O vereador Laércio Trevisan Júnior (PR) anunciou durante reunião ordinária na noite desta segunda-feira (14) que vai enviar à Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude do Estado de São Paulo moção de apelo para tentar a liberação de verbas para a reforma do Estádio Barão da Serra Negra. Ele explicou ter tomado a decisão depois de dois fatos: a demora do governo federal em cumprir a promessa de destinar recursos para as obras e a falta de mais investimentos da Prefeitura na arena esportiva.

"Não consigo entender por que a cidade não recebe verbas para reformar o estádio", disse Trevisan. Para reforçar sua indignação, ele evocou o fato de serem do mesmo partido (PSDB) o prefeito Barjas Negri, o deputado federal Antonio Carlos de Mendes Thame e o governador Geraldo Alckmin. O vereador lembrou ainda que o deputado estadual Roberto Morais pertence a uma sigla, o PPS, aliada ao PSDB no Estado de São Paulo. "Vamos pedir a Morais que intervenha ao governador para conseguir essa liberação de verba", informou.

Trevisan disse que este é o momento mais adequado para viabilizar a reforma do Barão da Serra Negra, já que o XV de Piracicaba desponta como um dos favoritos para alcançar o acesso no Campeonato Paulista da Série A-2. "O XV vai subir e, na situação atual do estádio, teremos dificuldade para receber equipes de Primeira Divisão, principalmente em relação a segurança e banheiros", apontou. O vereador ainda criticou a Prefeitura por destinar R$ 530 mil para obras de revitalização do Centro, porém sem fazer o mesmo pelo Barão. "Tem dinheiro para alargar as calçadas, mas para a reforma do estádio não tem", disse.

SAÚDE
Trevisan também abordou a situação da saúde em Piracicaba ao usar a tribuna na reunião ordinária desta segunda-feira. Ele criticou o número insuficiente de médicos na rede pública e a falta de um plano de carreira para os servidores municipais. "Estamos em março e há 15 meses não se contratam médicos. No pronto-socorro da Vila Rezende, um bairro que atende 15 mil habitantes, há só um médico de plantão. Isso é saúde pública decente?", questionou.

"Não se investe no quadro de servidores públicos da saúde, não se faz a reforma administrativa para contratar pessoas qualificadas", observou Trevisan, apontando a "fuga" de profissionais para municípios vizinhos nos quais a remuneração é maior. "Os médicos vão para onde se paga melhor. Cidades pequenas, como São Pedro e Rio das Pedras, pagam melhor que aqui", disse.

Trevisan também questionou o fato de o Orçamento municipal ter aumentado em proporção maior que o quadro de funcionários da saúde. "A arrecadação é recorde. Em 2005, eram R$ 235 milhões e agora são quase R$ 900 milhões, enquanto o quadro de funcionários não aumentou 10 por cento . Não sou matemático nem contador, mas não é difícil fazer essas comparações", disse. "Precisamos ter investimentos em políticas públicas para dar retorno aos impostos pagos pela população. Estamos na data-base e este é o momento adequado para se recuperar as perdas dos servidores de Piracicaba", finalizou.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTO: Gustavo Annunciato / MTB 58.557