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06 DE MAIO DE 2022

Vereadores debatem suposta distribuição de bala contaminada em escola


Parlamentares debateram segurança em escolas e suposta informação de que uma senhora teria entregue balas com "chumbinho" para crianças em unidade municipal



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Guilherme Leite - MTB 21.401 Salvar imagem em alta resolução

Requerimento 360/2022 foi amplamente debatido durante a 15ª reunião ordinária de 2022






A apreciação do requerimento 360/2022, de autoria do vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), o Cássio Fala Pira, que solicita ao Executivo informações sobre segurança em escolas e creches municipais, gerou intenso debate entre os parlamentares presentes à 15ª reunião ordinária de 2022 da Câmara Municipal de Piracicaba, realizada na noite desta quinta-feira (5).

A propositura, de forma ampla, pede informações sobre "como é controlado o acesso de entrada de pessoas nas escolas e creches" e pergunta "como é feita a segurança" nestes espaços. O vereador também questiona se "há algum planejamento para melhoria da segurança nas escolas". 

Além das perguntas abrangentes para toda a rede municipal, Cássio Luiz também cita o caso de uma unidade localizada no Parque Orlanda I, onde "este vereador presenciou a falta de segurança no local, a escola fica com os portões abertos, deixando acessível a entrada de qualquer pessoa", informa o requerimento que também é acompanhado de fotos do local.

A propositura ainda traz que "segundo relato das mães presentes no local, pela falta de segurança na escola houve a ocorrência de uma senhora não identificada entregando balas pela cerca as crianças que utilizavam o playground, no momento em que uma mãe notou e a questionou, a senhora evacuou-se rapidamente do local, uma das mães registrou os fatos (conforme boletim de ocorrência anexo)". 

Cássio Luiz, durante a sessão, ao falar sobre a suposta distribuição de balas às crianças, disse que no boletim de ocorrência registrado por uma mãe de aluno constava a informação de que os doces distribuídos poderiam conter "chumbinho", uma espécie de veneno:

"Foi feito um boletim de ocorrência, como vocês podem ver, foi feito um boletim de ocorrência nessa escola porque tinha uma senhora, segundo as informações dentro desse boletim, estava dando bala com chumbinho para as crianças. Agora se isso é verdade ou mentira eu não sei", disse o parlamentar.   

A informação foi contestada por Laércio Trevisan Jr (PL) que, ao ler o documento policial anexado ao requerimento, disse que nele não constava expressamente a suposta adulteração das balas com chumbinho. "Eu estou lendo o boletim de ocorrência e não existe isso aqui. Tem que se reestabelecer a verdade", disse.

Ao discutir o requerimento na tribuna, Cássio Luiz disse que essa informação, apesar de não constar no documento policial, foi a ele relatada por pais de alunos. "Eu não inventei essa história. Eu não tiro nada da minha cabeça (...). Agora, o que está nesse boletim, aqui realmente não fala sobre a bala com chumbinho. Foi lá no local que eu estava e os pais passaram para mim que tinha bala com chumbinho, e que tinha uma senhora passando no local e e chamando as crianças oferecendo bala para elas. E os pais relataram que era bala com chumbinho", disse. 

Trevisan Jr., ao subir na tribuna, acrescentou: "eu fico muito preocupado quando se fala uma coisa nesse nível, de falar de colocar chumbinho em bala e distribuir na escola. Isso tem que tomar um cuidado tremendo. Porque vira fake-news, vira uma coisa que ninguém daqui gostaria de ser vítima. Imagina a diretora da escola como se sente, as professoras de lá, o caos que se cria numa falsa informação dessas".

Josef Borges (Solidariedade), líder de governo na Câmara, disse que afirmar que essa informação constaria no boletim de ocorrência poderia levar "as pessoas a um pânico", e também pediu maior checagem dos fatos antes de divulga-los.

Cássio Luiz disse que "não foi só um boletim. Foram feitos dois, eu vou ter acesso ao outro e vou entregar para você", e acrescentou que a suposta contaminação das balas fora a ele relatada por diversos pais de alunos: "jamais vou criar sensacionalismo ou fake news, sendo que estivemos no local, foram vários pais. Inclusive, fizeram um grupo no Whatsapp dos pais relatando a mesma coisa. Esse vereador não tirou nada da cabeça, não". 

Paulo Campos (Podemos), ao discutir a propositura, também pediu uma cópia do outro boletim, que não foi anexado ao requerimento, e ao defender o trabalho de Cássio Luiz, disse: "eu acho que está um clima muito difícil, dá-se a conotação que o vereador foi ao local porque estava sem fazer nada e foi chamado por alguém, foi passear, estava sem fazer nada e foi dar uma volta. A gente tem que ter respeito pelos colegas". 

Na sequência, Josef Borges subiu à tribuna para discutir a propositura e acrescentou: "eu não estou desmerecendo o seu trabalho e não estou dizendo aqui que você está trazendo fake news. Estou dizendo que, como você é uma pessoa que tem um alcance muito grande, faz um bom trabalho na cidade, quando você recebe uma informação e você divulga, por você ter um grande alcance, isso gera um pânico". O líder de governo ainda complementou: "então, quando a gente diz que é necessário fazer uma apuração, é porque isso é uma coisa gravíssima. Imagina uma pessoa colocar um chumbinho numa bala e dar para uma uma criança, se a criança colocar na boca, rapidamente você tem um óbito".

A apreciação e discussão completa do requerimento e a íntegra da 15ª reunião ordinária podem ser vistas em vídeos localizados no canto superior esquerdo da tela.



Texto:  Fabio de Lima Alvarez - MTB 88.212
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Legislativo

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