da Câmara Salvar imagem em alta resolução

Cemitério da Saudade foi denominado um ano depois da praça



Ninguém se engana quanto à construção característica no topo do tradicional Bairro Alto. O Cemitério da Saudade é referência de localização, marco de um tempo já distante, que começou em 1860 como terreno doado pela Câmara Municipal de Piracicaba aos alemães protestantes enterrarem seus entes queridos. 

Por mais de um século e meio, se tornou lugar de contemplação e memória, seja pelo imponente portal em estilo neoclássico, com a inscrição OMNES SIMILES SUMUS (“Aqui somos todos iguais”), seja pelos belos jazidos, alguns tombados pelo Codepac (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural) em virtude de importantes personalidades em seu descanso eterno, entre eles o ex-presidente da República, Prudente de Moraes. 

Mas o cemitério, tão contemplativo, tomou o seu nome emprestado da praça localizada em frente – caracterizada pelo monumento ao Seresteiro Cobrinha. É o que mostra mais uma série do Achados do Arquivo.

A resposta aparece na legislação piracicabana, em documentos disponíveis para a consulta no SIAVE do site oficial da Câmara. Promulgada em 20 de setembro de 1952, a Lei 315 institui a nomenclatura “Saudade”, mas não ao cemitério, mas à praça localizada a sua frente:

“Artigo 1º - Fica denominado de ‘Praça da Saudade’ o logradouro localizado em frente ao Cemitério Municipal”

Foi apenas ano seguinte, através da Lei 362, de 12 de junho de 1953, assinada pelo então prefeito Samuel de Castro Neves, que o Cemitério Municipal de Piracicaba, localizado nos altos da rua Moraes Barros, recebeu o nome pelo o qual é conhecido até hoje.

“Saudade é uma palavra complexa em significados”, observa Giovanna Calabria, chefe do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo. “É um nome oportuno para o cemitério, afinal significa ‘sentimento melancólico devido ao afastamento de uma pessoa’, mas também a contemplação das boas lembranças e a presença da memória”, observa a arquivista. 

ACHADOS DO ARQUIVO - A série "Achados do Arquivo" se pauta na publicação de parte do acervo do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo, ligado ao Departamento Administrativo. Ela foi criada pelo setor de Documentação, em parceria com o Departamento de Comunicação Social, e conta com publicações semanais no site da Câmara, às sextas-feiras, como forma de tornar acessível ao público as informações do acervo da Câmara Municipal de Piracicaba.



Texto:  Erich Vallim Vicente - MTB 40.337
Supervisão:  Rebeca Paroli Makhoul - MTB 25.992


Achados do Arquivo Documentação

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