Síndrome de Down não é doença. Nem física, nem mental. "Há que se buscar uma inclusão plena", defende a coordenadora técnica do Espaço Pipa, Euclídia Maria Lacerda Fioravante, que na manhã desta quinta-feira (1º) recebeu a visita do primeiro secretário da Mesa Diretora, da Câmara de Vereadores de Piracicaba, Pedro Kawai (PSDB), em sua missão de percorrer as 12 entidades assistenciais que foram contempladas com recursos do Fumdeca (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente), provenientes de doações a que qualquer cidadão, na condição de pessoa física (6%) e jurídica (1%) pode destinar parte do  Imposto de Renda devido. 

Euclídia Fioravante discorreu sobre modelo social e garantia de direitos, princípios de convenções mundiais e, as novas concepções de inserção da pessoa na sociedade, para reiterar que o cidadão com deficiência não precisa de assistencialismo, pois tem direito à vida como qualquer outra pessoa.

Euclídia informou que o Espaço Pipa, localizado na bairro Santa Sílvia, no final da rua Maria de Lourdes Torres de Carvalho atende 83 famílias. É uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, mantida pela Associação Síndrome de Down de Piracicaba. Tem como missão articular ações que promovam a garantia de direitos da pessoa com SD ou deficiência intelectual, visando a plena participação deste público em quaisquer contextos sociais.

A entidade atende pessoas com Síndrome de Down ou deficiência intelectual e suas famílias, independente de raça, cor, credo ou condição social, da cidade de Piracicaba e região, bem como a comunidade onde essa população está inserida (creches, escolas, centros comunitários, empresas, entre outros), regendo-se pelo Estatuto, Regimento Interno, pela legislação em vigor e, especialmente, pela legislação pertinente à pessoa com deficiência.

Euclídia também reforçou a importância dos pais e os demais familiares a se envolverem no processo de crescimento das pessoas com a Síndrome. "Muitas vezes os pais ficam preocupados com a síndrome e se esquecem da criança", disse.

O vereador Pedro Kawai observou diversos trabalhos em andamento, a exemplo da sala de estimulação, onde pais e crianças praticavam exercícios de interações, sob a coordenação da psicóloga Gabriela Venâncio, da terapêuta ocupacional, Silvia Marchete e da fonoaudióloga Juliana Souza.

Em outro espaço, o parlamentar também verificou a atuação da fisioterapêuta, Mariana Colombo e da arte educadora Júlia Gianneti, também na prática de exercícios que estimulam os primeiros passos das crianças, em atividades senso motoras até os três anos de idade.

Sobre os projetos elencados com recursos do Fumdeca, Euclídia Fioravante destacou quatro iniciativas: projeto Adoleta, com crianças de zero a seis anos; Calendoscópio, com crianças de 9 a 17 anos; projeto Juntos e Misturados, com enfoque ao esporte, no envolvimento de pessoas com ou sem deficiências e o projeto Capacita Pipa, com foco em discussões temáticas.

SÍNDROME DE DOWN

A síndrome de Down recebe este nome por ter sido inicialmente descrita por John Langdon Haydon Down. Em 1886, este médico britânico apresentou um artigo articulando ideias que hoje já são reconhecidas como bastante retrógradas e até racistas. Foi a partir da descrição feita por Down que o termo “mongolóide”, relativo às pessoas da Mongólia, passou a descrever as pessoas com síndrome de Down. Isso porque, para o médico, a condição era uma questão de variabilidade racial.

HISTÓRICO

Após aprovação  de projeto de lei na Câmara de Vereadores, o prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB) entregou no dia 13/2012 a escritura pública com a doação da área institucional à Associação Síndrome de Down de Piracicaba – Espaço Pipa.

Fundado em 1983, o Espaço Pipa atende hoje 83 famílias com histórico de Síndrome de Down e desenvolve outros projetos com crianças em vulnerabilidade social, além de outros parceiros.