O presidente da Câmara de Vereadores, João Manoel dos Santos (PTB), afirmou na tarde de hoje (15), durante atividade da 12ª Semana Educativa Pipas Sem Mortes, que reuniu cerca de 100 alunos da 5ª série da Escola Estadual Professor Hélio Penteado de Castro no Salão Nobre da Câmara, que irá cobrar das polícias repressão ao uso do cerol em Piracicaba. “Pipas com cerol são um grande perigo. Estamos fazendo a nossa parte e as polícias precisam fazer a parte delas também”, disse João Manoel.

As crianças com idade entre 10 a 11 anos, que participaram das atividades de hoje da semana educativa, quando perguntadas se usavam o cerol para soltar pipas, a maioria dos meninos levantou as mãos, afirmando que sim. Deixando claro que o uso do cerol ainda é uma prática bastante comum, principalmente nas periferias das cidades brasileiras.

Terceira Lei de Newton

“Não pense que seus atos não terão consequências, pois terão”, alertou o presidente da Câmara, ao falar às crianças. João Manoel disse também para os alunos que “toda ação gera uma reação”, lembrando a terceira lei de Newton: para cada ação há sempre uma reação, oposta e de mesma intensidade. “Não use cerol, denuncie!”, disse o presidente ao concluir sua fala.

Durante cerca de duas horas, as crianças ouviram palestras, viram imagens e áudio visuais sobre os riscos e perigos do uso do cerol, apresentados pelo sargento PM Benedito Cleto do Corpo de Bombeiros e por Tiago Santo André, técnico de segurança da CPFL. Os alunos da Escola Hélio Penteado estiveram acompanhados pelos (as) professores (as):  Celso Juliano de Souza, Estela Maria Silveira, Maria de Fátima Patrocínio, Rafael de Melo Rodrigues e Sueli Bolani.

A semana educativa é uma parceria da Câmara de Vereadores, Prefeitura Municipal, CPFL, Corpo de Bombeiros e empresas de ônibus.

Passar o cerol

Não há uma estatística precisa, mas, segundo os levantamentos da Associação Brasileira de Motociclistas (ABRAM), acontecem cerca de 100 casos por ano no Brasil, de acidentes envolvendo linhas com cerol, sendo que 50 por cento são graves e 25 por cento fatais. Apenas 25 por cento escapam ilesos. Portanto cerca de 25 motociclistas morrem, por ano, no Brasil, pelo uso do cerol, a conhecida mistura de cola e vidro moído usada para cortar a linha dos “adversários”. Ciclistas e motociclistas são os mais vulneráveis, já que os ferimentos acontecem geralmente na altura do pescoço ou rosto das vítimas.

Durante o acidente, o vidro moído ou pó de ferro, colado à linha, exerce forte pressão sobre o tecido humano, havendo elevado coeficiente de atrito. Considerando que a superfície de contato é muito pequena, ou seja, reduzida à espessura da linha, o ponto de pressão é muito concentrado e os cortes são inevitáveis. Exemplo dos riscos de um acidente deste tipo é a vítima ter uma artéria ou veia do pescoço seccionada o que lhe pode causar forte hemorragia e matar em minutos. Existe também a chamada linha chilena que é feita de material ainda mais resistente e que tem poder de corte maior do que as linhas convencionais.

Texto: Vitor Ribeiro Mtb 21.208

Fotos: Fabrice Desmonts Mtb 22.946