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09 DE NOVEMBRO DE 2010

Vereador abre mão de convocação para apurar denúncia


Após um acordo proposto aos demais colegas de Casa, o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) foi à Tribuna nesta segunda-feira para anunciar a retirada de reque (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 Salvar imagem em alta resolução


Após um acordo proposto aos demais colegas de Casa, o vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) foi à Tribuna, na noite desta segunda-feira (8), para anunciar a retirada do requerimento 398/2010, em que convocava a secretária de Ação Cultural, Rosângela Camolese, e convidava o servidor público Alexandre Lopes para prestarem esclarecimentos sobre denúncia de uso de dinheiro público em um evento do PSDB.

No lugar, Paiva apresentou outros dois requerimentos (457 e 459), que foram aprovados, com três votos contrários, na mesma sessão ordinária. Diferentemente da anterior, as novas proposituras passam apenas a solicitar informações, por escrito, dos envolvidos no caso, que, segundo o vereador, passou a ser objeto de interesse público após o registro de boletim de ocorrência no plantão da Delegacia Seccional de Piracicaba.

Segundo o BO de número 5472/2010, a secretária afirmou que o servidor, que é filiado ao PSDB, teria usado indevidamente dinheiro público ao participar de evento do partido em Brasília. A discussão entre Rosângela e Alexandre teria ocorrido em um encontro do PSDB local na Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), em julho passado. Alexandre alegou, no BO, ter sido vítima de injúria.

SUBSTITUTIVOS
A votação do requerimento original havia sido adiada por Paiva para depois de outubro a fim de evitar que a apuração do caso fosse prejudicada pelos interesses da disputa eleitoral. O vereador Bruno Prata (PSDB) elogiou a atitude do colega de retirar o pedido inicial da pauta de votação, mas disse que não via motivos para os substutivos serem aprovados. "Esse fato ocorreu em evento do partido e está sendo apurado em instância partidária por uma Comissão de Ética", explicou. Como alternativa aos requerimentos, Prata comprometeu-se a trazer à Casa os resultados da apuração a ser realizada pelo PSDB piracicabano. "Como o fato ocorreu dentro de um partido, cabe a ele resolver. Se o resultado não for satisfatório, aí sim podem ser feitos requerimentos", falou.

O vereador João Manoel dos Santos (PTB) disse compreender a justificativa apresentada por Prata, mas citou o acordo fechado anteriormente com Paiva para aprovar os pedidos de informação feitos. Já Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), anunciou voto contrário, por entender que a discussão aconteceu dentro de um evento de um partido, o que reforçaria o caráter privado do assunto. "Vou dar um voto de credibilidade ao PSDB. Gostaria que o resultado da sindicância fosse encaminhado ao Bruno", solicitou.

DIVERGÊNCIAS
Opiniões diferentes foram manifestadas pelos vereadores Marcos Antonio de Oliveira (PMDB), Márcia Pacheco (PSDB), José Pedro Leite da Silva (PR) e Walter Ferreira da Silva, o Pira (PPS).

Marcos Antonio ressaltou a necessidade de esclarecimentos e concordou com a alternativa proposta por Paiva, de solicitar que as informações sejam enviadas por escrito. "Acho que o diálogo é sempre bom e construtivo. E, se puder ser feito de maneira escrita, poupando a casa de conversas desnecessárias, é melhor", explicou.

Márcia classificou de "correta" a atitude de Paiva ao, primeiramente, adiar a votação e, depois, ao retirar o pedido inicial. Ela afirmou que aprovaria as novas solicitações, uma vez que o entendimento da Câmara seria de que é direito de cada vereador obter do Executivo respostas a seus requerimentos. "Os interesses da Casa são maiores que os meus interesses", afirmou.

Pira disse que, se a denúncia remete a uso de dinheiro público, ela deve ser investigada, independentemente de a discussão ter ocorrido em um evento privado de uma legenda. "É isso que está sendo colocado. Seja qual for o partido, tem que ser feito um esclarecimento à população".

José Pedro ainda discordou da ideia de que um processo interno aberto pelo próprio partido seja suficiente para esclarecer o caso. "Se fosse uma sindicância feita pela Prefeitura, teria nexo. Mas uma sindicância dentro do PSDB não tem resultado efetivo", comparou.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo José Paiva

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