18 DE DEZEMBRO DE 2014
Abaixo-assinado, liminar na justiça, acionamento de órgãos de proteção ambiental e outras ações perante o poder público tentarão impedir a demolição do campo.
População se mobiliza para defender campo do Parque São Jorge
O vereador José Antônio Fernandes Paiva (PT), coordenou os trabalhos da reunião pública, na noite desta quinta-feira (18), às 18h30, no plenário “Francisco Antônio Coelho”, na Câmara de Vereadores de Piracicaba, que abriu discussão sobre o futuro do campo de futebol do Parque São Jorge, em espaço que está sendo ameaçado por um empreendimento imobiliário e, compromete o lazer de práticas esportivas de diversas comunidades da região, como o Santa Rosa, Vila Nova, Água Santa, Fátima e demais localidades, além da população em geral que frequenta este espaço desde a década de 90.
Por mais de duas horas, o parlamentar ouviu lideranças comunitárias, representantes de entidades e a participação de assessores dos vereadores: Chico Almeida (PT), Paulo Camolesi (PV), Madalena (PSDB) e José Luiz Ribeiro (SD).
As discussões foram registradas em ata eletrônica. E, como deliberação final, foram elencados seis encaminhamentos: 01) ofício ao Graprohab/CETESB, Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo, onde será informado o caso e indicação para que não se dê o parecer ou licenciamento para o empreendimento imobiliário; 02) ofício à Promotoria do Meio Ambiente, na pessoa do promotor Fábio Salém, denunciando o crime, ou crimes contra o meio ambiente; 03) ofícios às secretarias municipais de Obras/Procuradoria Jurídica/Esportes e Atividades Motoras e a de Meio Ambiente, para que não se autorize a continuidade das demolições de casas e retiradas de alambrados; 04) protocolo de requerimento de audiência pública, no dia 02 de fevereiro de 2015, para que o evento seja realizado no dia 24 de fevereiro de 2015, às 19h30, no plenário ou salão nobre da Câmara; 05) liminar na justiça, para tentar impedir a demolição do campo e; 06) abaixo-assinado visando mobilizar a população para a não demolição do campo.
Na reunião pública desta quinta-feira (18) foram convidados a participar do encontro o Secretário Municipal de Governo, José Antonio de Godoy, o Secretário Municipal de Obras, Arthur Ribeiro Neto, o Secretário Municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras, João Francisco Rodrigues de Godoy, o Procurador Geral do Município, Mauro Rontani e o presidente do União do Parque São Jorge Donizete Tadeu Gonçalves, além da população em geral.
História – Em outubro de 2007, o Executivo Municipal, através do então prefeito Barjas Negri, enviou para a Câmara projeto nº 243/2007 que autorizava o “Município de Piracicaba a celebrar distrato, através de escritura, com BAL – Brunelli Agricultura LTDA”, visando a devolução de áreas anteriormente permutadas, localizadas no Loteamento Parque São Jorge.
Essa permuta refere-se ao terreno onde está o campo de Futebol do Parque São Jorge e onde são disputados campeonatos varzeanos e amadores de Piracicaba. Após esse distrato foi construído no bairro um campo com dimensões bem menores (90m X 50m), que inviabiliza a prática de futebol de campo.
Segundo o vereador Paiva “os moradores e jogadores não só do bairro, mas todos aqueles que utilizam o espaço para a prática esportiva, querem a manutenção do campo, que é um dos melhores da cidade, inclusive com arquibancada”, comentou.
O problema se agrava devido à falta de bons campos de tamanho oficial na cidade, inibindo assim a prática de partidas oficiais. Exemplo disso foram as finais do Campeonato Amador 2015 que tiveram de ser realizadas nas dependências do Clube Atlético Piracicabano.
Cobrança – O vereado Paiva solicitou a reunião, entre outros motivos, porque a Prefeitura não respondeu todos os questionamentos feitos no Requerimento 629, de junho de 2014 e não agendou reunião com as secretarias envolvidas para tratar do tema.
Na reunião pública, o vereador Paiva, por intermédio de seu assessor, o jornalista Mário Camargo, apresentou resenha sobre o assunto, mostrando que a prefeitura forneceu respostas insuficientes às perguntas de requerimento.
O secretário municipal de Obras, Arthur Ribeiro Neto foi o único integrante do Executivo a enviar representante para a reunião, a diretora Maria Angélica Pavan, que tentou sanar as dúvidas com relação ao projeto do loteamento, e sobre o futuro do campo de futebol.
Diversas lideranças comunitárias, a exemplo de Júnior Cesar Joaquim, presidente da Associação de Moradores da Vila Fátima, pontuaram a importância do município rever a política destinada à formação dos jovens na sociedade atual, que passa pela preocupação de livrar estes cidadãos das ruas e possibilitar a ocupação do tempo em coisas lúdicas, como as práticas esportivas e reforço na formação escolar.