O apelo da Câmara Municipal de Piracicaba para que não haja a paralisação das atividades de equoterapia desenvolvidas pela Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", da Universidade de São Paulo) foi aprovado com a moção 92/2025, durante a 27ª Reunião Ordinária, nesta segunda-feira (19).

A propositura foi apresentada pelo vereador Rerlison Rezende (PSDB), o Relinho, e é assinada por outros dez parlamentares. O apelo dirige-se à direção da Esalq e ao reitor da USP.

O projeto de equoterapia, iniciado em agosto de 2001 no Setor de Equinocultura do Departamento de Zootecnia da Esalq, oferece tratamento terapêutico e educacional complementar, utilizando o cavalo como instrumento de reabilitação de pessoas com deficiência física, neurológica ou mental e promovendo melhorias no desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social dos participantes.

Atualmente, atende semanalmente cerca de 20 pacientes —entre crianças, adolescentes e adultos—, priorizando famílias em situação de vulnerabilidade social e acolhendo pacientes com diferentes tipos de deficiências físicas, mentais e psicológicas.

Relinho destaca "os expressivos resultados alcançados, evidenciados pela melhoria na qualidade de vida dos atendidos, com avanços significativos no desenvolvimento motor, emocional, psicológico e social, bem como o apoio fundamental oferecido às famílias".

Os cavalos utilizados nas sessões, observa o vereador, "são, em sua maioria, animais resgatados de situações de maus-tratos e abandono, que, graças à dedicação técnica e humanizada da equipe envolvida no projeto, são reabilitados, treinados e integrados ao processo terapêutico".

O autor da moção de apelo diz que "a interrupção deste serviço representaria uma perda inestimável para a comunidade, especialmente para as famílias em situação de vulnerabilidade e para os pacientes que dele dependem como parte essencial de seu processo de reabilitação e inclusão".

"Diante da iminência de eventual interrupção ou suspensão das atividades do projeto, apelamos à direção da Esalq-USP para que reconsidere qualquer decisão nesse sentido, preservando e assegurando a continuidade deste programa de reconhecidos valores social, terapêutico e humano, cuja importância para a população de Piracicaba e região é incontestável", afirma o vereador.

Relinho repercutiu o teor da moção de apelo na tribuna, durante a reunião ordinária. "Meu filho participa dessa ecoterapia, eu o levo toda terça-feira para fazer aula lá. O professor está aposentando e vai assumir um outro professor, que disse que não tem a intenção de continuar o projeto. A Esalq só existe porque recebe dinheiro público, de impostos. É um absurdo chegar e dizer que o tratamento das crianças vai cessar. Não dá para a Esalq, o que ela recebe de verba, chegar e simplesmente dizer que vai encerrar as programações", criticou o parlamentar.