“As mulheres, enquanto grupo social específico, carregam longa história de exclusões, privações, discriminações e opressões. Esta é uma constatação genérica que merece ser qualificada e revitalizada”, afirmou a vereadora Nancy Thame (PSDB) durante palestra ministrada no evento Lugar de Mulher é na Política, no Painel Mulheres Transformando a Política, promovido pelo grupo Mulheres do Brasil, quarta-feira (25), em São Paulo.

Durante o evento, a parlamentar apresentou dados sobre aumento da participação das mulheres nos cargos eletivos nos últimos anos e apontou que está muito aquém dos avanços adquiridos em outras dimensões da vida cotidiana da mulher, como o conhecimento, a autonomia financeira, o sucesso profissional, entre outros. 

“No ano de 2000, o número de vereadoras, deputadas estaduais, deputadas federais e senadoras foram 12.6%, 10.1%, 5.56% e 7.41%, respectivamente, já em 2016 os números foram 13.51%, 11.33%, 9.94% e 14.81% “, explicou. 

Nancy trabalha com formação de mulheres dentro de partido há cerca de 10 anos e detalha que o fato de as mulheres não conseguirem ocupar espaços de poder na política é resultado de violências e constrangimentos diários na participação política. 

“Esses desafios estão não apenas nos eleitores, mas principalmente nos partidos políticos, liderados majoritariamente por figuras masculinas”, salienta. 

Em ranking divulgado pela União Interparlamentar, o Brasil está na 154ª posição entre 193 países com relação a ocupação de mulheres nos parlamentos. No continente latino-americano, é o terceiro pior colocado, atrás somente de Belize (183º) e Haiti (187º). Na América do Sul, é o país com menor representação parlamentar feminina.