De acordo com o presidente do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto), Artur Costa Santos, a oferta de água em Piracicaba deve ser ampliada em aproximadamente 33% a partir de investimentos na estação de tratamento de água do Capim Fino, com base em recursos obtidos via empréstimo do Programa Finisa (Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento), da Caixa Econômica Federal, autorizado por meio o projeto de lei 52/2023, do Executivo, votado pela Câmara em março deste ano. 

“Esse é o financiamento aprovado no Finisa 1, que já está em fase de licitação. As propostas já estão sendo entregues, em cujo projeto já foi feito os primeiros desembolsos. Esse projeto leva a um aumento real na média de produção, ao ano, de cerca de 33% de água, melhorando assim o abastecimento como um todo. É o término da construção do Capim FIno, projeto que ficou parado acho que por cerca de 5, 6 anos, e que agora retornou para se ter a plenitude de produção”, disse o presidente do Semae. 

Segundo Artur Costa Santos, as propostas dos licitantes serão recebidas até o dia 08 de janeiro de 2024, “e daí daremos início à obra”, falou. 

Além dos recursos oriundos do Finisa, segundo técnicos da autarquia, há ainda a previsão, em 2024, de investimentos da ordem de R$ 10,8 milhões, oriundos de empréstimos da agência Desenvolve SP, para a troca da rede de abastecimento nas regiões da Paulista, Independência, Centro e Santa Teresinha. Há ainda a expectativa da execução de um contrato de cerca R$ 6 milhões voltado à busca por vazamentos na rede. 

O total de investimentos, de acordo com o presidente do Semae, é “em torno de R$ 150 milhões para serem realizados de imediato”. O montante, explicou, abarca também recursos do Finisa 2, “que já está aprovado e a assinatura ocorre até o final do ano", com cerca de R$ 50 milhões para "adutoras que ligam o Capim Fino ao Unileste, com a construção de 2 reservatórios, que permitiriam os remanejamentos efetivos de água”.

Os números foram apresentados durante audiência pública realizada na noite desta quarta-feira (13), no Plenário da Câmara Municipal de Piracicaba, solicitada pelo vereador Pedro Kawai (PSDB) por meio do requerimento 1088/2023, que além de discutir questões relacionados ao abastecimento de água na cidade, também trouxe representantes da CPFL Paulista (Companhia Paulista de Força e Luz) para explicações sobre eventuais problemas no fornecimento de energia elétrica na cidade. 

“Essa audiência foi proposta para termos alguns esclarecimentos principalmente nesses serviços tão importantes e essenciais para o dia a dia da nossa cidade. Importante lembrar que essa audiência pública foi convocada inicialmente por problemas no bairro da Paulista, mas, por conta de diversas reclamações por parte dos 23 vereadores, principalmente no fornecimento de água e, alguns, de energia, passamos o tema para toda a cidade de Piracicaba”, falou Pedro Kawai na abertura dos trabalhos camarários por ele presididos.

Energia elétrica -  Durante a audiência -- que contou com a participação de moradores e representantes do Executivo e de associações de bairros da cidade, e dos vereadores Acácio Godoy (PP), Gilmar Rotta (PP), Rai de Almeida (PT), Paraná (Cidadania), e do vereador licenciado, Paulo Campos--, o Gerente de Serviços Comerciais da CPFL Paulista, Pedro De Aro, teve a oportunidade de falar sobre investimentos feitos pela concessionária nos cerca de 234 municípios por ela atendidos, em especial os realizados em Piracicaba. 

De acordo com ele, a cidade conta com um sistema elétrico robusto, e possui um plano de contingência para o rápido restabelecimento do sistema, em especial quando da ocorrência de eventos climáticos que afetam a rede elétrica, principalmente no caso de acidentes que envolvem quedas de árvores. 

“Hoje, todos os investimentos que fazemos são em redes compactas, que convivem com a arborização. Porém, quando a árvore tomba sobre a rede nós temos que reconstruir, e a gente não consegue avençar”, explicou o representante da CPFL, que disse que a empresa possui, na cidade, um corpo técnico operacional de cerca de 140 funcionários e 50 veículos, além dos de prestadoras terceirizadas. Há ainda, segundo ele, a possibilidade de mobilização de pessoas de outras regiões atendidas pela companhia, caso necessário.

Ainda segundo De Aro, a CPFL Paulista oferece serviços dentro dos parâmetros de qualidade estabelecidos pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), e os eventuais desligamentos da rede, já contabilizadas as manutenções preventivas e as melhorias, caíram em 2022 relação ao ano anterior: “nós desligamos em 2021, em média, 6 horas e 20 minutos cada cliente e, em 2022, desligamos apenas 5 horas e 25 minutos”.

Em relação aos investimentos no sistema, de acordo com o Gerente de Serviços Comerciais, de janeiro de 2021 a outubro de 2023 foram desembolsados na cidade aproximadamente R$ 72 milhões, “divididos em atendimentos a clientes, projetos especiais, manutenções, melhoramentos na rede e suporte de crescimento do mercado”.

Há ainda novos investimentos para a construção de subestações de energia e de bases operacionais para oferecer melhor logística na prestação dos serviços: “se nós temos problemas, quero reforçar, nós precisamos de tempo para entender o problema, pois não faltarão recursos”, afirmou.

Outra questão por ele levantada foi em relação ao aumento no consumo de energia elétrica, como por exemplo o resultante da ampliação do número de equipamentos de ar-condicionado em residências e comércios, cujas instalações, muitas vezes, não são previamente comunicadas à companhia, e assim, resultam em sobrecargas na rede, especialmente em momentos de forte calor, quando muitos aparelhos são ligados simultaneamente.

A audiência pública foi transmitida ao vivo pela TV Câmara e pode ser revista, na íntegra, no vídeo que acompanha esta matéria.