PIRACICABA, DOMINGO, 22 DE JUNHO DE 2025
Página inicial  /  Intranet  /  Webmail

26 DE MAIO DE 2010

Neurologista ministra palestra sobre demências


A Câmara de Vereadores de Piracicaba, mediante o respaldo do gabinete do vereador André Bandeira (PSDB), na noite de hoje (26), às 19h30, disponibilizou as dependên (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (1 de 2) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (2 de 2) Salvar imagem em alta resolução
Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


A Câmara de Vereadores de Piracicaba, mediante o respaldo do gabinete do vereador André Bandeira (PSDB), na noite de hoje (26), às 19h30, disponibilizou as dependências do Salão Nobre Prof. Helly de Campos Melges para a realização de palestra especial em que a Neurologista e Neuro Fisiologista da Clínica Neurológica Vida, Daniela Vital abordou sobre problemas que afetam o sistema nervoso, a exemplo das demências de Corpos de Lewy, Vascular e Fronto Temporal. A realização do evento integra o ciclo de ações do Fórum Municipal Permanente da Pessoa com Deficiência, instituído na Câmara por iniciativa de Bandeira. Na próxima palestra, que deve ocorrer no dia 30 de junho, a Psicóloga Nahaira Leite Ribeiro, que também integra a equipe técnica da Clínica Vida abordará os aspectos informativos sobre tratamentos que não usam medicamentos, com orientações voltadas especificamente para os familiares e cuidadores destes pacientes especiais.


Na abertura da palestra, o vereador André Bandeira destacou a oportunidade da Câmara na promoção de eventos que agregam valores à sociedade na discussão de temas de interesse público, em assuntos que além de trazer benefícios também conferem uma mensagem positiva ao cidadão. Bandeira também relatou acontecimento que envolveu atendimento específico a um jovem do Bairro Nova América, que ficou com sequelas ao sofrer agressão física decorrente de um roubo de moto acompanhado de espancamento, onde seus agressores desferiram diversos golpes em sua cabeça. Bandeira considerou positiva a palavra de conforto que pode oferecer ao jovem, o que poderá influir para sua retomada de consciência e busca por melhor qualidade de vida.


A Neurologista Daniela iniciou suas explanações mostrando os conceitos atuais sobre as demências, onde o conceito de medicina entende que a pessoa não perde consciência. Já nos casos de cognição, se traduz no ato de pensar, raciocínio, formulação de juízo, consciência, além de outras ações onde não apenas a memória é afetada, incluindo outras partes do corpo.


Com relação à memória, o conceito é sobre a capacidade de armazenar dados, onde o cérebro é dividido em partes, com armazenamento de dados de curta e longa duração. Daniela também abordou sobre as diferentes formas de demências, passando pelas Placas Senis, Corpos de Lewy, Emaranhados neurofibrilares e Corpúlos de Pick. Mostrou gráficos que demontram a Doença de Alzheimer com incidência de 55 por cento   contra 20 por cento de casos de Parkinson. Além de comentar as demências ligadas ao Fronto Temporal, que afeta o comportamento da pessoa, a exemplo de uma senhora de idade brincando num brinquedo de criança, ou de um senhor que ao invés de jogar o lixo apanha uma garrafa da lixeira para tomar o conteúdo da mesma; ou da pessoa que passa a não se vestir direito, não se valoriza mais, apresenta síndrome do compartimento ambiental, onde a família passa a trancar a geladeira, pois a pessoa se volta a comer doces e tem preferencias por carboidratos. Segundo Daniela, é possível que já na adolescência o jovem apresente um distúrbio bipolar, que pode tender para uma demência frontal temporal com o passar dos anos.


No segundo tipo de demência, Daniela falou do Corpos de Lewy, como um declínio cognitivo, onde a pessoa sofre de esquecimento, o que pode ser acompanhado por Parkinson, com variabilidade grande de memória, em delírios e alucinações, com visões de crianças. Na condição de outras demências, a neurologista também citou a Afasia, onde a pessoa lê e não consegue entender; a Semântica, que compromete o entendimento; o Parkinson, onde também há o esquecimento; e a Vascular, com evento de entupimentos de veias, o que implica em múltiplos infartos, infarto único ou rompimento de pequenos vasos, principalmente nos diabéticos.


Daniela Vital também comentou sobre tratamentos, em remédios via oral e aqueles não farmacêuticos, o que demanda manter controle por terapias. Bem como discorreu sobre a importância de cuidadores, onde cerca de 60 por cento deste universo de pessoas sofrem com depressão caso não sejam devidamente orientados a trabalhar com o problema. No encerramento da palestra, a Neurologistra destacou o pensamento de Emmanuel, que diz que toda doença tem a sua linguagem silenciosa e se faz acompanhar de finalidades especiais.


