Vereador quer saber número de multas aplicadas neste ano por radares

O vereador Laercio Trevisan Jr. (PL) quer acesso a informações sobre o número de multas aplicadas por radares em Piracicaba e sobre a licitação recentemente aberta pela Prefeitura para a contratação de serviços de monitoramento eletrônico do trânsito. Os questionamentos fazem parte do requerimento 990/2025, aprovado nesta segunda-feira (8), na 48ª Reunião Ordinária.

Trevisan Jr. pede que lhe sejam informados, considerando o período de janeiro a agosto de 2025, o total de multas de trânsito aplicadas por radares fixos (discriminadas por tipo de infração) e o valor arrecadado com elas, especificando-se a destinação dos recursos e indicando os projetos, as ações ou os serviços públicos custeados com tais verbas.

"Os recursos arrecadados com multas aplicadas por radares fixos foram integralmente utilizados em ações voltadas à segurança, educação e fiscalização de trânsito? Em caso negativo, justificar a destinação divergente e informar as providências corretivas eventualmente adotadas", cobra o vereador.

Sobre a nova licitação, Trevisan Jr. requer a relação completa dos locais onde os equipamentos devem ser instalados; o fundamento técnico, os estudos de tráfego, as estatísticas de acidentes ou os laudos que embasaram a decisão; e a justificativa oficial quanto ao objetivo da medida (se a finalidade tem a ver com segurança viária, redução de acidentes, fluidez do trânsito ou arrecadação).

O vereador também questiona o percentual ou o valor absoluto hoje destinado à empresa responsável pela operação do sistema de radares, especificando-se o modelo contratual, a base de cálculo e a forma de repasse, e pergunta se haverá a participação da concessionária atual na implantação e manutenção dos novos equipamentos.

A discussão da propositura, durante a reunião ordinária, levou vereadores a se manifestarem ao microfone. Líder do governo Helinho Zanatta (PSD) na Câmara, Josef Borges (PP) argumentou que "radares não existem para punir, mas para inibir infrações". "Radares funcionam como mecanismos de inibição das infrações e obrigam o respeito às normas. Se você respeita a velocidade naquele local, você não vai ser penalizado. Salvar vidas exige responsabilidade no trânsito. Estamos vendo essa responsabilidade? Não", refletiu.

Trevisan Jr. disse que a justificativa do Executivo se trata de "narrativas para emplacar algo que não vem para educar, mas para punir e arrecadar". Ele fez menção de que, na campanha de Helinho Zanatta, "foi dito que seria revisto o número dos radares".

"Nunca recebi um papel educativo no trânsito, falando sobre número de mortes e acidentes. O que vemos na verdade é uma grande indústria. Educar mesmo no trânsito, isso a Prefeitura não faz. Isso é um caça-níquel para tirar mais dinheiro da população piracicabana, que não aguenta mais", afirmou Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira.

"Tem que se fazer trabalho educacional. Agora, colocar radares a R$ 21 milhões? Radar ninguém aguenta mais", declarou Marco Bicheiro (PSDB).