Em entrevista concedida na noite desta quarta-feira (15), o presidente eleito da Câmara para o biênio 2011-2012, João Manoel dos Santos (PTB), apontou o diálogo como um de seus principais trunfos para tornar o Legislativo mais próximo da população durante seu terceiro mandato à frente da Casa. Ele disse que planeja fazer da Câmara "um fórum de debates mais contundente", a fim de dar mais visibilidade ao trabalho dos vereadores. João Manoel também enalteceu o preparo adquirido com a experiência acumulada nas duas outras vezes em que foi presidente da Câmara (nos biênios 2003-2004 e 2007-2008).

Confira abaixo a íntegra da entrevista com o presidente eleito da Câmara de Vereadores de Piracicaba.

Pergunta - Qual conduta a população pode esperar do senhor para esses próximos dois anos na presidência da Câmara?
João Manoel dos Santos - É a mesma conduta que eu tive nos mandatos anteriores. Acho que o diálogo deve vir em primeiro lugar. Eu acredito no diálogo. O que você não consegue no diálogo não adianta ir para o embate, porque não resolve. Minha marca registrada é o diálogo.

Esta Casa vai ficar aberta 24 horas por dia para a população. Eu quero dar uma maior visibilidade aos segmentos da sociedade, às religiões, às pessoas não-religiosas. Todo segmento da sociedade democrática terá seu espaço aqui dentro. É lógico que existem normas. Tudo o que estiver dentro da democracia, nós vamos fazer o que for possível. O que passar disso, aí não terá como.

Pergunta - Quais ideias ou projetos o senhor pretende colocar em prática?
João Manoel dos Santos - A ampliação do espaço físico do plenário está dentro de nossas metas de trabalho. Para comportar 23 vereadores [número de parlamentares que a Câmara deve receber a partir de 2013], aqui é quase impossível. Na reunião do acatamento do veto [realizada no último dia 6], o presidente [José Aparecido Longatto] teve de distribuir senhas para evitar tumultos aqui dentro, num espaço tão pequeno. Nós não temos como ampliar muito o plenário, mas vamos dar a ele uma visibilidade maior e melhor, com certeza.

Nós queremos criar condições de debates para que a população tenha interesse em vir para a Câmara. Precisamos trazer todos os segmentos –sociais, políticos, religiosos, empresariais– para a Câmara a fim de torná-la um fórum de debates mais contundente, para que ela possa ter mais visibilidade.

Que tipo de experiência os mandatos anteriores na presidência trouxeram ao senhor?
João Manoel dos Santos - Acho que, do que realizei nos mandatos anteriores, não há o que eu possa falar que "não faria isso novamente". Em primeiro lugar, porque fui o presidente que criou legalmente e implantou a TV Câmara. Depois, fizemos um concurso público que estava engavetado na Justiça. Ganhamos na Justiça e conseguimos trazer para a Câmara o pessoal que tinha se classificado. Hoje são funcionários que estão aqui contribuindo com a nossa cidade.

Fui o primeiro presidente a devolver, num mandato, quase R$ 4 milhões ao erário público. A construção da nova Biblioteca Municipal foi feita com recursos que nós devolvemos em minhas duas gestões. Havia dinheiro que tinha sido pago a mais para a CPFL e eu consegui trazê-lo de volta. As contas todas aprovadas. Tudo foi feito em benefício da população.

Toda essa credibilidade dos estagiários na Câmara nasceu na minha gestão, em 2003-2004. Eu discuti os salários com eles. Muitos estagiários carregaram a Câmara nas costas, deram a vida aqui. Era necessário tratar esse pessoal com dignidade, respeito, carinho. Isso contribuiu para que hoje a Câmara tenha esse nome fora daqui [a Casa foi eleita em 2010, pelo segundo ano seguido, o melhor órgão público para se fazer estágio, de acordo com o Ciee]. Repetiria tudo o que fiz sem nenhum problema, logicamente pensando, avaliando, refletindo e aprimorando ainda mais.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Gustavo Annunciato / MTB 58.557