05 de agosto de 2021
Libras no atendimento público quebra barreiras ao surdo
Oficina na tarde desta quarta-feira (4), na Escola do Legislativo, apresentou termos cotidianos da Língua de Sinais.
A introdução da Língua de Sinais Brasileiras, a Libras, no atendimento público quebra barreiras ao surdo e deve ser introduzida em empresas e órgãos públicos para ampliar a acessibilidade e garantir direitos às pessoas com deficiência. Com o objetivo de apresentar termos para ser utilizados no cotidiano, foi realizada na tarde desta quarta-feira (4), uma oficina na Escola do Legislativo “Antônio Carlos Danelon – Totó Danelon”, da Câmara Municipal de Piracicaba.
A oficina integra uma série de atividades em que ainda estão previstas ações voltadas para atendimentos específicos como Corpo de Bombeiros e Polícia.
“Antes de iniciar a oficina, eu gostaria que vocês sentissem na pele o quanto é difícil para um surdo o acesso a determinadas informações”, explica Rebeca Maniezzo, professora de Libras e que conduziu a oficina na Escola do Legislativo. O conteúdo foi apresentado em Libras e traduzido oralmente pelos intérpretes que atuam na Câmara Municipal de Piracicaba, Mauricio Gut e Thiago Laubstein.
Ela apresentou algumas imagens, como uma mulher tomando água, um carro, uma lata de Coca-cola, uma moto, sanitários e mostrando RG, e solicitou aos participantes que fizessem movimentos gestuais que representassem o significado. “A Libras não é uma mímica, não é uma linguagem e não é um gestual, mas uma língua, em que todos estes elementos fazem parte dela”, acrescentou.
Rebeca destacou o alfabeto manual, explicando como são os gestuais de cada letra, mas refletiu que a Libras não se resume à datilologia (soletração). “Ela tem próprias estruturas gramaticais, é bem diferente da Língua Portuguesa”, disse, ao detalhar que não tem existem artigo, preposição, conjunções, etc. “Uma frase como ‘eu vou no médico’, em Libras é expressada como ‘eu ir médico’ e ‘médico eu ir”, disse.
Outro detalhamento apresentado pela palestrante são as formas de expressão dos números e cumprimentos e saudações do dia-a-dia, como “olá/oi”, “qual é o seu nome?”, entre outros. Já os pronomes pessoais, em Libras não existe plural, mas o indicativo da quantidade de interlocutores. “Isso funciona da seguinte maneira, em que se expressa ‘você’, ‘você-2’, ‘você-3’, até ‘vocês-todos’”, destacou.
Durante a oficina, além de tirar dúvidas dos participantes, também foi destacada orientações para uma comunicação de surdos, como a necessidade de avisá-los de que está aprendendo Libras, e não que seja fluente, “desta forma, os gestuais serão mais lentos, o que contribui para o entendimento”, disse Rebeca, que também apontou nunca falar alto ou gritar, ou articular exageradamente, e lembrou que nem todos os surdos sabem fazer leitura labial.
A professora encorajou o desenvolvimento das Libras como forma de garantir os direitos dos surdos, sobretudo em órgãos públicos. “É importante que haja interpretes nestes locais e, se você tem o interesse de aprender, nunca pare de estudar, para que você possa desenvolver sua prática”, destacou.
Diretora da Escola do Legislativo, a vereadora Silvia Morales (PV), do mandato coletivo “A Cidade É Sua”, disse que o objetivo da oficina é trazer para o Legislativo o debate em torno da acessibilidade de pessoas com deficiência, como os surdos. “Esse é o papel que nós temos aqui e tem sido muito gratificante”, disse.
O vereador Pedro Kawai (PSDB), coordenador da Escola do Legislativo, classificou a inclusão como “um tema de grande relevância”. Tenho certeza que o ciclo de palestras voltado à acessibilidade irá acrescentar muito, não apenas para quem participa das atividades, mas a Escola e a Câmara de forma geral’, disse.
O conteúdo foi apresentado em sala do aplicativo Zoom e transmitido pelo canal do Youtube da Escola do Legislativo, onde está disponível na íntegra.
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