
10 DE SETEMBRO DE 2013
Café da manhã levou alunos do Colégio Piracicabano à instituição beneficente, que passa por processo de reestruturação.
Aluno do Colégio Piracicabano brinca com criança atendida pelo Cáritas
As mãos de Crystal Giulia ––que minutos antes traziam biscoitos e suco para partilhar com desconhecidos–– agora se entrelaçavam com outras quatro, de meninas que haviam acabado de virar suas amiguinhas. Entre elas, Leandra Ferreira, uma das 44 crianças atendidas pelo Centro Social Cáritas, entidade que, na manhã desta terça-feira (10), recebeu alunos do Colégio Piracicabano para dividir lanches e amizades.
O café da manhã para a integração das duas turmas faz parte de um projeto social desenvolvido pelo tradicional estabelecimento de ensino de Piracicaba, que, uma vez por ano, destaca um dia para levar seus estudantes a conhecer de perto a realidade de instituições beneficentes do município.
Vivendo um processo de reestruturação, o Cáritas, cuja sede está situada na rua Nossa Senhora Aparecida, na Pauliceia, foi o local escolhido pela turma do sexto ano do Colégio Piracicabano para a visita desta terça-feira.
O encontro foi acompanhado pelo vereador Pedro Kawai (PSDB), recentemente eleito segundo tesoureiro da entidade. "Ações como essa são muito bem-vindas e devem ser sempre divulgadas, para que mais escolas repitam isso", salientou.
Com gastos mensais que beiram os R$ 10 mil e uma série de dívidas a pagar, o Cáritas sobrevive graças a doações ––problemas na gestão anterior fizeram com que a entidade perdesse os convênios que mantinha. Nove pessoas, entre funcionários e voluntários, trabalham na instituição, que oferece matrículas para maternidade 1 e 2, jardim 1 e 2 e turma complementar.
Ao todo, 44 crianças entre 2 e 12 anos são atendidas ––no auge, eram 193. Elas recebem cuidados de professores e auxiliares, cumprem atividades pedagógicas, têm horário para dormir após comer e fazem quatro refeições no dia: café da manhã, almoço, lanche e sopa da tarde. A maior parte das crianças é acolhida gratuitamente pela entidade ––apenas algumas contribuem com o valor de uma mensalidade simbólica.
Pedro Kawai lembrou a necessidade de recuperar a tradição do Cáritas na formação educacional das crianças. "O Cáritas é uma instituição de muito renome no município e hoje está passando por um processo de reestruturação. Ele atende crianças de baixa renda que não teriam atendimento no município. Por isso, precisa voltar a alcançar sua capacidade máxima, porque sabemos da dificuldade do Poder Público em absorver essas crianças na rede. Sanando todas as dívidas que temos, poderemos fazer novos convênios com a Prefeitura e auxiliar no atendimento dessas crianças, preparando-as para um futuro melhor."
As contribuições podem ser financeiras ou materiais, segundo Pedro Kawai. "Hoje, o Cáritas aceita todo tipo de doação: mantimentos para auxiliar a alimentação das crianças no dia a dia, ajuda financeira no valor que quiser ou doações de brinquedos para a brinquetodteca e de roupas para o brechó", explicou o vereador.
O presidente eleito do Cáritas, Carlos Eduardo Romani, acredita na recuperação da entidade. "Hoje, a situação está precária. Mas vemos uma luz no fim do túnel: estamos realizando um trabalho para tentar fazer a sociedade voltar a ver o Cáritas como uma instituição padrão, que muitos anos atrás era uma referência na cidade", afirmou.