O vereador José Antonio Fernandes Paiva (PT) participou, na manhã desta segunda-feira (9), da mobilização feita pelo Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região em frente à agência do banco Bradesco situada na avenida Independência, nº 1.771, esquina com a rua Dom Pedro II, no bairro Alto. Assaltada na tarde de sexta-feira (6), a unidade, que não conta com porta giratória com detector de metais, teve o atendimento interno ao público suspenso nesta segunda por não oferecer segurança a funcionários e clientes. Apenas o acesso aos caixas eletrônicos foi liberado.

Quatro homens armados com pistolas participaram do roubo à agência na última sexta-feira ––dia de pagamento e antevéspera do dia das Mães. No momento da ação, que durou cinco minutos, pelo menos 20 pessoas estavam na agência, entre clientes e funcionários. Foram levados cerca de R$ 30 mil dos caixas e duas armas dos vigias. Não houve feridos, mas clientes passaram mal durante a ação, que teve início por volta das 13h30.

Paiva cobrou do banco o cumprimento da lei municipal 4.204, de 11 de dezembro de 1996. Segundo a norma, as agências bancárias e as casas de câmbio de Piracicaba são obrigadas a instalar portas automáticas ou giratórias, com vidros à prova de bala, detector de metais e travamento automático. O não-cumprimento da lei resulta em pena de pouco mais de R$ 10 (10 UFIRs), valor que vai dobrando nas ocorrências seguintes.

"Estamos exigindo do banco que estabeleça um cronograma com compromisso de instalação da porta, porque a Prefeitura poderá vir a qualquer momento ––e faremos pressão para que venha–– fazer a autuação devida por a porta não estar instalada. Nós, enquanto vereadores, somos solidários ao sindicato, porque a Câmara aprovou uma lei que preserva a vida de clientes e funcionários do banco", disse Paiva.

A agência do Bradesco da avenida Independência já havia sido informada pelo vereador sobre a necessidade de o local se adaptar às leis vigentes no município. As exigências foram comunicadas por meio de ofício enviado ao gerente da unidade em 2 de fevereiro deste ano. "Deram alvará de funcionamento sem que a porta estivesse instalada. Nós alertávamos [sobre a situação], porque ficamos em Piracicaba 97 meses sem assalto a banco em horário de expediente em função de uma série de medidas preventivas que foram adotadas", disse Paiva. "É imprudência do banco e negligência da Prefeitura permitir que uma agência funcione sem a porta com detector de metais porque fragiliza a segurança tanto dos clientes como dos bancários. Para sorte de todos, o que ocorreu na última semana não deixou vítimas, mas isso não quer dizer que isso não possa acontecer de novo", completou.

As falhas na segurança da agência do Bradesco da avenida Independência vêm desde setembro do ano passado, quando a unidade foi inaugurada, em cerimônia que contou com a presença do prefeito Barjas Negri (PSDB). Passados oito meses da abertura da agência, a segurança do local segue frágil: basta atravessar duas portas (a primeira, que dá para a rua, e a segunda, de correr, que permite o acesso ao atendimento pessoal) para chegar aos dois caixas e à gerência da unidade. Dois vigiais fazem a guarda do local.

"Infelizmente, o prefeito permitiu a inauguração sem esse equipamento [porta giratória]. Estamos exigindo do banco que sinalize qual o período que ele vai estipular para a instalação da porta. A lei já está aprovada há muito tempo, o banco não cumpriu e a Prefeitura não fiscalizou", disse Paiva, ao microfone, em manifestação organizada pelo Sindicato dos Bancários em frente à agência.

"Aqui, todos já podem lavrar uma comunicação de acidente do trabalho, em função do assalto da semana passada, porque a tensão pós-traumática não apresenta os efeitos no momento", declarou Paiva, ao citar que, em 2010, Piracicaba registrou 9.675 acidentes do trabalho, com 15 mortes. "Enquanto vereador, eu conversei com o presidente da Câmara e, sabendo que a lei não está sendo cumprida, nós não podemos prevaricar", afirmou.

O aposentado Amorim, que passava pelo local durante a mobilização, apoiou a posição expressa por Paiva. "Sinceramente, eu achei estranho um banco não ter porta giratória. Desde o início eu percebi isso", disse Amorim, que é cliente da agência assaltada na última sexta-feira. "Na semana passada, eu estive aqui e até comentei com a minha mulher [o fato de] o banco ter uma porta de loja, de escritório. É estranho, né? Se com segurança já acontecem assaltos, imagina com a porta livre", questionou o aposentado.

TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918

FOTOS: Davi Negri / MTB 20.499