
05 DE JANEIRO DE 2010
A Prefeitura de Piracicaba deverá implantar uma Rosa-dos-Ventos - instrumento de orientação baseado nas quatro direções fundamentais, como norte, sul, leste e oeste (...)
A Prefeitura de Piracicaba deverá implantar uma Rosa-dos-Ventos - instrumento de orientação baseado nas quatro direções fundamentais, como norte, sul, leste e oeste - nas dependências do recém-inaugurado Parque Histórico Quilombo Corumbataí, na região de Santa Terezinha. O assunto foi discutido na tarde de hoje (5), às 16h30, em reunião na Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente - Sedema, sob a coordenação de Rogério Vidal e dos engenheiros Pedro Couri e Márcio Antonio (Maruco). Além da presença do vereador Walter Ferreira da Silva, o Pira (PPS) e do professor e historiador Noedi Monteiro, que discorreram sobre a importância de Piracicaba recuperar parte do processo histórico da formação da cidade, que passa pela existência de área quilombola na região de Santa Terezinha, que na oportunidade ganhará a implantação do projeto Rosa-dos-ventos.
O secretário municipal Rogério Vidal, bem como os engenheiros da Sedema, após se inteirarem do projeto, reiteraram a disposição do prefeito Barjas Negri (PSDB) na abertura de processo licitatório para a implantação da iniciativa, que poderá contribuir com a formação de escolas e a população em geral.
O vereador Pira também destacou a condição da Câmara de Piracicaba na aprovação de projeto de lei de sua autoria (295/09), sancionado pelo prefeito Barjas Negri, que assegurou a denominação de Parque Histórico Quilombo Corumbataí, o Parque de Santa Terezinha, localizado no quadrilátero da Avenida Nossa Senhora do Carmo, com a Rua Adelmo Cavagioni, compreendendo a passarela Leonor Bernardino Cavagioni e a ponte estaiada Moacir Bernardino.
Na justificativa do projeto, o vereador Pira destaca o levantamento histórico do professor Noedi Monteiro, dando conta que na região de Santa Terezinha existiu um foco de resistência negra, que se traduziu num dos principais quilombos no Estado de São Paulo, ativo entre os anos de 1750 a 1804. Documentações originais podem ser encontradas na coleção "documentos interessantes", do Arquivo Público do Estado de São Paulo, em que constam os documentos originais sobre o Quilombo e as duas sesmarias organizadas no Corumbataí, sob o reconhecimento dos capitãos generais da Capitania de São Paulo.
A área em questão foi revitalizada pela administração e abriga um parque. Lá existe pista de caminhada, local de lazer e entretenimento para a população - conhecida atualmente como Parque Natural de Santa Terezinha. "O local também era o segundo marco zero de Piracicaba, no tempo das Sesmarias, quando cidades como Bauru, Araraquara, São Carlos e outras localidades tinham como referência Piracicaba, por causa do acesso para Mato Grosso, Goiás e outras rotas a caminho do ouro", afirma o historiador Noedi Monteiro.
Quilombos
O processo de titulação inicia-se com os moradores se autodefinindo como remanescentes das comunidades dos quilombos. O autorreconhecimento é registrado e certificado pela Fundação Cultural Palmares, ao mesmo tempo em que o Incra ( Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) dá andamento aos procedimentos administrativos para titular a área.
Segundo balanço do documento Terras Quilombolas, até 2008, o total de comunidades quilombolas com terras tituladas no Brasil foi de 159. A quantidade é considerada pequena, uma vez que existem no País mais de três mil comunidades.
Rosa-dos-ventos
A rosa-dos-ventos é um instrumento de orientação baseado nas quatro direções fundamentais e suas intermediárias. A rosa-dos-ventos corresponde à volta completa do horizonte e surgiu da necessidade de indicar exatamente uma direção que nem mesmo os pontos intermediários determinariam, pois um mínimo desvio inicial torna-se cada vez maior, à medida que vai aumentando a distância.
Assim, praticamente todos os pontos na linha do horizonte podem ser localizados com exatidão. Cada quadrante da rosa-dos-ventos corresponde a 90º: considera-se o norte a 0º; o leste a 90º; o sul a 180º, o oeste a 270º, e novamente o norte a 360º. [1].
A utilização de rosas-dos-ventos é extremamente comum em todos os sistemas de navegação antigos e atuais. Seu desenho em forma de estrela tem a finalidade única de facilitar a visualização com o balanço da embarcação, portanto os quatro pontos cardeais principais são os mais fáceis de ser notados: norte (0º de azimute cartográfico), sul (180º), este ou leste (90º) e oeste (270º).
Dependendo do tamanho da bússola pode caber mais quatro pontos que são chamados de pontos colaterais; nordeste (45º), sudeste (135º), noroeste (315º) e sudoeste (225º) e se o visor for maior ainda costumam incluir mais oito pontos , chamados pontos subcolaterais; nor-nordeste (22,5º), lés-nordeste (67,5º), lés-sudeste (112,5º), su-sudeste (157,5º), su-sudoeste (202,5º), oés-sudoeste (247,5º), oés-noroeste (292,5º) e nor-noroeste (337,5º).
Fotos e texto: Martim Vieira Mtb 21.939
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre