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12 DE ABRIL DE 2011

Reunião discute diretrizes do 2º Ciclo Nacional de Conversas Negras


Os primeiros passos para a organização do 2º Ciclo Nacional de Conversas Negras, que acontecerá neste ano em Piracicaba, foram definidos em reunião realizada nesta (...)



EM PIRACICABA (SP)  

Foto: Comunicação Salvar imagem em alta resolução


Os primeiros passos para a organização do 2º Ciclo Nacional de Conversas Negras, que acontecerá neste ano em Piracicaba, foram definidos em reunião realizada na tarde desta terça-feira (12) na Sala da Presidência. A Câmara será a sede do evento, entre os dias 24 e 27 de agosto de 2011, justamente o ano internacional dos afrodescendentes. Militantes de movimentos negros de todo o país devem vir à cidade participar do encontro, que pretende debater meios para enfrentar o racismo estrutural e estabelecer canais de comunicação entre a população e as instituições locais para incentivar o sentimento de pertencimento étnico e social.

A programação do 2º Ciclo de Conversas Negras deve contar com palestras, oficinas, debates e mesas-redondas. Também estão previstos o lançamento de livros que abordam a temática racial e a exposição de artigos e objetos típicos em barracas. Haverá ainda a entrega de condecorações a cinco personalidades que se destacam nas lutas encampadas pelo movimento negro. As atividades serão desenvolvidas no plenário da Câmara, no salão nobre "Prof. Helly de Campos Melges" e em locais que ainda serão definidos pela organização.

A adoção de políticas de ações afirmativas contribuíram para a escolha de Piracicaba como sede do 2º Ciclo de Conversas Negras, que teve a primeira edição realizada em agosto de 2010, em Maceió (AL). Entre as medidas colocadas em prática em Piracicaba, destacam-se a lei que reserva 20 por cento de vagas para afrodescendentes no serviço público e a reserva de 40 por cento de participação negra nas publicações oficiais.

A reunião realizada na tarde desta terça-feira contou com as presenças dos vereadores João Manoel dos Santos (PTB) e Bruno Prata (PSDB), da diretora do Departamento Administrativo da Câmara, Kátia Garcia Mesquita, da coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas, Arísia Barros, da militante de movimentos negros Fátima Eugênio, do babalorixá Eduardo Gomes de Oxumaré, do jornalista Martim Vieira Ferreira e do bacharel de Direito Eliel da Fonseca. O presidente da Câmara ouviu as sugestões dos participantes da reunião e reforçou o apoio do Legislativo na promoção do encontro nacional.

Para Arísia Barros, a realização em Piracicaba do 2º Ciclo Nacional de Conversas Negras será a chance de aprofundar o debate sobre discriminação e repressão. "Estamos buscando consolidar o mês de agosto como o mês do "apartheid" da história, que é muito segmentada em datas. A questão racial deveria permear todo o ano. As pessoas acham que o 13 de maio é o dia da abolição da escravatura, quando, na verdade, ainda vivemos prisioneiros de um sistema", disse a coordenadora do Projeto Raízes de Áfricas.

O movimento Agosto Negro surgiu na década de 1970 na Califórnia, nos Estados Unidos. Caracterizava-se como um mês de grande significado para a cultura negra por ser um período de resistência contra a repressão. A mobilização cresceu e logo se estendeu a outros países que ainda enfrentam a discriminação racial, como Jamaica e África do Sul.

 

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Luciano Beccari / MTB 47.054



Texto:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Legislativo João Manoel

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