Piracicaba é referência nacional e na América Latina ao assegurar o direito de ir e vir das pessoas ostomizadas, além de possuir legislação própria em prol da acessibilidade. A informação foi repercutida em live nesta terça-feira (15), no Instagram do Parlamento Aberto, pelo diretor da Associação Piracicabana de Ostomizados e Incontinentes, Paulo Alcebirio dos Santos.

De acordo com ele, os pacientes ostomizados são reconhecidos como pessoas com deficiência desde 2004 e representam cerca de 1% da população no município. “A ostomia é a abertura abdominal para eliminação de fezes ou urina, realizada através de procedimento cirúrgico. Normalmente, é realizado depois de condições patológicas como, por exemplo, após a cirurgia de retirada de câncer, como foi o meu caso”, explicou o diretor.

Após a ostomia, a pessoa precisa se adaptar às mudanças nos padrões de eliminação, bem como dos hábitos alimentares e de higiene, além de se adaptar com o dispositivo e aceitar as mudanças no corpo. Neste processo, a acessibilidade é o direito que garante à pessoa viver de forma independente, com tranquilidade para realizar suas atividades cotidianas e exercer seus direitos de cidadania.

“Muitos foram os direitos conquistados por meio da atuação da associação. Um deles é a adaptação dos banheiros públicos, principal ambiente para atender às nossas necessidades. A cidade já conta com mais de 40 banheiros adaptados, distribuídos em locais como a Câmara de Vereadores, Museu Prudente de Moraes, Biblioteca e Teatro Municipal, Rua do Porto e terminais de ônibus”, elencou.

A carteirinha de identificação do ostomizado e a inserção nas placas de sinalização para pessoas com deficiência também são conquistas municipais, apresentadas, inclusive, em Brasilia, em evento promovido pela Abraso (Associação Brasileira de Ostomizados). Além disso, foram reservados a este público 2% de vagas em estabelecimentos comerciais e instituído o Dia Municipal dos Ostomizados, celebrado todos os anos em 16 de novembro.

“Pela lei, ostomizados são pessoas com deficiência. No entanto, a sociedade, de forma geral, espera que a deficiência seja mais visível, como é o caso dos cadeirantes e deficientes visuais e auditivos. Pacientes com deficiências menos visíveis são tão importantes quanto e devemos, juntos, lutar por mais acessibilidade. Quando um grupo ganha, a conquista é de todos”.

A principal meta é, segundo ele, fazer com que as leis municipais sejam validadas em todo o território nacional. “Todas pessoas ostomizadas merecem desfrutar dos mesmos direitos”, afirmou.

ASSOCIAÇÃO - Fundada em dois de agosto de 2013, a Associação Piracicabana de Ostomizados é uma instituição sem fins lucrativos que defende os direitos dos ostomizados, prestando informações e assegurando o acesso ao serviço público de saúde para recebimento de bolsas coletoras, apoio social, psicológico e defesa da qualidade da assistência e dos equipamentos. Atualmente, congrega 1500 ostomizados e mais de 625 incontinentes.

A instituição está localizada na rua Liberato Macedo, 677, no bairro São Dimas. Mesmo em face da pandemia, não deixou de prestar atendimento ao público. Qualquer pessoa, ostomizada ou não, pode comparecer à unidade a fim de conhecer o trabalho realizado de forma gratuita. As segundas, terças e sextas, o atendimento é prestado no período da manhã. Nas quartas e quintas, à tarde.  

ACESSE O CONTEÚDO
As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba.

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