
06 DE NOVEMBRO DE 2015
Moção de apelo e requerimento serão encaminhados ao presidente Paulo Skaf
Um clima de terror se instalou nas unidades do Sesi e do Senai, diz parlamentar
A diminuição de 1.700 vagas para estudantes do Sesi (Serviço Social da Indústria) preocupa o vereador José Antônio Fernandes Paiva (PT). Entre as medidas para 2016 está a desativação do período integral do sexto ao nono ano das 175 unidades estaduais. Na moção de apelo 220/2015, o parlamentar solicita que Paulo Skaf, presidente do conselho regional da entidade, reveja a decisão. Já no requerimento 937/2015, ele apresenta uma série de perguntas relacionadas aos cortes no orçamento. As duas proposituras foram aprovadas em plenário nesta quinta-feira, 6, na 64ª reunião ordinária.
O Sesi também suspendeu as matrículas para os primeiros anos do ensino fundamental nas unidades chamadas de externas (que funcionam em prédios alugados ou cedidos) e nos cursos técnicos. Além disso, a disciplina de espanhol será ofertada na modalidade de Educação a Distância (EaD), sendo optativa ao aluno do ensino médio. A entidade enviou aos pais dos estudantes um comunicado, alegando que as medidas acontecem em virtude da crise econômica, que estaria afetando as atividades educacionais.
Paiva lembra, no texto da moção, que “um clima de terror” se instalou nas unidades do Sesi e do Senai, com relatos de ameaças de demissões em massa por professores e diminuição de carga horária no ensino fundamental e médio incentivados, muitas vezes, pelos gestores.
Ainda no requerimento, o parlamentar destaca o lema “Não Vou Pagar o Pato”, disseminado pelo Sesi como luta em favor de sua sobrevivência. Para ele, é preciso refletir sobre o que acontece “por trás da figura do pato”. O vereador diz que há patrocínio de campanha milionária campanha na TV, rádio e redes sociais. Tal fato, na opinião do vereador, representa “um duro contraste com o corte nas escolas”.
Paiva lembra que Sesi e Senai participaram de reunião, em 6 de outubro, com a Federação dos Professores do Estado de São Paulo. Os representantes alegaram que a medida toma como base a possível queda de arrecadação em 2016 e que “estão cortando na carne”. “Essa carne nada mais é do que a do trabalhador, quem, ironicamente, a campanha da Fiesp diz proteger”, diz o vereador, ao lembrar que as drásticas medidas não são motivadas pela anunciada redução de 30% nas verbas do Sistema S. “O pato contra o imposto, que defende o direito dos brasileiros, é uma ilusão gráfica”, diz.
O vereador quer saber, no requerimento aprovado esta quinta, qual o orçamento do Sesi/Senai em 2015 e a previsão para o próximo ano, quanto representa em reais a redução de 7%, quantas crianças ficarão sem escola e quais os impactos da medida em Piracicaba. Além disso, ele indaga se houve comunicado aos poderes Executivos estadual e municipal sobre as alterações.