O vereador João Manoel dos Santos (PTB) participou, junto com alunos da Escola Estadual "Moraes Barros", do plantio de uma árvore jequitibá, como parte das comemorações do Dia Municipal da Lembrança, que homenageia os mortos no holocausto e foi instituído em Piracicaba pela lei 6.316, de 2008, de autoria do atual presidente da Câmara. O ato simbólico foi realizado na manhã desta quinta-feira (28), na praça Tibiriçá, que circunda o prédio da instituição centenária.

O plantio da árvore aconteceu um dia após a solenidade que abriu as celebrações do Dia Municipal da Lembrança. Na noite desta quarta-feira (27), o anfiteatro da Faculdade Anhanguera de Piracicaba recebeu a sobrevivente do holocausto Nanette Konig, que deu detalhes sobre o período em que permaneceu no campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, entre 1944 e 1945.

No ato simbólico ocorrido na manhã desta quinta-feira, estiveram presentes Jayme Rosenthal, que representou a comunidade israelita de Piracicaba e a Federação Israelita do Estado de São Paulo, a vice-diretora da escola, Cláudia Regina Casagrande, a professora Galileia Aparecida Moura de Sousa e o pastor Sílvio Luiz, da Igreja Batista, que abençoou os estudantes. "A lembrança desse dia nunca deve ser apagada", salientou.

Cinquenta alunos das turmas A e B da 4ª série acompanharam o plantio da árvore, sendo que uma menina e dois garotos ajudaram a espalhar a terra sobre a muda de jequitibá. Um deles foi Lucas Furlan, de 10 anos, que tinha na ponta da língua o motivo que o levou a participar do ato simbólico na celebração do Dia Municipal da Lembrança. "É sobre o holocausto, que aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial", disse o estudante, que, embora nunca tivesse plantado uma árvore, é craque em História ––na última prova, tirou 9,5.

O outro garoto que ajudou no plantio foi escolhido pelo próprio João Manoel. "Um dos alunos é negro, porque, no holocausto, Adolf Hitler ––para satisfazer seu ego e construir uma raça ariana, tida como pura–– matou judeus, ciganos, homossexuais, negros, religiosos e deficientes físicos", afirmou. O presidente da Câmara elogiou a postura dos estudantes que acompanharam o ato simbólico. "Que, daqui para frente, nunca mais os jovens sejam manipulados por ninguém e que cada um tenha a decisão própria de saber o que faz na vida. Estudem e sejam obedientes, porque o país depende de vocês", aconselhou.

RESQUÍCIOS
O judeu Jayme Rosenthal explicou que o ato simbólico busca transmitir o desejo de um "futuro feliz e promissor" às crianças. "Árvore significa vida e, hoje, remete às pessoas inocentes que morreram no holocausto. Todas as que morreram ––massacradas, de fome, com frio, com infecção, em câmaras de gás–– serão sempre lembradas", afirmou. Para o representante da comunidade israelita de Piracicaba, os reflexos do massacre de judeus perduram na sociedade. "Ainda existem muitos resquícios do holocausto. Novas facções nazistas, fascistas e fundamentalistas estão se formando. Que os jovens não se deixem influenciar por essas ideologias, porque eles serão os futuros governantes do Brasil", declarou.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499