Após uma luta de quase cinco anos, o condomínio Vô Teixeira e parte do bairro Santa Isabel, na região de Tupi, começam nesta semana a ser abastecidos com a água do Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto). Em meio a um dos períodos mais secos já registrados na cidade, a conquista, que teve participação decisiva do vereador João Manoel dos Santos (PTB), representa para os moradores a independência em relação aos poços artesianos.

Isso porque a alternativa, que vinha sendo usada até agora pela população do bairro rural, terá suas conexões desligadas assim que a água do Semae começar a ser enviada às chácaras, já que o líquido tratado pela autarquia segue padrões rígidos do Ministério da Saúde ––ele poderia perder a qualidade se "misturado" com a água de poços artesianos.

Graças a uma lei aprovada pela Câmara, o Semae, sob a gestão do presidente Vlamir Schiavuzzo, já fez mais de 180 quilômetros de rede de água pela cidade, levando o líquido até regiões distantes. Metade dos investimentos é bancada pela autarquia, enquanto os outros 50% são rateados entre as propriedades que desejam ser abastecidas pelo serviço municipal. Quanto mais pessoas aderirem, menor é custo final para o consumidor beneficiado.

O caso na região de Tupi acompanhado por João Manoel é um exemplo disso. A possibilidade de o Semae levar sua rede de água até as localidades agora atendidas começou a ser tratada ainda na gestão do ex-prefeito Barjas Negri (PSDB), quando o vereador promoveu as primeiras reuniões com donos de imóveis no condomínio Vô Teixeira.

Inicialmente, apenas esses moradores haviam manifestado interesse em ser atendidos pelo serviço: as 52 famílias dispostas a adequar a rede interna de suas propriedades iriam ratear R$ 145 mil dos R$ 290 mil em que a obra estava orçada (a outra metade foi bancada pelo Semae). Mas, como a construção da rede passará por boa parte do bairro Santa Isabel, onde o condomínio Vô Teixeira está localizado, mais de uma centena de famílias agora serão beneficiadas, o que deve fazer o custo para cada uma cair para menos de R$ 1.500, que podem ser pagos em 24 parcelas mensais.

ANÚNCIO OFICIAL - A informação de que serão acionadas neste final de semana as ligações entre a rede do Semae e a estrutura das casas que já se prepararam para receber a água da autarquia (é necessário, por exemplo, que o hidrômetro esteja instalado) foi dada em uma reunião realizada na noite desta terça-feira (4), em uma chácara no Santa Isabel. Mais de 40 moradores acompanharam o anúncio feito por Schiavuzzo e acompanhado por João Manoel, que comemorou o capítulo final de um esforço de anos.

"Hoje, a água é uma realidade aqui. Agradeço ao Ronaldo Neves, o Pequeno, que é uma liderança simples, porém aguerrida; à Mércia, que também está sempre cobrando e apoiando quando é preciso; e a toda a comunidade que acompanhou esse processo", destacou João Manoel, que elogiou o ex-prefeito Barjas Negri, o atual, Gabriel Ferrato (PSDB), e Schiavuzzo.

Ao se dirigir aos moradores presentes na reunião, o vereador recordou o histórico da conquista. "Alguém, nervoso, chegou a falar que eu tinha prometido a água e até agora a obra não tinha saído. Quero deixar claro que eu disse, na primeira reunião que tivemos, que se o pessoal estivesse esperando vir aqui alguém resolver o problema, não seria eu, João Manoel, pois eu não tinha vindo ali para prometer nada; vim para assumir um compromisso de estar junto com a comunidade, caso ela quisesse. Nunca prometi coisa alguma, porque não é o vereador quem faz isso; é o prefeito", explicou, enfático.

O comerciante Marcos Antonio Piassa, que vive há cinco anos no Santa Isabel, comemorou o anúncio feito na reunião. "Hoje nós estamos muito felizes pelo trabalho do Schiavuzzo e do João Manoel, que sempre apoiou o nosso bairro. Esta semana nós vamos começar a receber a água do Semae; isso nos dá uma grande alegria, porque até vivemos um pouco sem comer, mas sem beber água é impossível", afirmou o morador, que conta as horas para ter o líquido nas torneiras. "A ligação está toda pronta, só falta o Semae ir lá e engatar."

BOMBEAMENTO - O presidente do Semae explicou aos moradores detalhes da operação. "Esse processo foi demorado porque esta é uma região muito grande. Também foi complexo para se fazer o levantamento; depois, veio a licitação para a compra do material. Aí, o Semae executou essas obras. No final, quando elas estavam concluídas, foi feito o pedido de ligação de energia para uma bomba na rede, necessária para fazer a água chegar até aqui, por causa da declividade", comentou Schiavuzzo.

"Como a companhia de energia não ligava, nós fomos atrás para saber e eles disseram que seria preciso um reforço de energia, porque muitas pessoas começaram a morar no bairro e a energia não seria suficiente para suportar o peso daquela bomba. Foram mais de quatro meses nisso. Agora, na semana passada, ligamos a rede, que tem mais de quatro quilômetros, e estamos na fase final dos testes para detectar se há vazamentos e, então, começar o fornecimento da água do Semae", concluiu.