26 de agosto de 2025
Audiência renova esperança de moradores pelo fim do mau cheiro no Serra Verde
Discussão temática foi conduzida por Cássio Fala Pira em audiência pública de moradores com representantes do Semae, Mirante e secretaria municipal de Obras
A Câmara Municipal de Piracicaba, conforme iniciativa do vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira realizou nesta terça-feira (26), das 18:15 às 20:33 horas, no Plenário “Francisco Antonio Coelho”, audiência pública “com o objetivo de debater e discutir possíveis soluções para a situação enfrentada pelos moradores da rua Josué Martins, no bairro Serra Verde, os quais, há pelo menos dois anos, vêm reclamando do odor exorbitante de esgoto – problema que persiste, mesmo após diversas visitas de órgãos competentes.
Cássio Fala Pira conversou com representantes do Semae, Concessionária Mirante e Secretaria Municipal de Obras, além de garantir a participação de diversos moradores que relataram os mais diferentes dramas diários frente a um descaso de administrações municipais anteriores que não encontraram soluções para um problema de mau cheiro que há mais de 20 anos afeta boa parte dos moradores do bairro Serra Verde.
Nos encaminhamentos finais, Cássio Fala Pira não descartou a possibilidade de acionar o Ministério Público, bem como reiterou a disposição de elaborar requerimentos cobrando o Executivo, por intermédio de secretarias diretamente relacionadas com o problema de saneamento dos moradores.
O parlamentar também elencou a intervenção da Secretaria de Obras, na verificação de lixo e entulho em área verde, pavimentação e drenagem, especialmente do final da rua Machado Filho; atuação do Semae, pelo equacionamento do problema de odor no bairro, com o acompanhamento de relatórios da Mirante, onde a Concessionária também fará revisão nas caixas de inspeções, com a colocação de vedação de borrachas nas tampas para evitar a proliferação do mau cheiro. Além de outras intervenções que os representantes se propuseram a verificar a situação reclamada pelos moradores.
O evento foi realizado no prédio principal da Câmara, rua Alferes José Caetano, 834, Centro, com transmissão ao vivo pela TV Câmara (nos canais 11.3 da TV digital, 4 da NET e 9 da Vivo TV) e também pôde ser conferido nos perfis oficiais da Câmara, no Facebook e no YouTube, além do site camarapiracicaba.sp.gov.br
No requerimento 748/2025, aprovado em plenário, na 40ª Reunião Ordinária, o parlamentar convocou representantes das secretarias municipais de Administração e de Governo, de Agricultura, Abastecimento e Meio Ambiente; de Finanças; e de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos. A propositura ainda convidou representantes da Concessionária Mirante, do Serviço Municipal de Água e Esgoto de Piracicaba (Semae) e da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).
Cássio Fala Pira reitera que os moradores locais informaram que o problema se estende há mais de dez anos, sendo que, de acordo com registros do sistema SCI, as demandas por odor e extravasamento aumentaram significativamente em 2023, após o desassoreamento do ribeirão Piracicamirim. Relatos dão conta que os resíduos retirados do manancial foram depositados na área de pastagem do Jardim Oriente, danificando a rede coletora de esgoto e ocasionando o assoreamento de 1,5 km do sistema.
O parlamentar observa que a área passou a se comportar como um brejo, acumulando matéria orgânica e agravando a emissão de odores, "prejudicando a qualidade de vida da população local", conclui Cássio Fala Pira, que ainda cita que a ausência de infraestrutura de drenagem no bairro, potencializa os transtornos ao permitir que as águas pluviais se infiltrem na região alagada. Além de apontar que há necessidade de articulação entre as secretarias municipais, órgãos estaduais e a concessionária responsável, bem como a importância da participação ativa da comunidade na construção de soluções integradas e sustentáveis.
AUDIÊNCIA
Na composição da mesa dos trabalhos, o presidente da audiência, Cássio Fala Pira; o representante do secretário municipal de Obras, Infraestrutura e Serviços Públicos, Luciano Celêncio, o engenheiro Civil, Ivan Antonio Patet; o representante do presidente do Semae (serviço municipal de Água e Esgoto), Ronald Pereira da Silva, o diretor geral de Saneamento, Thiago Seibel, e o diretor presidente da Concessionária Mirante, Daniel Fernando Montevani, além da coordenadora Jurídica, Bruna Pezan, o gerente de Serviços, Andrei de Souza e a diretora Executiva, Izabele Martins Gonçalves. Paulo Roberto Botão, assessor parlamentar representou a deputada estadual Professora Bebel (PT). O ex-vereador Paulo Campos, que integra o mandato federal do deputado Paulinho da Força também esteve presente na audiência pública.
