05 de setembro de 2025
Moção de repúdio a Lula é aprovada na noite desta quinta-feira (4)
Moção proposta por Renan Paes, "de repúdio à fala racista de Luiz Inácio Lula da Silva", foi aprovada durante a 47ª Reunião Ordinária
O Legislativo piracicabano aprovou por 11 votos a três, nesta segunda-feira (4), na 47ª Reunião Ordinária, a moção 230/2025, de repúdio a uma fala do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, apontada pelo vereador Renan Paes (PL) como racista, proferida na cidade de Sorocaba no dia 21 de agosto.
Na ocasião, segundo trecho da moção de autoria do vereador, o presidente “relata um episódio com um ex-ministro, questionando a presença de um homem negro e sem dentes em uma fotografia para representar o Brasil no exterior, proferindo as seguintes palavras: 'Eu chamei o ministro e perguntei: escuta aqui, por que você colocou essa fotografia desse senhor negro sem dente? Você acha isso bonito? Você acha isso bonito, cara? Isso é fotografia para você colocar representando o Brasil no exterior, um cara sem dente e ainda negro’.”
De acordo com o vereador, a declaração, “vinda da mais alta autoridade do país, é profundamente discriminatória e racista, reforçando estereótipos negativos e desvalorizando a imagem de cidadãos negros, além de demonstrar um preconceito inaceitável contra a população negra e contra aqueles que não possuem todos os dentes, o que é uma realidade para muitos brasileiros”.
Ainda segundo o parlamentar, “a fala do Presidente da República é incompatível com os princípios de igualdade, dignidade humana e combate ao racismo previstos na Constituição Federal e em diversas leis brasileiras. A liderança do país deve promover a inclusão e o respeito a todas as etnias e características individuais, e não o contrário”.
Discussão - Ao discutir a propositura, a vereadora Rai de Almeida (PT) se manifestou de forma contrária à moção, e fez críticas a publicações realizadas nas redes sociais sobre uma de suas falas na Tribuna, na sessão passada, quando da discussão da referida moção - que estava pautada mais não foi votada devido à falta de quórum. De acordo com ela, o teor de sua fala foi distorcido:
"Discutimos essa moção na segunda-feira e, em minha fala, deixei um pensamento, uma ideia incompleta. Um canal midiático usou do mesmo expediente do autor da moção: reportou minha fala de forma misógina, para gerar engajamento nas mídias sociais, e publicou em suas redes. Enquanto os meios de comunicação deveriam usar seus recursos para matérias que contribuam para a sociedade, usam recortes de uma fala na qual eu cometi uma falha. A imprensa tem o papel de formar e informar, com matérias de esclarecimento, e não para confundir. Isso é deletério para a sociedade”, disse.
Silvia Morales (PV), do mandato coletivo A Cidade é Sua, também votou contra a moção. Ao justificar seu voto, ela exibiu trecho de seu discurso, na Tribuna em sessão passada, no qual defende que a declaração do Presidente foi proferida em um contexto de lançamento de ações do programa federal Brasil Sorridente, com foco na oferta de tratamentos odontológicos para a população.
“[Ele] não traz o negro como sinônimo de pobreza. Ele pede para que tire a foto e diz que não é para trazer o negro como sinônimo de pobreza. E, aí, essa moção me pareceu um pouco de desespero nesse momento político. É uma moção, para mim, de cunho pessoal e partidário contra uma pessoa que foi três vezes Presidente, preso por perseguição política, saiu da prisão e foi eleito novamente. Levou o Brasil a patamares, os maiores patamares do IDH, isso em outras épocas; recebeu diversos prêmios, inclusive elogios do presidentes como Barack Obama; e trouxe vários programas nas áreas sociais, nas áreas dos que mais precisam, nas áreas dos negros”, disse a vereadora.
Ela acrescentou: “O contexto da moção quis inverter tudo o que o Lula falou com relação à saúde, com relação ao negro, com relação ao pobre, com relação ao tratamento dentário, com relação ao SUS, com relação ao programa Brasil Sorridente. Então, existem bastante diferenças”.
Renan Paes, autor da moção, na sequência, exibiu um vídeo em que Miriam Cordeiro, identificada como ex-mulher do Presidente, diz que “o Lula sempre foi um homem racista. Ele nunca suportou negro. No nosso tempo de namoro, ele dizia que detestava negro. Apareciam artistas negros na televisão, pessoas negras, e ele ficava nervoso”.
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