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28 DE AGOSTO DE 2020

Papel da arte no desenvolvimento do conhecimento é explorado em live


O artista visual, pesquisador e presidente do Salão Universitário de Humor de Piracicaba, Camilo Riani, participou da live desta quinta-feira do Parlamento Aberto.



EM PIRACICABA (SP)  

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Cartunista participou da live desta quinta-feira do programa Parlamento Aberto







"A arte tem que ser valorizada para que a vida seja melhor", disse o artista visual, pesquisador e presidente do Salão Universitário de Humor, Camilo Riani, durante a live desta quinta-feira (27) do programa Parlamento Aberto. O artista analisou a relação do conceito de distopia com a realidade atual da pandemia e explorou o papel da arte no desenvolvimento do conhecimento.

Camilo explicou que a distopia é um contraponto da utopia, uma realidade que existe e que apresenta características nocivas. Ele usou como exemplo a série "Black Mirror", que traz situações em que o uso da tecnologia avançada cria dilemas morais e éticos para os personagens.

"A pandemia que nós estamos vivendo e a forma como estamos lidando com ela estão dentro dessa ideia da distopia, porque a tecnologia veio com tudo. Essa tecnologia, se multiplicando, traz possibilidades, mas também traz muita confusão", disse Camilo.

Um exemplo dessas problemáticas advindas da tecnologia, citado por Camilo, é a disseminação rápida de "correntes de ódio", com mensagens de ataque a etnias, religiões, classes trabalhadoras etc. Como exemplo, ele mencionou uma situação que ocorreu em sua vida pessoal relacionada ao preconceito contra a classe artística.

Para ele, a arte é um meio de vencer essas dificuldades, com o estímulo à reflexão e à criação de novos conhecimentos, visto que atua por meio do pensamento risomático, conceito criado por filósofos no século 20 que se opõem ao conhecimento linear.

"Eles diziam que o pensamento é como um gramado: você tem as raízes saindo às milhares e todas elas têm a mesma força, o mesmo valor, daí é que brota o conhecimento. Eles dizem que essas interconexões se retroalimentam e geram o novo pensamento: aí você avança, cria novas soluções. É o pensamento criativo e não reprodutivo", comentou o artista.

Essa concepção é explorada no projeto Arte Experiência, idealizado pelo cartunista e realizado com o apoio da Agência Neurônio Adicional. No projeto, é trabalhada a criação de memórias pelo contato com a arte, com ênfase na experiência gerada pela interação.

O cartunista abordou também, na live, o conceito de surrealismo, que se relaciona com o mundo do sonho, o inconcreto. Camilo trabalha com as características desse movimento artístico na arte-tese de seu doutorado, a caricatas, vencedora de prêmio no Troféu HQMix. No projeto, é desenvolvida a proposta de que há três dimensões na vida em que o "absurdo" é possível: o sonho, a loucura e a arte.

"Na arte, eu não preciso fazer cálculos estruturais; o que eu pinto passa a ser real dentro daquela tela, e aquilo é ela em si; é o universo, é a realidade da arte", comentou Camilo.

ACESSE O CONTEÚDO - As lives do programa Parlamento Aberto são realizadas no perfil do Instagram, que pode ser acessado em @parlamento_aberto.

As entrevistas também podem ser conferidas no canal do YouTube do Departamento de Comunicação da Câmara de Vereadores de Piracicaba e, ainda, no podcast produzido pela Rádio Câmara Web.

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Texto:  Larissa Souza
Revisão:  Ricardo Vasques - MTB 49.918


Parlamento Aberto

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