"Depressão será a doença mais incapacitante até 2030", afirma oradora

A psicóloga e psicanalista Juliana Maria de Campos Danelon utilizou a tribuna da Câmara Municipal, na noite desta quinta-feira (8), durante a 48ª reunião ordinária, para falar sobre o evento “Vozes pela Vida”, realizado em 3 de setembro, mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio.

Ela apresentou dados sobre saúde mental no Brasil. Segundo Juliana, em 2017 havia cerca de 18 milhões de brasileiros com algum transtorno. Em 2024, esse número cresceu 25%. “Somos o país mais ansioso do mundo. A depressão será a doença mais incapacitante até 2030. Hoje ocorre um suicídio a cada 45 segundos e, para cada caso, há outras 20 tentativas”, destacou.

Os números, segundo ela, são alarmantes. “Quem chega a uma tentativa ou ao suicídio efetivado já está adoecido há muito tempo. Hoje vivemos uma questão de saúde pública quando falamos em saúde mental”, disse, acrescentando que, em 2024, houve aumento de 132% nos afastamentos concedidos pelo INSS por esse motivo, com duração média entre 8 e 9 meses e taxa de reafastamento de 75%.

Juliana também apresentou o Instituto Mentale, em fase de construção, com a proposta de devolver à sociedade parte de sua trajetória profissional por meio da promoção de eventos. Um deles é o Vozes pela Vida, que chegou à terceira edição neste ano, realizado no Teatro do Engenho, reunindo convidados da cidade e de fora para quebrar tabus, combater estigmas e levar esperança e informação de qualidade. O outro é a Corrida Viva a Vida, que também terá sua terceira edição no próximo domingo (14) e já conta com mil inscritos.

Para concluir, ela pediu aos vereadores que priorizem projetos voltados à saúde mental. “Quando oferecemos algo bem estruturado, o retorno é positivo. A saúde mental é um dos nossos maiores desafios: difícil de gerir, de promover e de atender as necessidades de quem sofre. Mas é justamente esse desafio que precisamos enfrentar”, finalizou.

Confira a fala completa no vídeo anexo.