A Escola do Legislativo de Piracicaba "Antonio Carlos Danelon - Totó Danelon", em parceria com o Mandato Coletivo A Cidade é Sua e o Coletivo de Acolhimento Alimentar, iniciaram na manhã desta segunda-feira (15), via online, o primeiro dos três eventos, em roda de conversa para abordar a temática: "Necessidades Alimentares Especiais", mediante o olhar de especialistas e profissionais que passam pela educação, saúde, psicologia e áreas afins.

Os próximos eventos serão encontros presenciais, a serem realizados nas dependências da secretaria municipal de Educação, rua Cristiano Cleopath, 190. As inscrições iniciaram no dia 20 de abril e prosseguem até 17 de maio. Clique aqui para maiores informações.

As atividades integram a VI Semana da Conscientização da Alergia Alimentar de Piracicaba, conforme o decreto legislativo 17/2018. Os trabalhos recebem o apoio da conselheira da Escola do Legislativo - vereadora Silvia Morales (PV), do Mandato Coletivo A Cidade é Sua, que abriu os trabalhos desta manhã. A parlamentar destacou que o evento marca a 6.ª semana da discussão alimentar em Piracicaba, conforme iniciativa da ex-vereadora Nancy Thame.

A Semana da Conscientização da Alergia Alimentar é realizada anualmente na terceira semana do mês de maio e visa a conscientização sobre as alergias alimentares através da ampliação do diálogo envolvendo a temática para o público em geral.

O primeiro encontro de hoje teve duas horas de duração, das 9h00 às 11h00, pelo aplicativo Zoom, com transmissão simultânea pelo YouTube (Escola do Legislativo Piracicaba), onde os inscritos receberam o link de acesso para a sala de reunião por email e/ou WhatsApp. 

Nesta atividade, o Coletivo Acolhimento Alimentar apresentou duas publicações que visam ajudar na inclusão e acolhimento de crianças que convivem com alergia alimentar e doença celíaca nas escolas.

SILVANA SOUZA - presidente da Associação da Pessoa Alérgica Alimentar do Amazonas (APAAM), fundada em 2020 por mães de alérgicos alimentares, onde a entidade busca inclusão lutando para que os vazios do atendimento de crianças alérgicas, mas também de seus pais e cuidadores, sejam preenchidos discorreu sobre sua luta e história de vida. "Ainda somos invisíveis ao poder público. Temos que construir base à uma completa inclusão. A associação nasceu deste movimento, com o apoio do Legislativo", destacou a palestrante, que ainda falou de sua luta familiar e da disposição, 24 horas por dia, na defesa desta luta alimentar.

Na sequencia da palestra, RAQUEL BENATTI - idealizadora e criadora de conteúdo do site "Rio sem glúten", que faz a divulgação da doença celíaca desde 2004, suplente do Conselho Fiscal da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil (FENACELBRA), além de curadora e criadora do conteúdo para as redes sociais (Instagram e Facebook) iniciou suas considerações destacando o trabalho inovador, que também serve de modelos para outras cidades, com referência às discussões de Piracicaba.

"Já temos experiências exitosas", considerou a palestrante ao comentar sobre os mais de 30 anos de experiência no universo dos celíacos, o que também inclui seus familiares. Para Raquel, ainda convivemos com profissionais que não sabem nada de doença celíaca, onde vivemos numa sociedade que não é inclusiva e desconhece este quadro de saúde.

Como professora da rede pública de Angra dos Reis, onde também conheceu a realidade das escolas, quando foi secretária  de Educação, Raquel destacou a importância de orientação aos pais e todo o universo da comunidade escolar para acompanhar o aluno.

Raquel ainda destacou publicações como a cartilha “Orientações para pais e professores, sobre Alergia Alimentar: Como detectar sinais e sintomas de manifestações alérgicas?”, direcionada para inclusão escolar do alérgico, publicada em 2021, pela APAAM (Associação da Pessoa Alérgica Alimentar do Amazonas) em uma parceria com a Escola do Legislativo do Estado do Amazonas.

Além da cartilha “Atendimento dos alunos celíacos no Programa Nacional de Alimentação Escolar”, que foi publicada em 2018 pelo Rio Sem Glúrten e direcionada à inclusão do estudante celíaco, contando com capítulo exclusivo dedicado a explicar as boas práticas de manipulação que permitem o provimento de alimentação escolar segura.

Já no "Caderno de Referência para Estudantes com necessidades alimentares especiais", que foi publicado em 2017 pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o material também é direcionado para nutricionistas, mas que se torna a principal referência usada para instrumentalizar o fluxo de atendimento para escolas atendidas no PNAE (Programa Nacional da Alimentação Escolar).

Raquel também destacou o CECANE (Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escola), que também contribui a partir das suas experiências na temática. A proposta terá como objetivo troca de vivências e a discussão da atuação e mobilização política da sociedade civil organizada para a inclusão social escolar efetiva do alérgico alimentar no contexto das políticas públicas de alimentação escolar em Piracicaba.

E, fechando o ciclo de palestras do dia, LETÍCIA SPRICIO - Nutricionista, Mestre em Alimentos, Nutrição e Saúde pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), agente do PNAE do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar (CECANE) destacou a importância do fluxo de acolhimento a que a criança deva receber na escola e na família, onde tudo começa a partir do cardápio, na adaptação do melhor atendimento dos alunos, além de assegurar o devido armazenamento e processamento dos alimentos.

"Os pais precisam estar atentos a todo o processo, devendo assinar os cardápios, sob a responsabilidade de uma nutricionista", ressaltou a palestrante, que também comentou sobre sua ocupação, de tempo integral, na defesa desta causa alimentar.

Letícia também chamou atenção para a necessidade de se identificar os alunos, com pulseiras ou outras demarcações, a fim de facilitar o fluxo de atendimento perante os responsáveis pelo processo nutricional. A palestrante também referendou cartilhas e legislações que esclarecem e dão resguardo legal na garantia do direito da alimentação diferenciada.

O ciclo de palestras desta manhã também contou o respaldo das facilitadoras: ÉRICA SPEGLICH - bióloga, doutora e pós-doutora em Educação (Unicamp) HELOIZE MILANO - bióloga e mestre em Ciências (USP), NIELLE RIBAS - cientista política e mestre em Ciência Política (UnB), TALITA TEIXEIRA - fisioterapeuta e mestre em Saúde Pública (USP).

Pablo Carajol Delvage, do mandato coletivo A Cidade é Sua encerrou o evento, em nome da vereadora Silvia Morales.