Representantes da Zona Rural destacaram a preocupação com a falta de recursos para investimentos naquela região durante a audiência pública de análise do PPA 2018-2021, na noite de quarta-feira (21), no plenário Francisco Antonio Coelho, da Câmara de Vereadores de Piracicaba. “Não vai se manter o percentual de verbas da Sema (Secretaria de Agricultura e Abastecimento), com perda de 12,8%”, disse Carlos Silva, o “Chitão’, do bairro Santa Isabel, no Distrito de Tupi. 

Chitão pediu aos vereadores que observassem que, assim como todos os outros cidadãos, quem mora na Zona Rural também paga impostos e tem o direito de ter estradas e todas as outras infra-estruturas básicas. “Da maneira como estava, já não dava para atender as demandas e, agora, vamos reduzir mais um pouco”, acrescentou. 

Representante do Mandato Coletivo de Santana e Santa Olímpia, Valdemar Correr disse “ser muito triste” quando olha ao PPA e vê que todas as secretarias que se envolvem com a Zona Rural irão perder recursos. Além da Sema, ele cita a redução nos orçamentos da Secretaria de Ação Cultural (Semac) e Secretaria Municipal de Turismo (Setur), recentemente unificadas. 

“Peço que valorizem mais a questão rural”, disse. “A Festa de Tupi, Festa do Vinho, de Santana; a Festa da Polenta, de Santa Olímpia; e a Festa do Milho, de Tanquinho, trazem turismo à cidade e parece que estão sendo ‘jogadas fora’”, enfatizou o representante. 

Adriana Cristina André, do Instituto Terra Matter, observou a situação da Zona Rural pelo aspecto do desenvolvimento da agricultura familiar. “Olhando o PPA, os investimentos na região só prevêem valores para estradas, manutenção de obras e serviços, movimentação de água de chuva, controle de erosão, e não tem um real previsto voltado a desenvolver alimentação saudável”, disse, ao pedir a valorização e a sensibilidade em prol dos pequenos agricultores.

O secretário José Admir de Moraes Leite lembrou que a Zona Rural de Piracicaba teve, nos últimos anos, “uma explosão de loteamentos irregulares” e, por conta disso, tem uma série de conseqüências ao município, “não apenas na área urbana, mas também na área rural”. 

Quanto às festas populares do município, Moraes Leite lembrou que a Prefeitura contribui com a estrutura, mas não tem como dar “100% da infra-estrutura” porque os eventos têm estruturas próprias. “Eu fico até constrangido em falar que não está tendo apoio nas festas, o poder público participa ativamente destes eventos”, enfatizou.