
19 DE ABRIL DE 2011
O temor de que as bolsas de período integral do bolsa-creche sejam reduzidas até resultarem na extinção do programa motivou Antônio César Sanchez a usar a Tribuna P (...)
O temor de que as bolsas de período integral do bolsa-creche sejam reduzidas até resultarem na extinção do programa motivou Antônio César Sanchez a usar a Tribuna Popular durante reunião ordinária na noite desta segunda-feira (18). O orador citou dados da Secretaria Municipal de Educação para apontar a diminuição do número de vagas oferecidas pelo projeto nos últimos anos. "Em 2007, no ápice do programa, o bolsa-creche atendia 3.200 crianças de um total de 9 mil [alunos matriculados pela Secretaria]. Em 2010, ele atendia só 1.800, e a Secretaria, 8.125 no período integral. Nota-se claramente que houve uma redução no atendimento", disse.
Antônio manifestou preocupação com rumores de que o programa venha a ser extinto. "Enquanto cidades copiam e implantam esse projeto, ouvimos que ele vai terminar [em Piracicaba]", afirmou. De acordo com o orador, a implantação do bolsa-creche levou muitas escolas de educação infantil a ficarem dependentes do programa, por dois motivos: ao mesmo tempo em que boa parte das vagas passou a ser ocupada por alunos conveniados, o número de matrículas particulares despencou ––segundo Antônio, por "preconceito" dos pais que não querem os filhos dividindo o mesmo espaço com crianças de bairros mais pobres. "Se o bolsa-creche acabar, algumas escolas com certeza vão fechar. Onde vão parar essas crianças, se há três anos vêm diminuindo essas vagas? Queremos que esta Casa faça alguma coisa", pediu.
Segundo Antônio, dos alunos em idade pré-escolar matriculados nas creches da rede pública e conveniadas, 15 por cento permanecem nelas 10 horas por dia, e 70 por cento, 9 horas. "Isso é muito tempo, mas as crianças ficam porque os pais precisam do período integral", observou. Ainda de acordo com o orador, a vantagem do bolsa-creche está no custo que tem para o Executivo, já que representa metade do valor que seria gasto mantendo a mesma criança na rede municipal.
"É um programa que funciona", disse, ponderando que a medida apenas ameniza o déficit de vagas na rede pública. "Sabemos que é impossível a Secretaria de Educação cumprir isso, porque, com o nascimento de 5 mil crianças por ano, haja vaga", completou Antônio, que se apresentou na Tribuna Popular como representante da Associação de Educação Infantil.
TEXTO: Ricardo Vasques / MTB 49.918
FOTO: Fabrice Desmonts / MTB 22.946