
21 DE MAIO DE 2019
Gustavo Pompeo disse não conseguir regulamentação
Em Piracicaba existem aproximadamente 5.000 mil mototaxis e motofretes, informou
Gustavo Pompeo, de 24 anos, ocupou a tribuna popular da 29ª reunião ordinária, desta segunda-feira (20), para discutir a lei que regulamenta o serviço de mototaxista e motofretista em Piracicaba, em vigor desde 14 de novembro do ano passado.
Pompeo trouxe reivindicações aos vereadores da Câmara para conseguir o apoio para a regulamentação dos motoqueiros, o que, eventualmente, não está ocorrendo. Ele pertence à comissão que representa os motoristas, no qual decidiram se reunir após a fiscalização e algumas blitze. “Minha única renda é através disso e vem sendo abalada porque não consigo regularizar. Não adianta você estar com a carta em dia, se não estiver regularizado”, explicou.
Em Piracicaba existe aproximadamente 5.000 mil mototaxis e motofretes. Segundo o motoqueiro, a prefeitura não conseguiu regularizar ninguém. Ele relatou que em um único dia foram aplicadas multas a 13 motoqueiros. “Conseguiram multar mais do que eles conseguiram regularizar em nove anos”, disse, em relação ao tempo em que a lei vem sendo discuta.
O prefeito Barjas Negri, segundo Pompeo, teria dito que a motivação da regularização foi a segurança dos motoqueiros. “A pessoa mais preocupada com a minha segurança sou eu”, disse o jovem. “Isso é um absurdo. Teve muito acidente. Só que a regularização não ajuda nisso. Uma via pavimentada, um buraco e uma rua sem sinalização também provocam acidentes. Não é só eu estar com uma carteirinha, que eu estarei blindado de tudo”, concluiu.
Gustavo Pompeo alerta que para a segurança há a necessidade de fatores que vão além e que sejam favoráveis a regularização, desde que seja viável porque são 5.000 motoqueiros. “Existe muita família que depende disso. Eu trabalho durante o dia e à noite, e essa lei começa a fazer comando e me breca. O que eu vou fazer? Correr da polícia e cortar caminho para não tomar no comando?”, comentou o mototaxista.
Diante disso, ele afirma que quer ser regularizado, mas que não é possível. “Nós recebemos R$ 30, R$ 40 por dia para pagar financiamento, sustentar a família e comprar roupa. São 5.000 famílias”, esclareceu.
Durante os últimos segundos na tribuna, ele apenas comentou sobre ter o apoio da Câmara para poder continuar rodando e enfatizou em nomes de todos que ninguém está ficando rico, apenas sobrevivendo. E que se for por essa lei, ninguém mais circulará em Piracicaba.