Na abertura do evento, o vereador Cássio Fala Pira agradeceu a presença de todos, e destacou os moradores do Serra Verde. Além de enfatizar a sua luta pela melhora da situação do bairro, que vem de outros mandatos e, que desta vez se possa resolver, com alguma proposta. Também disse que esteve no local e constatou que a situação é realmente insuportável, o que penaliza a população há mais de 17 anos.
O parlamentar também apresentou um vídeo, datado de 2 de maio de 2024, numa situação que perdura por mais de um ano, onde o caso foi apresentado e debatido com os representantes da Mirante. "Já foram 1,5 ano e, fora os 17 anos, em uma situação que se arrasta e precisa de solução", disse o parlamentar, que também falou do procedimento da Mirante, onde foi colocado corante, e até hoje não se chegou à uma solução.
O representante da Secretaria de Obras, o engenheiro Ivan Antonio reiterou que foi no local junto com a Mirante, onde foi detectado extravasamento, semana passada, com o problema sanado. A caixa de drenagem jogava esgoto fora. "O fechamento foi feito a um mês e não tivemos mais problemas", disse.
Cássio Fala Pira também cobrou o problema que os moradores reclamam sobre o brejo, além de falar de material retirado do ribeirão Piracicamirim, que foi jogado no local. O material veio do desassoreamento que houve próximo ao Clube Cristóvão Colombo, onde o material foi jogado no Serra Verde. A população registrou os fatos.
Cássio Fala Pira reiterou que ficou sabendo do problema de se jogar água pluvial em esgoto, o que demonstra que o município não pode fazer isso. Cássio também pediu explicação sobre o odor, que afeta os moradores. "Queremos sair daqui com uma solução para estes moradores, eu não moro lá, quero a contrapartida da população com o dinheiro que pagam em IPTU, que possa valer", disse.
O presidente da Mirante, Daniel pediu um minuto para contextualizar a PPP (Parceria Público Privada), onde a terceirizada é fruto de parceria que veio como solução para resolver o problema do esgoto, em 40 milhões de metros cúbicos tratados todos os anos, em desafio grande. "A gente quer discutir e, tratar dos problemas", além de citar que são acompanhados por órgãos de controles.
Especificamente para o que acontece no bairro Serra Verde, citou que as tratativas começaram em abriu, sendo que a primeira coisa foi avaliar o que está acontecendo, em conversa com as pessoas, citando que não foi encontrado um padrão para o cheiro apresentado e, até agora não foi possível detectar por completo.
A disposição é buscar pela real solução no bairro, onde foi deslocado equipes para verificar a situação, em teste de fumaça realizado, e de corante, para aferir se as casas estão devidamente conectadas e, até hoje não se concluiu a verificação do problema, sendo que não foi constatado problema sistêmico.
Cássio reiterou os serviços feitos, onde a resposta foi que mais de 32 pontos foram avaliados, onde no passado aconteceu problemas, que hoje não se repetem, porém, admitiu aprofundar o assunto para revolver de fato o problema. O parlamentar também questionou a secretaria de Obras.
Ao representante do Semae, o vereador Cássio Fala Pira cobrou o acompanhamento do caso, onde o integrante da autarquia, reconheceu que foi realizado relatório, além de observar toda rede de esgoto. "Nada melhor que escutar os moradores. As vezes o cheiro pode vir de outras fontes. Eu não fui no local e perguntei ao pessoal da Mirante, no que disseram que não havia mais o cheiro", pontuou o representante, ao afirmar mais uma vez que o Semae pediu relatório à Mirante.
Cássio questionou a porcentagem, o volume, a capacidade, sendo que a resposta foi que 40% é utilizada, em capacidade de 98%, onde está sendo utilizado a metade do sistema. Em termos de dimensionamento de rede está tudo equacionado. Tecnicamente a rede tem capacidade para tratar o esgoto. O problema pode estar ao lado, em aterro. Em termos de cheiro, parece que não foi identificado mais.
Para Cássio, o problema de rede não é, e, reiterou a disposição de se ouvir a população. E, desafiou que a situação não foi resolvida, pois foi lá ontem à noite. Para Cássio, o questionamento é saber se o poder público tem interesse em resolver, pela secretaria de Obras. "Vamos acionar o Ministério Público", disse, mostrando que se tratar de saúde. Também falou do aumento da água, de 18,48%, sem resolver os problemas da população.
MORADORES
Josiane de Fátima, primeira moradora do bairro a se manifestar, falou da vergonha, o fato de estar convivendo com este problema. "Por que foi autorizado tudo aquilo, aumentou o número de casas, e o esgoto, como não se consegui detectar? Acho que muita coisa poderia ser prevenida. Coloquei telinha para pernilongo, até com as janelas fechadas não se pode dormir à noite. Se não sentir na pele não vai ajudar", concluiu a moradora no seu alerta.
