No próximo dia 19, a Capela Rural São José, no bairro Godinhos, comemora 100 anos e, como forma de marcar a ocasião, o vereador José Aparecido Longatto (PSDB) apresentou na Câmara o requerimento 108/2014, para a realização de reunião solene. A celebração ocorreu no último sábado, 8, quando foram homenageados o padre Altair Aparecido Soares, as famílias da atual comissão organizadora da capela e da festa que acontece no local, distante 12 quilômetros do Centro.

De acordo com Longatto, o fato histórico não poderia passar em branco. A ocasião também foi dedicada a dois ex-festeiros, Alaércio Zambom e Luiz Oriani, ambos mortos recentemente. “É um prazer prestar a homenagem em nome da Câmara de Vereadores. O bairro do Godinhos não é diferente do Campestre, de Santa Teresinha. Todas as histórias se entrelaçam. Vocês foram verdadeiros Bandeirantes, pois desbravaram essa região”, disse Longatto. 

A união do bairro foi destacada pelo prefeito Gabriel Ferrato (PSDB), presente na solene. “Tenho respeito muito grande por todas as famílias que construíram essa comunidade”, disse o chefe do Executivo. Durante seu pronunciamento, ele citou a importância de valorizar as origens e a preocupação dos moradores na manutenção das tradições.

O padre Altair Aparecido Soares recebeu a homenagem como representante da capela rural e da Paróquia Sant’ana, da qual é responsável. “Certamente a história de Godinhos tem mais de 100 anos, mas o fato marcante é a presença da comunidade em torno da igreja. Todos que fizeram e fazem história são celebrados com esta data importante. O amor dos que aqui passaram permanece.” 

Além de Reginaldo Camargo e o padre Altair, títulos foram entregues aos representantes das famílias: Marcos Naléssio, Pedro Oriani, Edson Roberto Sabadin, Norival Sgarbiero, Maximiliano Zambom, José Berto, Irineu Coletti, Sérgio DallaVilla, Rubens Geraldi e Osvaldo Antonicelli, que também recebeu a homenagem em nome da família Bessi. As honrarias serão encaminhadas a autoridades da igreja católica que não puderam comparecer: o bispo Dom Fernando Mason, os monsenhores Orivaldo Casini e Jorge Simão Miguel e os freis José Maria de Lima e Carlos Silva. 

ATUAÇÃO RECONHECIDA - Há 10 anos à frente dos trabalhos, o presidente da comissão organizadora da festa, Reginaldo Camargo, enalteceu a atuação de Láercio Zambom, morto ano passado. “A festa surgiu a partir de uma conversa no sítio dele. Percebemos que a comunidade estava parada e assumimos a responsabilidade”, disse Camargo.

Quando a comissão assumiu o compromisso em realizar a festa, Zambom foi recolher lenhas nas propriedades rurais para angariar recursos financeiros. O material era vendido para a queima em olarias, utilizado na convecção de tijolos. “Ele pegava a lenha, que estava perdida no pasto, e transformava em dinheiro.”

A colaboração da comunidade é uma das grandes características da festa, por meio da contribuição com prendas. “A festa se fortalece por meio dessas doações”, disse, ao lembrar que a organização envolve aproximadamente 20 pessoas, além dos voluntários do bairro.

Também membro da comissão, o metalúrgico Marcos Naléssio recebeu a homenagem em nome de sua família, de origem italiana, uma das mais tradicionais e numerosas da comunidade rural. “Estamos na quarta geração e temos hoje umas 40 pessoas da família morando no Godinhos”, destacou Marcos. Segundo ele, a festa ocorre em maio, mas excepcionalmente em 2014 foi antecipada para coincidir com o centenário da capela.

Iniciada no sábado, a programação do centenário continuou no dia seguinte, 9, com procissão com os andores de Sant’Ana e São José, além de missa, apresentação da Corporação Musical União Operária e almoço. A missa comemorativa ao padroeiro e ao centenário da capela acontece no dia 19, às 20h.

HISTÓRIA – Segundo levantamento da jornalista Tânia Lopes, assessora parlamentar do vereador Longatto, a fundação da capela rural coincide com a da Paróquia Matriz Imaculada Conceição, na Vila Resende, sob responsabilidade do pedreiro Jacó Lucentini. Relatos de moradores apontam que uma reforma ocorreu nos anos 60 por Luiz Zanin. Houve outra melhoria em outubro de 1986, conforme informação no livro tombo da Igreja Sant’Ana, registrado pelo frei Damião de Grumes e traduzido pelo frei Nélson Berto.

No decorrer dos anos, as missas na capela foram celebradas pelos freis Augustinho, Aurélio, Cirilo, Cesário, Henrique e pelos monsenhores Jerônimo Gallo, Jorge Simão Miguel entre outros.

Hoje a capela possui missas aos quartos sábados de cada mês, com celebração da palavra aos domingos e catequese durante a semana, ministrada por Ângela Maria Zambon Naléssio desde 1992.