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19 DE ABRIL DE 2011

"Sou contra o desarmamento da população", diz Capitão Gomes


O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), defendeu a manutenção do direito de o cidadão possuir armas e munições legalmente comercializadas. "Sou cont (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Gustavo Annunciato - MTB 58.557 Salvar imagem em alta resolução


O vereador Carlos Gomes da Silva, o Capitão Gomes (PP), defendeu a manutenção do direito de o cidadão possuir armas e munições legalmente comercializadas. Ao subir à tribuna durante reunião ordinária na noite desta segunda-feira (18), o parlamentar projetou uma sequência de perguntas no telão do plenário com o intuito de provocar uma reflexão sobre o tema, que voltou a ser discutido no país após o assassinato de 12 alunos de uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, no último dia 7.

"Sou contra o desarmamento da população", disse o vereador. "O que precisa é acabar com a violência, priorizando a polícia, pagando bem, armando, municiando e fornecendo viaturas em condições. O crime está aí, vamos combatê-lo." A ação do Estado deve ser complementada, segundo Capitão Gomes, com investimentos em áreas como educação, saúde e esportes. "Daqui a 10 anos, a criança não seria mais envolvida pelos crimes", afirmou.

"Pela segunda vez na história do Brasil, querem utilizar uma consulta popular para definir a validade de um direito individual conquistado pelos cidadãos. É justo a população abdicar do seu direito de possuir arma e munição legalmente comercializadas?", questionou o vereador. "A bandidagem vai continuar armada", observou.

Capitão Gomes, que fez carreira no Exército, usou uma comparação comumente feita por alguns segmentos da sociedade para mostrar os riscos de haver opiniões generalizadas sobre o desarmamento. "Quem não quer saber de arma é pacifista. Quem gosta de armas é belicoso. Sou um cidadão que praticamente passei minha vida mexendo em armas. Sou belicoso por acaso? Isso é uma bobagem sem tamanho", afirmou.

Segundo o vereador, a atual legislação já faz várias exigências para quem deseja comprar legalmente uma arma, dificultando o acesso a parte expressiva das pessoas. "É preciso apresentar uma série de certidões, fazer teste psicotécnico e de equilíbrio emocional, passar por uma prova de tiro, mostrar que você sabe mexer nessa arma", explicou.

Para Capitão Gomes, o Estatuto do Desarmamento em vigor no Brasil é um dos mais modernos do mundo. "O Estatuto já proíbe a qualquer pessoa andar armada, não é novidade nenhuma. O que falta é normatizá-lo e fazê-lo funcionar, mas parece que não querem", lamentou.

Por meio de slides projetados no telão, Capitão Gomes contestou os argumentos de quem é favorável ao desarmamento. "Se desarmar a população, vai haver paz na cidade? A vítima estará protegida?", perguntou. "Se realmente há uma intenção do Estado em desarmar a população, por que o governo não atua seriamente numa reforma profunda na educação, na Justiça e no Código de Processo Penal?", continuou.

Para o vereador, a medida não impediria o crescimento do comércio clandestino de armas nem o contrabando, e seria prejudicial aos mais pobres e a quem vive na zona rural. "Desarmar o cidadão tornará os mais pobres ainda mais desamparados. Quem tem dinheiro vai contratar segurança patrimonial privada, comprar carro blindado e instalar equipamento", comparou.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Gustavo Annunciato / MTB 58.557



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo Carlos Gomes da Silva

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