Giovana Benites, outra moradora disse não duvidar dos trabalhos da Mirante e, sim de como fazem o trabalho. "Eles descartam o material, a exemplo de frente de minha casa. Lá já está bairro esquecido. Pessoas que outros bairros descartam lixo e resíduos. O bairro está abandonado. Faz muito tempo que o bairro não tem limpeza da prefeitura, minha casa não tem asfalto. O que vocês estão fazendo para melhorar isso. Onde vocês jogam os resíduos que vocês retiram", bradou.
Beatriz Martins foi outra moradora a se manifestar, nova no bairro, há 1,5 ano, diz que quando chegou percebeu o cheiro forte e, após indignação foi à Câmara, onde encontrou o Cássio. Falou de sua filha autista, "estou aqui pela Mariana, não acho justo a criança vomitar, por causa do mau cheiro", disse.
"É um pedido de socorro. Não podemos receber uma visita, um churrasco de família. Não somos bichos, somos seres humanos. O dia que o Cássio foi o cheiro estava insuportável. Pela minha filha Mariana eu não vou parar de lutar. Se precisar falo até com o Papa. A gente veio aqui pedir socorro, isto é muito sério. Vim da roça, não vou vender minha casa, a gente não vai parar", desabafou a moradora.
Cássio falou da emoção de Beatriz e, reafirmou sua confiança no atual governo, onde destacou o sofrimento da população em função da água e, reiterou o compromisso de solucionar o problema. "A Mirante nunca deixou de me atender e, espero seriedade na situação. Vamos entender onde está o erro, vocês são engenheiros, há que se reunir todos: Mirante, Semae e Obras para solucionar o caso", concluiu o parlamentar.
Para Cássio, o problema vem do brejo, pois moradores de 25 anos no local atestam que o cheiro vem pelo ar. Técnicos apontam que o brejo fica próximo à área verde, onde passa ribeirão e, próximo de postos de visitas que margeiam o bairro. A rede comporta o esgoto da região, onde não foi detectado cheiro de esgoto. Porém, reconheceram que a população será considerada.
FORÇA TAREFA
Daniel, do Semae, diz que pedirá força tarefa. "Estamos aqui para resolver e não fazer demagogia, vou determinar aos fiscais do contrato a resolver os problemas. Não viemos para brincar, pegamos uma cidade abandonada. Queremos resolver os problemas. Também cobraremos a responsabilidade da Cetesb, no licenciamento do empreendimento, no desassoreamento do córrego", disse.
Adriana, outra moradora desafiou as pessoas que não sentem o cheiro. Falou que trabalha o dia todo e quando chega o cheiro é insuportável. "O problema talvez não seja no esgoto. Alguma coisa está acontecendo, moro ali há 15 anos e temos muitas reclamações, há muito tempo. Ventilador sozinho não dá conta, não tenho o hábito de convidar pessoa por vergonha. Minhas netas, quando vem, ficam dentro de casa. Há um descarte realmente de lixo. No caminho do posto de saúde tenho que passar por água de esgoto. O Serra Verde está realmente abandonado. Vou para outro lugar. O que me anima é que depois de muito tempo vejo que estamos lutando", disse.
Cássio Fala Pira prorrogou os trabalhos da audiência por mais 30 minutos, para ouvir outros relatos de moradores. E, destacou os encaminhamentos finais da audiência que passam pela Secretaria de Obras, na verificação de área verde, com entulhos, e a pavimentação de ruas e drenagem e, trabalho para retirada do lodo, evitando o mau cheiro e, também melhoramento da rua Dr. Raul Machado Filho, com água parada no final.
Cássio também questionou a Secretaria de Obras sobre o brejo, em descarte de material, que foi jogado do Pisca, onde a busca por solução será buscada, principalmente de quem está ligada mais à questão ambiental.
Quanto ao Semae, o compromisso é o mais breve possível, a intervenção da autarquia, onde também será avaliado o problema em horários de pico, além de referendar os relatórios, em força tarefa para ver o que está acontecendo.
Daniel Fernandes fez encaminhamentos em nome da Mirante, onde primeiramente será verificado a reclamação dos moradores e, ações preventivas, na garantia de mais segurança e colocação de PV específico com borrachas para mais segurança.
Cássio reforçou a preocupação de continuar a luta por cobrança, no papel de fiscalizar o dinheiro publico e o Executivo e, acionar o papel dos secretários. "Iremos fazer, continuar, aguardando os encaminhamentos assumidos. No contrário o caso será encaminhado ao Ministério Público, onde a população está sofrendo. Que olhem com carinho esta população", concluiu o parlamentar reforçando o papel das secretarias.
NOTÍCIAS RELACIONADAS
26 de agosto de 2025
26 de agosto de 2025
26 de agosto de 2025
25 de agosto de 2025