08 de outubro de 2019
Trevisan diz que eleição para Conselho Tutelar foi desrespeitosa
Segundo ele, o título de eleitor foi exigido na hora do voto e centenas de pessoas não puderam votar
As eleições realizadas no domingo (6) para Conselhos Tutelares de Piracicaba foram consideradas “desrespeitosas” pelo vereador Laércio Trevisan Jr. (PL), que manifestou seu descontentamento em pronunciamento feito nessa segunda-feira (8), durante a 57ª reunião ordinária.
De acordo com o parlamentar, o título de eleitor foi exigido na hora do voto e centenas de pessoas deixaram de votar. Segundo ele, isso fere o princípio da razoabilidade, garantido no artigo 37 da Constituição Federal. O parlamentar também reclamou das longas filas para a votação.
“A fila se estendia por toda as ruas São João, XV de Novembro e Bom Jesus. As pessoas aguardavam no mínimo 1h30 para registrar o voto. A maioria desistia e, quando não, depois de passarem horas na fila, eram informados de que não podiam votar, porque não portavam o título de eleitor”, denunciou o parlamentar.
Ele comentou que o edital divulgado pela comissão responsável pelas eleições não consta que o documento obrigatório deveria ser obrigatoriamente o título de eleitor. “Disseram que seria válido um documento com foto, como o RG, passaporte, CNH (Carteira Nacional de Habilitação), Carteira de Trabalho e título de eleitor. Desonestos, vocês burlaram a eleição em Piracicaba, proibindo as pessoas de votarem”, acusou.
Trevisan foi uma das pessoas barradas na fila durante as eleições, já que não portava o título de eleitor. “Mostrei à procuradora a minha carteira de vereador, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), minha identidade e a carteira de motorista. E, mesmo assim, ela disse que eu não poderia votar. É muita falta de respeito com as leis que nós fiscalizamos”, reclamou.
O parlamentar relatou que permaneceu na fila até o momento em que chegou na urna, quando foi informado que poderia computar o seu voto. “Avisei que ficaria na fila até chegar na urna e, se não me deixassem votar, registraria um boletim de ocorrência. Eu consegui votar, mas e os outros que não estavam com o título? Essa eleição foi desrespeitosa com o cidadão”, disse.
Além disso, Trevisan criticou a falta de acessibilidade da escola que sediou as eleições. “A previsão era a de receber mais de 4.000 pessoas para votar em uma escola sem acessibilidade nenhuma. Os eleitores precisaram subir e descer um lance de escadas com mais 30 degraus, o que dificultou o acesso dos idosos, sem contar as pessoas com deficiência, que nem conseguiram votar."
De acordo com ele, foram disponibilizadas apenas cinco urnas em toda a cidade, inseridas dentro de uma só unidade. “Nas cidades vizinhas, como Limeira, Santa Bárbara d´Oeste e Rio das Pedras, que têm um número inferior de habitantes, as eleições aconteceram em diversos locais, com mais de 10 urnas disponíveis. O que aconteceu em nosso município foi uma total falta de respeito com o eleitor”, observou.
O fato de a Câmara não ter sido notificada sobre a comissão constituída para aturar nas eleições, nem ter recebido nenhum aviso sobre a divulgação do edital, também foi reprovado pelo vereador. “Ninguém sabe quem são as pessoas do conselho. Constituíram uma comissão que a Câmara nem sequer foi avisada. Cadê o representante do Legislativo nessas eleições? Isso é manipulação política”, acusou Trevisan.
O presidente da Câmara, vereador Gilmar Rotta (MDB), esclareceu que Casa não recebeu nenhum ofício, nenhuma solicitação ou qualquer outro documento oficial com informações sobre a eleição do Conselho Tutelar.
Filmagem: TV Câmara
Revisão: Rodrigo Alves - MTB 42.583
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