A Câmara de Piracicaba, conforme iniciativa do vereador Paulo Campos (SD) promoveu na noite desta quinta-feira (11), às 19h45, nas dependências do salão nobre "Prof. Helly de Campos Melges", a reunião solene que institui os Certificados de Reconhecimento do Gari do Ano e do Reciclador do Ano, conforme decreto legislativo 15/2007, onde foram contemplados 10 trabalhadores, as margaridas: Diva Domingues da Silva, Eurides Maria da Silva, Josefina Matias Ferreira, Quitéria Barbosa da Silva e Maria de Lourdes Domingos. Além dos garis: Giovanni Taylor da Silva dos Reis, Givanildo Aparecido Bicudo, Isaac Saturnino da Silva e Luis Donizetti Camargo. Anália Pereira da Silva foi contemplada como a Recicladora do Ano. O evento teve transmissão ao vivo pela TV Câmara, canal 08 da Net e TV digital, canal 60.4 UHF e pela rede mundial de computadores, a internet, no endereço eletrônico www.camarapiracicaba.sp.gov.br

Na formação diretiva da mesa dos trabalhos, sob a coordenação do autor da solenidade, o vereador Paulo Campos foi seguido pelo ex-secretário estadual da Indústria, Luciano Almeida; o gerente da Empresa Ambiental Piracicaba, Claudionor Siqueira de Lira e, pela representante do setor de Comunicação Social, Andreia Muniz Dias; o PM sargento Padovan; José Silvestre, presidente da Associação de Advogados Criminalistas de Piracicaba e Região (Aacripir); o representante da 8ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, OAB-Piracicaba - Prerrogativas, Gerson Marcelino e os vereadores do PR, Chico Almeida e Laércio Trevisan Júnior.

Na mesa extendida dos trabalhos da noite, o pastor Júnior Mandro. O presidente da Câmara, Matheus Erler (PTB) e, os vereadores André Bandeira (PSDB) e Paulo Camolesi (Rede) justificaram ausência na solenidade, que foi coordenada pelo mestre de cerimônia, Ederson Rezende, assessorado por Melissa Maziero.

O gerente da Empresa Ambiental Piracicaba, Claudionor Siqueira de Lira falou da satisfação de mais um vez homenagear estes trabalhadores, que não medem esforços e empenho para enfrentar o dia-a-dia, em serviços de rua, que atuam em situações críticas. Também enfatizou a importância do vereador Paulo Campos na realização do evento, no que parabenizou todos os contemplados da noite.

O vereador Laércio Trevisan Júnior falou do orgulho em estar todo momento em defesa das margaridas e dos varredores de ruas, além de falar da importância da outorga, da homenagem a estes trabalhadores, que cuidam da cidade.

O vereador Chico Almeida reiterou a felicidade de fazer parte da solenidade, que homenageia pessoas que merecem frente aos relevantes serviços prestados à cidade, sendo que estes trabalhadores ainda são poucos reconhecidos, no que rogou a Deus para que prospere a vida de cada um.

O integrante da 8ª Subseção da OAB-Piracicaba, Gerson Marcelino falou da relevante iniciativa do verador Paulo Campos em homenagear estas pessoas que muidas vezes são negligenciadas, sendo que estes é que garantem a boa visibilidade da cidade. 

O presidente da Aacripir, José Silvestre da Silva registrou a satisfação de participar mais uma vez da solenidade, além de elencar a formação da mesa diretora e referendar os dez trabalhadores contemplados da noite. Também registrou a importância do momento de recebimento de uma comenda, considerando a figura do gari e do reciclador, no que evidenciou a importância destas pessoas, que integram a sociedade e, de troca concede o amor, a doação de si para o outro, garantindo o bem estar da sociedade. "É com esta cidadania que se ganha o mundo", disse.

O ex-secretário estadual da Indústria, Luciano Almeida falou do respeito e do orgulho dos contemplados da noite, no reconhecimento da Câmara. Também discorreu sobre a importância do trabalho, de pessoas que sempre estão em risco de alta periculosidade.

O sargento Padovan cumprimentou o vereador Paulo Campos pela solenidade, referendando a mesa diretora, saudou os contemplados da noite e, lembrou da recomendação de seu avô, para evidenciar a importância destes trabalhadores. "Só damos valor quando o chuveiro queima´" disse em alusão à atuação destas pessoas.

