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02 DE DEZEMBRO DE 2021

Testes feitos com medidores de glicose revelam resultados discrepantes


Aparelhos fornecidos pela Prefeitura para medir os níveis de glicose no sangue foram testados em voluntários, em reunião com os vereadores André Bandeira e Pedro Kawai



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Fabrice Desmonts - MTB 22.946 (1 de 7) Salvar imagem em alta resolução

Resultado de teste comprovou a discrepância nas medições

Resultado de teste comprovou a discrepância nas medições
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Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas

Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas
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Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas

Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas
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Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas

Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas
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Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas

Voluntários realizaram testes de glicemia com aparelhos de diferentes marcas
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Reunião foi realizada na manhã desta quinta-feira (2)

Reunião foi realizada na manhã desta quinta-feira (2)
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Resultado de teste comprovou a discrepância nas medições



O Grupo Amigos do Diabetes participou, na manhã desta quinta-feira (2), de reunião com os vereadores André Bandeira e Pedro Kawai, ambos do PSDB, para discutir as denúncias recebidas sobre a discrepância dos resultados dos glicosímetros (aparelhos utilizados para medir os níveis de glicose no sangue) fornecidos pela Secretaria de Saúde. “Recebemos denúncias de que a mesma marca de aparelhos estava apresentando resultados completamente diferentes. É um aparelho relativamente novo, que foi fornecido para as pessoas com diabetes no começo desse ano”, explicou o vereador André Bandeira.

Representantes do Grupo Amigos do Diabetes realizaram testes de glicemia (taxa de açúcar no sangue) com voluntários e utilizaram quatro aparelhos: dois glicosímetros da mesma marca fornecida pela prefeitura e outros dois de marcas diferentes.

Cinco voluntários sem diabetes apresentaram resultados com poucas discrepâncias entre os aparelhos. Os diabéticos que estavam com índice glicêmico controlado também tiveram uma “leitura próxima da normalidade”.  No entanto, o teste de uma voluntária com diabetes que estava com um alto índice glicêmico apresentou grande diferença na medição dos aparelhos. Os aparelhos da marca fornecida pela prefeitura apresentaram duas medições discrepantes: o primeiro aparelho mediu 393 mg/dL e o segundo, 353 mg/dL. Uma discrepância de 40 mg/dL na taxa de glicose no sangue da voluntária.

Já os aparelhos particulares mediram, respectivamente, 359 mg/dL e 367 mg/dL. Os valores de valores de referência do exame da glicose em jejum para determinar diabetes são superiores a 126 mg/dL.

De acordo com a diretora do Grupo Amigos do Diabetes, a farmacêutica Jussara Bueno, o grupo recebeu diversas reclamações de usuários dizendo que as alterações de glicemia são muito grandes e eles não sentem confiança no material que está sendo fornecido, e que existia uma “confiabilidade maior” no aparelho que era fornecido anteriormente, na outra licitação, porque os resultados não apresentavam diferenças tão gritantes. “E hoje o que nós fizemos aqui foi mostrar que inclusive com a mesma gota de sangue, com aparelhos da mesma marca, fornecidos pela Secretaria de Saúde, nós temos variabilidade muito grande de resultados”, afirmou.

A nutricionista do Grupo Amigos do Diabetes, Letícia do Nascimento Toretta, explicou que quando há a diferença de medição entre os aparelhos e o real índice de glicemia do paciente ocorrem “complicações” pelo fato de ser aplicada “insulina demais ou insulina de menos”. “A pessoa com diabetes acaba aplicando uma dose incorreta de insulina e essa dose pode causar uma hipoglicemia, que é uma diminuição muito drástica da glicemia, levando ele até ao coma, e também pode levar a uma hiperglicemia, que é uma elevação da glicemia e também gera consequências”, explicou.

Além das consequências físicas, foram apontados problemas emocionais gerados pela diferença entre o índice glicêmico medido pelo aparelho e o real índice do diabético. “O problema emocional que isto causa é muito mais alto do que a gente espera que um glicosímetro faça. Quando tem essa variação o paciente fica desesperado, e desespero faz aumentar a glicemia, abaixar a glicemia, esse descontrole ocorre porque ele não sabe o que fazer”, afirmou a psicóloga do Grupo Amigos do Diabete, Lia Helena Giannechini.

Após os resultados dos testes, os vereadores Pedro Kawai e André Bandeira declararam que irão levar as informações ao Executivo. “Independentemente da marca, nós precisamos ter uma leitura fiel do que está acontecendo no organismo das pessoas para que o paciente possa se cuidar adequadamente. Nós vamos levar essa preocupação à Secretaria de Saúde para que possamos discutir a melhora da qualidade do produto e atender bem a população”, declarou Pedro Kawai.



Texto:  Daniela Teixeira - MTB 61.891
Supervisão:  Rodrigo Alves - MTB 42.583


Saúde André Bandeira Pedro Kawai

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