O público presente, superior a 50 pessoas, representados por alunos da Faculdade Anhanguera de Piracicaba, estudante de Enfermagem, da Faculdade Ainstein de Limeira e população em geral se manifestou no final da palestra em inúmeros questionamentos, onde a Neurologista Daniela Vital procurou abordar as diferenças entre os quadros de demências e o comprometimento da memória em si, bem como destacou que 80 por cento dos casos de Transtorno Cognitivo Leve pode levar à demência. Disse que a Demência Fronto Temporal leva o indivíduo a buscar carboidratos e doces, de forma compulsiva. Alertou que os casos de Demência Fronto Temporal pode começar na adolescência; que no Transtorno Bipolar a pessoa pode apresentar humor inconstante. E, destacou que Isquemia depende da veia entupida, independente da idade e, que há casos de AVC (Acidente Cardio Vascular) em jovens. Também respondeu a questionamentos sobre o uso do álcool como o principal problema que afeta as mulheres hoje, sendo que os neurônios que morrem não voltam mais; além de considerar que há demência pelo uso do álcool. E, que o mau de Alzheimer é hereditário, sendo que os casos de Lewy não necessariamente estão afetos à hereditariedade. Daniela Vital também considerou os avanços da medicina neste setor nos últimos dois anos; bem como destacou a importãncia do acompanhamento dos casos, pelo menos em dois meses para um diagnóstico mais preciso das demências.


Karina Corrêa, coordenadora da Clínica de Atenção às Doenças Metabólicas (CADME) da Secretaria de Saúde de Piracicaba representou o prefeito Barjas Negri (PSDB), no evento. Já a Faculdade Anhanguera foi representada pela Diretora Maria Tereza.


 
Histórico


A demência com corpos de Lewy recebeu esse nome por conta dos depósitos de uma proteína chamada alfa-sinucleína existente no cérebro. Os corpos de Lewy também estão presentes na doença de Parkinson (em inglês), mas nesta, os corpos existem em apenas uma parte do cérebro, enquanto nesse tipo de demência, aparecem no cérebro todo. A demência com corpos de Lewy é muito semelhante à doença de Alzheimer, exceto pelo fato de possuir também alguns sintomas da doença de Parkinson. Isso significa que, além da perda de memória, o paciente pode apresentar tremores, dificuldade para andar e falta de equilíbrio. Os portadores desse tipo também podem ter alucinações visuais intensas. A demência com corpos de Lewy responde por aproximadamente 5 a 15 por cento dos casos de demência.

 

A demência frontotemporal constitui cerca de 5 por cento dos casos de demência. Esse tipo é causado pela lesão nos neurônios nos lobos frontal e temporal do cérebro. Há emaranhados neurofibrilares da proteína tau, como na doença de Alzheimer, mas as placas amilóides que também caracterizam essa doença não existem. Como os lobos frontal e temporal controlam o julgamento e reconhecem as normas sociais, os primeiros sintomas podem envolver um comportamento bizarro e socialmente inadequado da pessoa. Por exemplo, se a pessoa começa a gastar ou jogar compulsivamente, fazer comentários impróprios ou agir grosseiramente em público, ou ainda furtar, então, pode ser sinal de demência frontotemporal. Um tipo de demência frontotemporal é a doença de Pick, caracterizada por apatia, descuido e falta de higiene pessoal.

 

Comportamentos socialmente impróprios podem ser sinal de demência frontotemporal
 


Na doença de Huntington, a demência é acompanhada por mudanças de personalidade e movimentos incontroláveis. Esses movimentos, que incluem sacudidelas e agitação, podem ser leves por alguns anos, mas à medida que a doença progride, eles se espalham pelo corpo todo. O cérebro não consegue mais controlar a coordenação. A doença de Huntington é causada por um gene anormal; por isso, filhos de pessoas portadoras dessa doença apresentam 50 por cento de chance de herdarem o gene [fonte: Judd]. As pessoas podem viver com a doença por 15 a 20 anos após o diagnóstico.


A doença de Creutzfeldt-Jakob afeta uma em cada milhão de pessoas anualmente. Os médicos atribuíram essa demência a uma infecção por príon, que é uma proteína anormal. Em alguns casos, essa anormalidade pode ser genética, embora possa ser conseqüência de um tecido infectado usado em transplantes de órgãos ou tecidos. Há casos em que os médicos simplesmente não sabem por que isso ocorre. Essa demência progride com uma certa rapidez, geralmente levando à morte dentro de alguns meses após o diagnóstico. Ocorre uma variação da doença de Creutzfeldt-Jakob após o consumo de carne contaminada pela doença da vaca louca.


Embora haja muitas outras formas mais raras de demência, trataremos apenas de mais duas. Algumas demências podem ocorrer como conseqüência de outras doenças, como a demência associada ao HIV. Ela inclui raciocínio lento, dificuldade de concentração, fraqueza muscular e dificuldade de locomoção. Outras demências podem ocorrer como resultado de traumas cerebrais; por exemplo, a demência pugilística afeta boxeadores que recebem golpes freqüentes na cabeça.

 


Martim Vieira Mtb 21.939

Fotos: Fabrice Desmonts Mtb 22.946

Fonte: http://saude.hsw.uol.com.br/demencia2.htm

 



Texto:  Martim Vieira - MTB 21.939


Fórum Pessoa com Deficiência André Bandeira

Notícias relacionadas