O autor da solenidade, vereador Paulo Campos iniciou suas considerações destacando a composição da mesa de honra, citando seus familiares e colaboradores no respaldo à realização do evento. Também reiterou o papel do vereador Trevisan, na luta em defesa da população. Além de comentar sobre os inúmeros aspectos na elaboração da homenagem, resgatando o seu passado frente ao aterro do Pau Queimado, nas muitas madrugadas para garantir o sustento da família. Ainda registrou a felicidade em contemplar pessoas que nem sempre encontram respaldo na sociedade em reconhecimento ao que fazem pela cidade, lembrando que só são reconhecidas quando estão em greve. "Sinto uma alegria demasiada em meu coração em poder socializar este momento.Também considerou os aspectos duros deste trabalho, que não mede horários, desde as três da manhã, sempre pronto para atender a população", disse.

Concluindo suas considerações, denominou os 10 contemplados da noite, além de comentar sobre o momento de crise em que passamos, no que rogou a benção de Deus a todos.

Ao reconhecer a importância do gari e das margaridas, o vereador Paulo Campos destaca o tema ambiental, que hoje é uma preocupação mundial, sendo que a homenagem da Câmara de Piracicaba valoriza ainda mais a atuação destas pessoas, que procuram manter a cidade limpa.

O apelo é que haja valoração destas pessoas, por atuarem numa área indispensável. O decreto que criou a lei é privativo da Câmara. "Foi uma homenagem do fundo do coração. Guardem com carinho. Daqui a 100, 200 ou 300 anos isto ainda constará nos anais da Câmara. Vamos socializar e compartilhar o momento", destacou o parlamentar, lembrando dos relevantes serviços prestados por coletores, motoristas, garis e recicladores solidários. 

Em seu discurso, Paulo Campos também enfatiza que conhece a vida que este pessoal leva, pois quando trabalhou no lixão sentia na pele o drama destes cidadãos.

Giovanni Taylor da Silva dos Reis falou em nome dos homenageados, além de de considerar o papel da Empresa Ambiental Piracicaba, sendo referência de atuação local.  Na sequência da solenidade também foi apresentado um vídeo sobre os contemplados da noite.

GARI

A maioria dos brasileiros - e até mesmo muitos dos que trabalham no setor - desconhecem como eles foram incorporados ao dia-a-dia pela população. Mas, esta dúvida termina quando é preciso identificar um coletor, que remove o lixo, ou uma varredora, que limpa as ruas. Aí é só chamar o gari ou a margarida que tudo se resolve.

A palavra gari vem do nome do francês Pedro Aleixo Gari que, durante o Império, assinou com a Corte Brasileira o primeiro contrato de limpeza urbana no Brasil. Aleixo, costumava reunir no Rio de Janeiro, cidade onde morava, funcionários para limpar as ruas após a passagem de cavalos, o que nessa época era muito comum.

Os cariocas se acostumaram com este trabalho e sempre mandavam chamar a "turma do Gari" para executá-lo. Aos poucos, e de tanto repetí-lo, a população da cidade associou o sobrenome de Aleixo Gari aos funcionários que cuidam da limpeza das ruas. Assim, o nome gari se espalhou para o restante do País.

Em homenagem a ele, a Comlurb mantém em Campo Grande, no Rio de Janeiro, uma fábrica de utensílios para limpeza urbana, que leva o nome da fábrica Aleixo Gari.

MARGARIDA

No início da década de 70, havia carência de mão de obra masculina em São Paulo para serviços de varrição, já que os melhores profissionais eram requisitados pelas empresas responsáveis pela construção do metrô.

Naquela época, o então gerente de Piracicaba, José Mauro Porto, foi designado pela diretoria de operações da Vega para incluir as mulheres no serviço de limpeza pública. A experiência pioneira foi feita com absoluto sucesso e, logo em seguida, repetida em outras regiões, na Capital.

Antes mesmo de o teste ser feito em São Paulo, havia uma preocupação em encontrar um nome popular que servisse de alternativa aos já tradicionais, como varredora e servente.

Pensou-se na cor branca, que é sinônimo de limpeza e, na flor, que representa a mulher. Imediatamente, margarida foi considerada o mais adequado, inclusive porque nesse nome está contido a palavra gari. Dias depois, a mídia e a sociedade em geral aceitaram - e elogiaram - o ingresso da mulher na nova atividade profissional junto com o seu apelido de trabalho.

A Vega abriu um novo mercado às mulheres, que desde então se dedicam à atividade com interesse, merecendo o respeito dos pedestres que passaram a ter um motivo a mais para evitar sujar as ruas e manter a cidade limpa.