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22 DE JUNHO DE 2020

Em palestra, engenheiros debatem manejo e restauração florestal


Engenheiro agrônomo e engenheiro florestal participaram de palestra promovida pela Escola do Legislativo



EM PIRACICABA (SP)  

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A palestra foi transmitida pela internet, por meio da plataforma virtual Zoom e simultaneamente pelo canal do Youtube da Escola.





A forma como é feito o manejo florestal no quilombo do Campinho, em Paraty (RJ), e a restauração florestal da vegetação do estado de São Paulo, através do manejo de fragmentos florestais, foram discutidas na palestra ‘Manejo Florestal no Quilombo do Campinho Paraty – RJ’. Promovida pela Escola do Legislativo da Câmara de Vereadores de Piracicaba, a palestra com duração de duas horas foi transmitida pela internet, na tarde desta segunda-feira (22), por meio da plataforma virtual Zoom e simultaneamente pelo canal do Youtube da Escola.

Na palestra, o engenheiro florestal e doutor em Desenvolvimento de Populações Tradicionais, Ney Pinto França, apresentou os resultados obtidos em sua tese de doutorado ‘Desenvolvimento Sustentável Quilombo do Campinho - APA de Cairuçu - Paraty-RJ’.

O pesquisador deu destaque aos os cinco tipos de ecounidades existentes no quilombo: clareira novas, recomposição fase mudas, recomposição fase árvores, bioestática e degradação. Segundo ele, ao entender as ecounidades pode-se priorizar apenas as espécies de interesse econômico ou de interesse medicinal do quilombo. “A importância de se entender as ecounidades é que todos os tratamentos silviculturais propostos dentro de um programa de manejo florestal são feitos no sentido de rarear ou enriquecer com mudas desejáveis pela comunidade”, afirmou. De acordo com Ney Pinto França, levantamentos étnico-botânicos mostraram a forma de priorizar o enriquecimento da floresta, dos quintais e das roças do quilombo.

Na apresentação, o pesquisador também deu destaque aos pontos positivos do Quilombo do Campinho que incluem espírito comunitário, riqueza natural, produção de artesanato local e produção de farinha de mandioca; aos principais problemas do quilombo, entre eles a perda do hábito agrícola, ocupação urbana desordenada e perda gradativa da identidade cultural; e às potencialidades para o desenvolvimento do quilombo, que são a diversificação na produção do artesanato, o turismo cultural étnico-religioso, o aumento de produção de farinha de mandioca, entre outras.

Na segunda parte da palestra, o engenheiro agrônomo e doutor em Ciências da Engenharia Ambiental, Edson José Vidal da Silva, falou sobre o manejo de fragmentos florestais como prática de restauração florestal.

Edson José Vidal, que também é professor do Departamento de Ciências Florestais da Esalq (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"), ressaltou o manejo com intuito de recuperação dos fragmentos florestais de Piracicaba e do estado de São Paulo.

Ao mostrar mapas dos fragmentos florestais do estado, o professor demonstrou preocupação com as áreas. “A situação está realmente muito complicada”, afirmou. Ele listou situações que contribuem para a degradação destes fragmentos, como depósitos de lixo e uso como pastoreio de gado, e as consequências, que vão desde a alteração do microclima à extinção de espécies. “A gente tem de fato uma necessidade de conservar essas áreas fragmentadas”, ressaltou.

Para o engenheiro agrônomo, o manejo da paisagem somado com o manejo do fragmento resulta em fragmentos protegidos e produzidos. “É isso que a gente gostaria como uma estratégia”, finalizou.

A vereadora Nancy Thame (PV), diretora da Escola do Legislativo, frisou que temas como esse "são urgentes no período em que nós estamos vivendo". 

 



Texto:  Daniela Teixeira - MTB 61.891


Escola do Legislativo Nancy Thame

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