27 DE NOVEMBRO DE 2019
Osmar Ventris abriu a roda de diálogo "Justiça Restaurativa x Sistema Penitenciário" na manhã desta quarta-feira, na Escola do Legislativo.
Participantes realizaram trocas de experiências e compartilharam sentimentos
"Por trás de um ato de violência há uma necessidade não atendida e que, muitas vezes, nós mesmos sabemos o que é", disse o palestrante e advogado Osmar Ventris, na manhã desta quarta-feira (27), durante a roda de diálogo "Justiça restaurativa x Sistema penitenciário", promovida pela Escola do Legislativo, da Câmara de Vereadores de Piracicaba.
Ventris explicou que a Justiça Restaurativa trabalha com valores e sentimentos, com a metodologia de conciliação e as técnicas de comunicação não-violenta, e procura empatia pelas pessoas. "Por mais que seja um assassino ou um criminoso, a Justiça Restaurativa busca entender o porquê de o cidadão ter cometido aquele ato", disse.
A diferença entre escutar e ouvir também é importante e se encaixa na Justiça Restaurativa, segundo Ventris. "Escutar é processar com o cérebro e compreender a situação, enquanto ouvir é perceber qualquer barulho e não absorver o que foi dito", diferenciou.
Já o sistema penitenciário, retratado como não eficaz e de caráter reativo pelo advogado, também impõe conforme a lei e não se preocupa em pacificar. "Quando alguém pede justiça, está pedindo para que o outro sinta a dor que está sentindo. Sempre é a cultura do ódio, e não da justiça."
Ventris diferenciou as questões que compõem o judiciário entre "quem fez", "qual lei" e "qual pena". "A Justiça Restaurativa exige o fato que aconteceu, quem foi a vítima, quais as necessidades das vítimas e quem é o responsável."
Durante a roda de conversa, a segurança foi apontada como falha pelo palestrante. Segundo ele, só se passam a tomar iniciativas preventivas depois que uma tragédia já ocorreu.
Os participantes também puderem compartilhar seus sentimentos em situações em que se veem injustiçados e realizar trocas de experiências.