Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga. Esse é o nome completo de uma importante figura da história brasileira: o célebre Dom Pedro 2º, o segundo e último monarca do Império do Brasil.

Filho de Dom Pedro 1º e de Maria Leopoldina foi a ele concedido o título de Príncipe Imperial, como herdeiro do trono do Brasil, por ser o único filho legítimo, do sexo masculino e vivo do Imperador. Afinal, os outros filhos do casal, Miguel de Bragança (1820-1820) e João Carlos de Bragança (1821-1822), faleceram ainda na infância.

Pedro 2º nasceu no dia 2 de dezembro de 1825, no Rio de Janeiro, mas a notícia só chegou em Piracicaba no ano seguinte, por um ofício que foi lido na sessão da Câmara Municipal de 26 de janeiro de 1826, cuja ata hoje está preservada e sob a guarda do Setor de Gestão de Documentação e Arquivo da Câmara Municipal de Piracicaba, ligado ao Departamento Administrativo e de Documentação.

A públicação do texto de 26 de janeiro de 1826, presente nesta ata, integra a série Achados do Arquivo, criada pelo Setor de Documentação, em parceria com o Departamento de Comunicação Social, como forma de tornar acessível ao público as informações do acervo da Casa de Leis.

ATA - Para facilitar a leitura, citações diretas feitas nesta matéria, foram reescritas no português corrente, em termos de ortografia. Mas estará disponível, ao final da página, a transcrição do documento original, feita na integra e sem nenhuma alteração de grafia ou estrutura. A digitalização do documento também está disponível em PDF.

A vereança do dia 26 de janeiro de 1826 ocorreu na casa do Juiz Presidente e foi redigida pelo escrivão João Baptista de Siqueira.

“sendo aí em sessão abriram um ofício do Excelentíssimo Presidente datado de vinte e dois de dezembro em que participava a feliz sucessão de um tão aplausível acontecimento do nascimento do Príncipe Imperial”.

Na mesma ocasião foram planejados os festejos que seriam realizados na cidade em comemoração ao nascimento do príncipe Pedro II.

“mandaram chamar o Reverendo Vigário desta Vila e aí assentaram todos de que se fizesse três dias de luminárias, fogueiras, rojões e bombas para dar o aviso a iluminação e no fim dos três dias cantarem um Te Deum Laudamus”

Iluminações e rojões seriam usados nas comemorações. E, como demonstra o registro em ata, os planejamentos das celebrações só não foram maiores por falta de recursos financeiros.

“e porque o conselho acha-se com falta de dinheiro não assentaram em fazer melhor segundo as nossas vontades e desejos de solenizar a ação graças por tão feliz nascimento”

Os festejos começaram no dia 3 fevereiro e terminaram no dia 5 do mesmo mês, com os vereadores, clero e população reunidos na Matriz da Igreja, onde foi assistido o Te Deum Laudamus, ou, "a Vós, ó Deus, louvamos”, em homenagem e comemoração ao nascimento do Príncipe Imperial Dom Pedro II.

“sendo ahi em ceção abrirão um ofício do Excellenticimo Presidente datado de vinte e dois de Dezembro em que participava a fellis suceção de hum tão aplauzivel acontecimento do Nascimento do principe Imperial e sendo ahi em Seção mandarão xamar o Reverendo Vigario desta Villa e ahi asentarão todos de que se fizese tres dias de luminarias e fogueiras e rojoins e bombas para dar avizo a iluminação e no fim dos tres dias cantarem hum Tedeo Laudamos Solene e porque o concelho axase com falta de dinheiro não asentarão de fazer milhor segundo as nossas vontades e desejos de solenizar a ação graças por tão Felis nascimento e tudo asentarão de que a iluminação principase no dia tres de Fevereiro e findase no dia cinco para o que mandarão passar edital para se ajuntarem todos os Cidadoins para assistirem a dita festa e para o que mandarão lavrar Edital para se convocar o povo para assistirem”

(Ata de 26 de janeiro de 1826, Livro de Atas 01 - fl.73v-74)